Jogamos: Remake de Resident Evil 3 traz ótimo equilíbrio entre terror e ação
Revisitar Raccoon City nunca foi tão aterrorizante e frenético
Quando o remake de Resident Evil 3 foi revelado em dezembro de 2019, uma das (minhas) maiores preocupações foi quanto à dosagem da ação. No game original de 1999, Resident Evil 3: Nemesis, esse elemento já estava presente e era um dos maiores diferenciais do jogo, se comparado ao Resident Evil 2 de 1998.
Isso porque o terceiro título numerado da franquia trouxe recursos nunca antes vistos na série, tais como o giro em 180º e mecânicas como a mistura de pólvoras e as escolhas em tempo real. Uma das principais habilidades novas, todavia, era a esquiva que possibilitava à protagonista, Jill Valentine, desviar de investidas inimigas.
A simples presença desse recurso, por si só, modificava o ritmo do jogo, deixando-o mais dinâmico e, por vezes, frenético. E sim, a esquiva está de volta no remake. Porém, confirmar esta mecânica no game e, sobretudo, conferir na prática como ela funciona, trouxe a conclusão de que RE3 alcançou um novo nível de equilíbrio entre ação e horror.
Tudo famililar, tudo novo
O The Enemy teve oportunidade de testar o novo RE3 em uma sessão de testes exclusiva. Na ocasião, foi possível constatar que o jogo segue perfeitamente a fórmula usada no remake de RE2. Em termos gerais isso significa que todos os elementos do título original estão de volta, mas com uma nova roupagem.
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Você vai reconhecer as ruas de Raccoon City e também os estabelecimentos mais icônicos presentes no jogo original. A trilha sonora clássica também recebeu atenção especial; e existem puzzles e objetivos que precisam ser cumpridos mais uma vez, claro.
E dentre tudo que é possível revelar, uma das reformulações mais interessantes, sem dúvidas, é a dinâmica entre Jill e Carlos Oliveira. É nítido que o papel do mercenário sul-americano foi ampliado nessa versão e, particularmente, a decisão de aumentar sua importância é bastante bem-vinda, afinal, Carlos realmente parece ter muito a contribuir para a história - e com a Jill.
Por falar na protagonista, Jill está mais comunicativa, digamos assim, resmungando com frequência e pensando alto, mas sempre oferecendo momentos carismáticos. Até mesmo suas poses com algumas das armas são similares ao que vimos no RE3 original.
Novamente, vale dizer: tudo que se conhece do original está presente, mas com cara nova - e algumas coisinhas novas aqui e acolá.
Afinal, RE3 foi reimaginado, assim como o remake de RE2. A diferença é que o elemento de ação é uma constante, e, dada a maneira como foi executada nos trechos disponíveis para teste, resta apenas elogiar a Capcom por conseguir equilibrar e gerenciar muito bem o gênero; enquanto o game ainda entrega horror e tensão de qualidade.
O perigo continua à espreita
Embora Jill tenha a esquiva e seja, nitidamente, mais habilidosa do que Leon Kennedy ou Claire Redfield em RE2; a ex-integrante dos S.T.A.R.S. ainda passará por muitos perrengues.
As esquinas de Raccoon continuam perigosas, repletas de zumbis à espreita; e nos outros cenários que vasculhamos, em especial nos esgotos, existem inimigos diferentes e igualmente mortais. Os Hunter γ, por exemplo, estão de volta: repaginados e ainda mais intimidadores.
O mesmo vale para os Drain Deimos, aqueles inimigos que pareciam insetos e lembravam as Chimeras do primeiro Resident Evil. Os monstros podem agora, inclusive, depositar uma espécie de larva em Jill e deixá-la com o status alterado. Bem nojento!
Tudo conversa e corrobora com a atmosfera hostil de Raccoon. Além disso, ver a cidade controlada pela Umbrella Corp. reimaginada neste remake dá uma perspectiva ainda maior de todo o estrago do t-Virus. É realmente desolador, solitário e, por vezes, desesperador, vagar pelas ruas e perceber o que aconteceu.
Isso, obviamente, nos momentos mais “tranquilos”, já que Nemesis sempre pode aparecer quando você menos imagina para transformar tudo no mais perfeito caos e, claro, destruir tudo que aparecer em seu caminho.
Nemesis
É impossível não falar de Nemesis. Ele é, afinal, a maior ameaça que Jill enfrentará ao longo do game, assim como na versão original.
Sem dar detalhes de quando ou onde o monstrengo aparece exatamente - sem estragar surpresas (ou sustos!) por aqui -, é possível afirmar que Nemesis está ainda mais letal do que antes.
A inteligência artificial do monstro é notável. Ele realmente é um Tyrant (ou Mr. X) mais ágil, mais forte, mais esperto, mais violento, e, claro, mais implacável! Os trechos onde era necessário enfrentá-lo (ou fugir dele) na sessão de testes mais pareceram testes cardíacos.
Nemesis agora pode usar os tentáculos em seu corpo desde o início e não mais quando está gravemente ferido. Essas extensões, assim como na versão de 1999, são usadas para puxar Jill pelos pés, trazendo-a para mais perto. Além disso, o monstrengo usa armas de fogo novamente, como o lança-chamas, por exemplo.
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Entretanto, não é impossível derrotá-lo (ou despistá-lo) e, claro, pode ser recompensador investir em derrubar Nemesis sempre que possível, da mesma forma que acontecia no jogo original.
“Para todos os fãs que já amei...”
Testar RE3 foi um atestado necessário de qualidade. Toda a apreensão com as dosagens de ação e terror foram embora.
Nos trechos jogados durante a sessão de testes, a preocupação da Capcom em atingir fãs novos e, principalmente, os mais antigos; é nítida. O equilíbrio entre ação e horror está ótimo, a dificuldade está bem ajustada, a nostalgia enche o peito de felicidade… Todos os elementos necessários para uma fórmula de sucesso estão presentes.
Resident Evil 3 (2020) tem tudo para ser, ao lado de Resident Evil 2 (2019), outro grande sucesso da franquia - além de, algum forma, complementar o segundo game numerado e, claro, entregar um épico desfecho para a malfadada cidade de Raccoon.
Que venha 3 de abril!