Desde os primeiros testes como betas e demos, Street Fighter 6 se mostra um jogo promissor. O lançamento da Capcom parece ter tudo para todos os tipos de jogadores e, de fato, é isso que este review reforçará. Após horas explorando todos os modos da versão final do jogo, é possível cravar que este é um dos que disputará como melhores lançamentos da franquia.

Uma aposta chamada World Tour

Nesse novo tipo de modo história, o jogador cria o seu próprio avatar e se aventura pelo mundo de Street Fighter, que é cheio de NPCs interessantes, lutas não apenas contra inimigos básicos e até alguns “chefes” em momentos específicos do enredo, e interações com “lutadores lendários”, os personagens famosos da franquia.

Ryu, Chun-Li, Ken, Guile, e até estreantes como Jamie, Marisa, todos participam, mesmo que minimamente. Nessa jornada para se tornar mais forte, todos viram mentores e aceitam ensinar algumas técnicas.

imagem de gameplay do modo world tour em street fighter 6
Capcom

Aqui, aprende-se estilos de luta, que dita como seu personagem se comporta no combate, socos e chutes normais, por exemplo, mas também habilidades, que é onde entra a mistura prometida pela Capcom de poder esticar o braço igual o Dhalsim, mas também usar um Hadouken, de lutar sumô igual o Honda, mas usar o super do Luke. 

Tudo se mostra de forma muito natural. Os mestres aparecem com o decorrer da história e, primeiro, é preciso aprender um golpe, usá-lo várias vezes, aumentar o nível de relacionamento com o mestre em questão, para então aprender novas habilidades.

Quanto mais ataques do mesmo mestre forem usados, mais o nível de relacionamento com este aumenta, até a hora de desbloquear um super, ou mesmo mais novidades como diálogos, missões especiais e até itens de personalização.

imagem de gameplay do modo world tour em street fighter 6
Capcom

Porém, não apenas de acertos é feito o World Tour. Embora enfrentar os diferentes tipos de inimigos oferecidos pelo jogo seja motivador no início, será normal sentir falta dos tais “lutadores lendários”, personagens importantes e que poderiam aparecer mais.

Ao menos para terminar a missão principal, sem fazer sidequests a não ser quando necessário, o jogo oferece umas boas 30 horas de uma história interessante, com seus plot twists e mais. Porém, num mundo no qual pode-se encontrar Ryu, Chun-Li, Ken e companhia, personagens como Bosch, rival do protagonista, perdem completamente seu apelo.

Embora todos os tão queridos personagens icônicos da série estejam ali e as habilidades possam ser usadas, ninguém participa ativamente da história e perdem espaço para personagens inéditos que se resumem a líderes de gangues, facções e afins.

imagem de gameplay do modo world tour em street fighter 6
Capcom

Desta forma, depois de boas horas de World Tour, lutar contra os mesmos 30 NPCs com caixa de papelão na cabeça se mostra repetitivo, principalmente quando o objetivo apenas obriga a ir do Ponto A para o Ponto B.

Isso aliado a intensas sessões de “grind” necessárias para aumentar o nível do personagem para lidar com inimigos gradativamente mais fortes com o decorrer da história e não poder apenas avançar na missão principal, em determinados momentos, pode ser considerado até exaustivo.

Fighting Ground, Battle Hub, lutas e mais lutas

O modo Fighting Ground é onde encontram-se todas as opções tradicionais de jogo, como Arcade, favorito de grande parte da comunidade e que se mistura com o modo World Tour de forma inteligente, com acontecimentos envolvendo personagens importantes refletindo no universo de Street Fighter 6, invés de enredos alheios ao modo história, como é de costume.

imagem de chun li em street fighter 6
Capcom

Além disso, são oferecidas diversas missões para executar durante as batalhas do modo Arcade, como ganhar de Perfect, sem perder nenhum round e mais, tudo para desbloquear artes mostradas ao final de todas as fases e, algumas especiais, podem ser usadas como personalização do perfil mostrado nos modos online.

Além disso, lutas de time e Extreme Battle também funcionam perfeitamente como modos extremamente apelativos para gameplay local, seja para disputa normal com até cinco personagens de cada lado, ou com regras diferenciadas como uma bola explosiva na tela, raios e mais.

Tudo isso é potencializado pela RE Engine, que foi perfeitamente utilizada para mostrar não apenas personagens com mais expressões e personalidade, mas também gerando partículas, faíscas, magia, aqueles efeitos de grafite com Drive Impact durante lutas — embora seja importante apontar que jogar no modo qualidade pode gerar travamentos, principalmente no modo World Tour, no qual é comum ter diversos inimigos na tela e mais efeitos espalhafatosos.

imagem de cammy em street fighter 6
Capcom

Gameplay refrescante e amigável

Sobre o aspecto jogabilidade, é importante reforçar que Street Fighter 6 oferece novas mecânicas, um sistema repaginado e também adições inéditas como Drive, tudo cria um conjunto amigável para qualquer um, embora oferece inúmeras possibilidades para quem deseja se aprofundar.

Drive System é a adição mais óbvia, com opções defensivas, voltadas para agressividade e até o poderoso Drive Impact, tudo já é explorado desde os testes beta por muitos jogadores e a tendência é apenas que tudo gere cada vez mais jogadas mirabolantes.

imagem de gameplay de street fighter 6 com Cammy vs Manon
Capcom

Já para quem não é nenhum veterano da franquia, Street Fighter 6 introduz o esquema Moderno de controles, com o qual ataques especiais são atrelados ao apertar de apenas um botão, facilitando a vida de quem apenas procura diversão com o novo game.

Sobre os modos online, tudo que a comunidade queria está aqui. Crossplay entre todas as plataformas e o investimento no Rollback Netcode prometem criar um ambiente muito mais agradável, seja para as partidas ranqueadas de mais alto nível ou apenas a interação no Battle Hub, centro de atividades online no qual jogadores podem participar de eventos como torneios, comprar novos itens de personalização, jogar junto de amigos em cabines de fliperama e mais.

De forma resumida, a Capcom está de parabéns com Street Fighter 6, lançado como um jogo que resolve quase todos os problemas de edições anteriores e atende a muitos pedidos de muitas comunidades. Existe jogo para todos. Tanto o fã mais casual até quem já se dedica há anos tem motivos para jogar.

imagem de gameplay de street fighter 6 no modo batthe hub
Capcom

O novo sistema de lutas é amistoso sem deixar de oferecer complexidade para quem procurar. Gameplay cadenciado, novidades do Drive System e esquemas de controles diferenciados incentivam a experimentação e empolgam tanto quem joga quanto quem assiste.

Embora algumas coisas não sejam perfeitas, principalmente na nova aposta World Tour, nada tira o brilho deste que é, sem dúvidas, um dos melhores lançamentos da série.


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Street Fighter 6
  • Lançamento

    02.06.2023

  • Publicadora

    Capcom

  • Desenvolvedora

    Capcom

  • Censura

    12 anos

  • Gênero

    Luta

  • Testado em

    PlayStation 5

Nota do crítico