Em Hellblade: Senua's Sacrifice encontrei o começo de um incêndio interno e externo. O título cutucou as chamas de particularidades do meu ser, ao mesmo tempo que faz papel de fagulha pra algo externo e importante.
O jogo é maravilhoso: o design é de tirar o fôlego, com uma trilha sonora acentuada, a aventura coloca você em uma tensão imersiva constante — é agoniante se imaginar vivenciando as experiências de Senua.
Para alguém que entende a realidade de uma doença psicológica, aquele mundo traça paralelos que fui capaz de me relacionar em diversos momentos. Com uma interpretação maestral de Melina Juergens, o jogo entrega uma história pesada da maneira que precisa ser: intensamente.
Além de contar com diversos combates — internos e externos da personagem — para mim ele é uma luta por si só: assim como Horizon: Zero Dawn, Hellblade começou a incendiar as portas que ainda delimitavam a presença feminina em jogos.
Com o esforço conjunto de diversas personagens (alô, Lara Croft, Zelda, Ellie, Bayonetta, Iden Versio, Sammus, Chloe, Nadine, Jill, Clarie, Ada ... entre outras), ter um 2017 com Senua e Aloy foi o começo de um caminho que precisa seguir desbravado. Ter o papel feminino como quem salva todos e não quem precisa ser salva, é um passo grande sobre representatividade.