Preciso começar esse texto com uma confissão: eu não entendia o que as pessoas viam em Destiny.

Tentei começar uma campanha no primeiro jogo diversas vezes, antes e depois da reformulação promovida pela expansão “O Rei dos Possuídos” (“The Taken King”), mas, ao menos no começo, as missões pareciam muito genéricas, a história não tinha profundidade. Eu desisti muito antes de chegar na parte que realmente prende os jogadores, nas quais você participa de assaltos, raids e busca os melhores itens.

Depois de jogar Destiny 2, eu entendi o que faz as pessoas gostarem tanto da aventura espacial da Bungie.

A convite da Activision, viajamos até Bellevue, nos EUA, onde fica o escritório da produtora, para um intensivão com a continuação de um dos mais ambiciosos jogos desta geração e o sentido geral é de que o estúdio traz de volta os Guardiões em um jogo muito melhor estruturado do que seu antecessor.

Nossa primeira prévia, que cobriu apenas a missão inicial “Homecoming”, chegou à conclusão de que Destiny 2 é o que o primeiro jogo deveria ter sido desde o.começo, e após passar cerca de 16 horas com uma build quase finalizada, é difícil não concordar mais.

Destiny 2 te envolve de forma muito mais profunda em seu universo logo em seus primeiros momentos. Você provavelmente já deve ter visto a destruição da Torre nos gameplays que já foram divulgados, e o que te espera logo depois (por motivos que não vamos contar para não dar spoilers), o que te espera é a European Dead Zone (ou Zona Morta Europeia), a “Velha Rússia” da continuação.

Boa parte da nossa sessão se concentrou exatamente na EDZ, em dois momentos: no começo da campanha, com o nosso personagem em nível baixo, e depois de realizar algumas missões principais da história, com mais experiência e uma build de itens mais robusta (incluindo aí alguns itens exóticos e lendários).

Logo de cara, a EDZ parece um universo muito mais vivo, desde o começo do jogo. Uma das grandes barreiras dos momentos iniciais de Destiny, para mim, era a de que eu estava me deparando com mundo vazio e de missões desinteressantes, uma espécie de “pré-requisito” que eu deveria passar até chegar no ponto em que se abria o conteúdo que realmente interessava - raides, assaltos, entre outros.

Na nova área, a sensação foi completamente oposta. Ao colocar os pés nela, o local é mais vivo do que nunca, desde as constantes intervenções de inimigos (tanto dos Decaídos quanto dos Cabais) às inúmeras atividades que podiam ser realizadas desde o início da campanha.

Eis um resumo de algumas das atividades que conseguimos fazer durante o teste:

Destiny 2
  • Aventuras: São o mais próximo que o jogo tem de sidequests, com vários objetivos entrelaçados por uma narrativa. São uma boa maneira de se aprofundar mais no universo do jogo, já que os diálogos entre os NPCs - na EDZ, quem conversa conosco é o franco-atirador Devrim Kay - e o Fantasma dão várias dicas sobre o que está acontecendo no mundo (adeus, história por meio das cartas do Grimório).
  • Eventos públicos: Nos momentos iniciais da campanha, foram os que mais deram um desafio aos presentes. Seu funcionamento foi melhorado substancialmente em relação ao primeiro jogo, pois agora você sabe com antecedência quando se iniciam os eventos e onde eles serão realizados. Sendo assim, há bastante tempo para um grupo de jogadores se reunir no local para enfrentar os inimigos de cada desafio.
  • Setores perdidos: Uma das atividades inéditas de Destiny 2, estes setores se assemelham a dungeons, já que são áreas cuja entrada é escondida (para encontrá-la, procure por símbolos nas paredes). Ao final de cada dungeon, há um chefe e um tesouro - as que testamos não ofereceram tanta dificuldade.
  • Patrulhas: Desbloqueadas em um momento mais avançado da campanha, elas mantém parte de sua estrutura no primeiro game, na qual você derrota inimigos, coleta itens ou analisa certas áreas, mas agora também têm um componente de história mais forte por meio dos diálogos (mas menos denso do que as Aventuras).

De modo geral, todas essas opções de interação com o jogo mostram o aprendizado da Bungie com o primeiro Destiny e suas subsequentes expansões ao longo dos últimos três anos. Quase todas as atividades que descrevi acima frequentemente nos levam a interligações estreitas entre pontos distantes do mapa - galpões, túneis, corredores, e por aí vai.

Nessas transições entre ambientes abertos e fechados, elas passam a impressão de que cada um destes locais foi construído especificamente para aquela missão, adicionando uma vida a estes mapas que eu não tive a chance de presenciar nas minhas poucas horas com o primeiro Destiny.

Isso se soma ao fato de que navegar pelos mapas de Destiny 2 também ficou muito mais fácil, pois é possível fazer viagens rápidas entre pontos específicos. A facilidade desde tipo de navegação foi tão grande que sequer senti falta dos Pardais (ou Sparrows), obtidos somente no final de nosso tempo com o jogo.

Na parte de jogabilidade, Destiny 2 continua o que deu certo no primeiro jogo, com o adicional de que o senso de progresso é melhor distribuído justamente pelo que você pode fazer desde o começo do jogo. A história, claro, tem um grande papel nisso, mas o cenário também tem seu papel. É interessante notar como os inimigos e missões dentro da EDZ evoluem de acordo com o seu nível - em um ponto avançado de nosso teste, com nossos personagens já perto do nível 20 (o limite da versão inicial), havia aventuras e eventos voltados para o nosso poder.

Destiny 2 chega em 6 de setembro para PlayStation 4, Xbox One. A versão de PC chega em 24 de outubro.