Bloodborne: Se você atacou Djura, reflita sobre a hipocrisia

Yharnam é um lugar mais complexo do que parece

Por Diego Lima 10.08.2023 16H43

O objetivo do Caçador controlado pelos jogadores em Bloodborne é encontrar Sangue Pálido para transcender a caçada. Toda a jornada, portanto, gira em torno de se livrar do pesadelo que começa em Yharnam, uma cidade cheia de criaturas sedentas por sangue.

Há mais nuances do que você imagina

A princípio, tudo parece muito simples. Existem monstros malucos que querem matar o jogador, então, obviamente, o certo é matar tudo o que você encontra e seguir até o final do jogo em busca de uma maneira de se livrar desse inferno.

No entanto, conforme novas informações sobre a mitologia de Bloodborne são descobertas pelos jogadores, torna-se evidente que a questão é bem mais complexa do que parece. Afinal, as criaturas de Yharnam não são um produto da natureza.

Foi a própria Igreja da Cura que levou ao surgimento dessas criaturas. Apesar do nome, essa instituição passa longe de ser algo realmente digno de admiração. Isso se torna ainda mais evidente quando jogadores conhecem Djura.

"Você é o monstro"

Por padrão, Djura é um personagem hostil em relação aos jogadores. Assim que se chega à Antiga Yharnam, somos alertados por ele de que Caçadores não são bem-vindos. Djura, por algum motivo, está do lado das criaturas.

Há maneiras de se aproximar de Djura e ser legal com ele. Ao interagir com esse NPC amigavelmente, ele explicará que as criaturas de Antiga Yharnam não são uma ameaça para a superfície, então, não há motivo para matá-las. Jogadores podem tanto concordar em parar com a matança das criaturas quanto ignorar isso e atacar o próprio Djura.

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Ao concordar em deixar que os monstros vivam, Djura explicará que "caso você não tenha percebido, as coisas que você caça não são bestas. São Pessoas." Caso você mate Djura, um complemento virá em relação à frase anterior: "Você é o monstro."

O que fazer, então?

Às vezes, o Djura morre sozinho caindo do prédio... Foi o que aconteceu aqui.

De fato, parece que Djura sabe do que está falando quando diz que os monstros não são uma ameaça para a superfície. Então, parece sensato deixar a Antiga Yharnam em paz a partir do momento em que podemos seguir adiante na história sem voltar lá.

Por um lado, nunca há como saber se monstros realmente não sairão de controle. Por outro, nada indica que eles consigam se livrar do caçador que passou a protegê-los. Tanto exterminá-los quanto ignorá-los parecem ideias plausíveis.

No final das contas, de fato, há monstros que conseguem até mesmo falar. Então, em algum nível, eles ainda possuem consciência, embora precisem se alimentar de sangue. Com isso em mente, eles se tornaram predadores perigosos, mas matam por necessidade. Enquanto isso, os caçadores os matam porque assim foi dito que eles deveriam fazer.

Mesmo que não pareça, os monstros de Bloodborne são, em certa medida, vítimas. Isso não quer dizer que eles devam ser deixados em paz quando, nitidamente, são capazes de atacar os jogadores por motivo nenhum. Ainda assim, eles não escolheram se tornar o que se tornaram. Então, talvez o ideal seja, realmente, despertar do pesadelo e deixar tudo isso no passado.


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