O novo God of War é sobre paternidade e sobre os desafios de ter e criar filhos. "Kratos vive amaldiçoado pela imortalidade e não quer isso para o filho. Muito da jornada é sobre isso", afirmou Cory Barlog, o diretor do jogo, em entrevista ao The Enemy.

O título, que chega no início de 2018 ao PlayStation 4, não deve ter finais alternativos ou caminhos alternativos na história. "Temos um roteiro e um jogo linear, como os anteriores. A diferença é que, hoje, temos uma história mais dramática", descreve o diretor.

Kratos viverá uma jornada mais profunda no novo God of War

Barlog retorna à direção de um God of War depois de comandar o segundo título da trilogia, lançado em 2007. Não poderia ser outra pessoa a comandar o game, já que a Sony Santa Monica disse, em painel no E3 Coliseum, que só faria um novo título caso ele ou David Jaffe, criador da franquia, retornassem para dirigir. "Eu trabalhei muito nesse jogo e ele precisa significar alguma coisa. Podemos ter jogos mais complexos e profundos", defende.

Desde o anúncio do jogo, sabemos que Atreus, filho de Kratos, crescerá e aprenderá novas habilidades. Ele também poderá ser customizado, já que auxiliará o deus da guerra na batalha e na exploração. "Cada pessoa poderá evoluir ele de um jeito diferente, e acho que isso fará com que a jornada de cada jogador mude", explica Barlog.

God of War

Diretor diz que relação entre Kratos e Atreus não será tão parecida com a de Ellie e Joel em The Last of Us

A criança será problemática, pois vive com os dilemas do próprio Kratos. "O pai dele matou o avô. Ele tem uma carga muito pesada em si e lida com muitos problemas", diz o diretor.

Para o próprio Kratos, a jornada com Atreus é um momento em que ele busca sua humanidade de volta. "O garoto é a humanidade nele, e isso o motiva a acreditar em algo", diz. "Kratos está cheio de curativos pois tem vergonha de tudo que passou. Ele tem problemas com tudo que aconteceu. Ele vive com o peso de ter matado a própria família."

Na aventura, Kratos não entenderá nada no idioma nórdico, e por isso o garoto precisa guiá-lo. "Será uma jornada de um sujeito deslocado", afirma Barlog. O título se passa antes da imigração, um período em que os ingleses ainda não tinham desbravado o norte da Europa. É a época na qual a maioria dos contos nórdicos foram criados.

Na parte de gameplay, Barlog diz que o novo título não terá tantos puzzles de plataforma. "Ainda temos alguns, mas nada como o que se viu em God of War III, por exemplo", compara.

Kratos está cheio de curativos pois tem vergonha de tudo que passou. Ele vive com o peso de ter matado a própria família

Cory Barlog

Cory Barlog, o diretor de God of War

A aproximação da câmera, de uma perspectiva afastada para o ombro de Kratos, também é uma maneira de deixar a história mais pessoal. "Sempre quis fazer isso", diz o diretor. A comparação com The Last of Us é óbvia, mas, apesar de dizer que gosta do exclusivo da Sony, não quer algo como a relação entre Ellie e Joel. "Kratos está no comando o tempo todo aqui. Existe uma correlação entre o relacionamento dos personagens. Mas não é igual", ressalta.

No painel, também foi dito que todos os jogos de God of War até agora foram a "história de origem" de Kratos. "Quero que eles sejam mesmo. A história de origem mais legal de todos os tempos", diz Barlog.

Entretanto, apesar das referências ao passado, o diretor faz questão de afirmar que este é um novo começo. "Estamos mudando de era. É como antes e depois de Cristo. Estamos mudando tudo. Por isso o nome é apenas 'God of War'."

God of War chega em 2018 ao PlayStation 4.