Jogamos: The Rogue Prince of Persia traz série da Ubisoft em roguelike
Título desenvolvido pela Evil Empire, de Dead Cells, casa bem com a franquia
Prince of Persia está de volta com tudo em 2024. Depois de The Lost Crown levar a clássica série ao metroidvania, a Ubisoft vai colocar o principe em um novo gênero também em alta: o roguelike em The Rogue Prince of Persia, fruto da parceria entre a publisher francesa e o estúdio indie Evil Empire, de Dead Cells.
A convite da Ubisoft, The Enemy teve a oportunidade de testar uma versão em desenvolvimento do jogo, que chega em acesso antecipado ao Steam em maio.
Em The Rogue, o príncipe vê sua cidade ser atacada por um grupo de hunos fortalecidos por magia. Mas o protagonista, por sua vez, também tem um poder especial: a capacidade de renascer toda vez que é ferido mortalmente.
Mas, como manda a premissa de um roguelike, The Rogue Prince of Persia sempre te leva de volta ao ponto inicial da aventura após morrer, levando seu personagem à estaca zero em termos de armas e habilidades especiais.
O grande destaque do teste ficou nos segmentos de plataforma. Fiel ao DNA da franquia, este novo Prince of Persia dedica um grande pedaço de seus níveis em desafios cheios de espinhos e armadilhas.
O protagonista é capaz de dar dashes em pleno ar e correr pelas paredes, garantindo uma mobilidade que permite resolver os segmentos de plataforma de várias formas diferentes. O comando de corrida na parede as vezes pode ser confuso, já que exige um pouco mais de precisão no direcional. É preciso ter cuidado para onde você aponta o analógico, ou você pode acabar caminhando rumo a um espinho.
O combate também tem seus momentos de brilho, já que o jogo tem várias armas diferentes de curta e longa distância. Os movimentos do príncipe e dos inimigos são mais cadenciados dependendo do peso da arma, garantindo um aspecto estratégico que faz a diferença sobretudo nas lutas contra os chefes.
Tudo isso é embalado por uma ótima música e visual. Este último é fortemente inspirado pela estética de quadrinhos franco-belga, vista em clássicos como Tintim. "É uma mistura de várias inspirações. A primeira é a de graphic novels francesas. Miramos em um estilo de desenho feito a mão, com cores chapadas. Isso é em parte por gosto pessoal, pois gosto desse tipo de quadrinho, mas também para que os elementos em tela sejam fáceis de identificar", explica o diretor de arte Dylan Eurling ao The Enemy.
Caso você morra, é preciso recomeçar tudo, e o fato de os níveis serem proceduralmente gerados garante que cada tentativa será diferente. Mas isso não significa que o jogo seja impiedoso.
O local onde o príncipe renasce tem uma série de lojas nas quais é possível comprar itens e outras vantagens para a próxima run. Nos proprios niveis, tambem há armas em baús e lojas para fortalecer o herói. Além disso, cada fase também conta com pontos de viagem rápida, que permite retornar à estes pontos sem preocupação.
Como o jogo nasceu
The Rogue Prince of Persia nasceu de um encontro entre desenvolvedores da Evil Empire e da Ubisoft em uma edição da Game Developers Conference (GDC), principal evento da indústria voltado a produtores de games. Mas a história vai além.
"Conversando durante o evento, alguém disse que seria legal se pegassemos o que fizemos com Dead Cells para fazer um jogo de Prince of Persia?", conta a diretora Lucie Dewagnier ao The Enemy. Com o contrato assinado, a desenvolvedora começou a trabalhar com a franquia.
A franquia Prince of Persia nasceu nos anos 1980, e surpreendeu por seus saltos precisos e animações fluidas em cenários onde era preciso se mover com precisão. Algo que, como The Rogue mostra, é semelhante ao que se vê em diversos roguelikes.
No entanto, o trabalho para adaptar o jogo ao gênero não foi tão simples como a demonstração deixa transparecer. "Precisamos fazer muitas mudanças para encaixar Prince of Persia em um roguelike. Acho que os dois combinam, mas fazer um roguelike focado em travessia e movimento toma alguns espaços ocupados pelo roguelike, então precisamos equilibrar bastante", explica Dewagnier.
"Também precisamos que partes do DNA de Prince of Persia precisamos manter. O combate acrobático foi o principal fogo", complementa Eurling. "Em Prince of Persia, você também tem a história e um pouco de quebra-cabeças. Precisamos fazer algumas escolhas por conta do aspecto roguelike, pois não há como repetir esse tipo de mecânica específica."
The Rogue Prince of Persia deve ser lançado para PC em acesso antecipado, uma versão ainda não finalizada que deve receber adições de conteúdo, atualizações, e na qual os desenvolvedores contam com o retorno dos jogadores para aprimorar o game.
A escolha foi motivada pela motivação da Evil Empire em trabalhar com a comunidade, de acordo com Dewagnier. "Nós poderíamos fazer o jogo sem early access, mas não quisemos isso, porque desejamos construir o jogo com a comunidade e os jogadores. Com Dead Cells, aprendemos muito com a comunidade e queremos fazer isso de novo. Após o lançamento, em 14 de maio, ele será nosso e do jogador", finaliza a diretora.