2017 não começou como um ano forte para Street Fighter V. Depois de meses perturbados por problemas no lançamento e críticas da comunidade, a segunda temporada de personagens e novidades não agradou muitos fãs e jogadores de longa data.
A situação teria continuado complicada se a Capcom não percebesse que o modelo atual não estava funcionando para o jogo de luta e concentrou seus anúncios no final do ano justamente para resgatar um pouco da nostalgia e dos pedidos frequentes da comunidade.
- Street Fighter V terá mudança no Fight Money, mais roupas e missões exclusivas
- Sagat, Sakura, Blanka e mais: Capcom revela os próximos lutadores de Street Fighter V
Por meio disso, agora teremos o tão pedido modo Arcade com mais de 200 finais, a presença de dois V-Triggers para dinamizar o estilo de jogo de cada lutador e a volta de personagens clássicos como Sakura, Blanka e Sagat. Pelo visto, a empresa considerou as fortes críticas para reajustar seu planejamento neste jogo que, como ela mesmo disse, quer ser a “plataforma” de longa data para os fãs da franquia.
Mas ainda há pontos que podem deixar o jogo ainda mais atrativo para todos os tipos de jogadores? Claro que sim, e hoje vamos nos concentrar um pouco nisso.
Um passo de cada vez
Encontrar seu personagem favorito em Street Fighter é um processo que varia de acordo com o jogador. A segunda temporada de Street Fighter V mostrou que ainda temos estilos diferentes de lutadores chegando na pancadaria: Menat aposta em zoning complexo com boas opções de “enganar” o adversário, enquanto Abigail é lento mas duramente poderoso ao contestar os botões do inimigo.
A tendência é que a diversidade aumente ainda mais em Arcade Edition. A chegada de dois V-Triggers causa um impacto ainda maior do que vimos com dois Ultras em Street Fighter IV. Ao invés de só escolher uma magia poderosa para seu personagem, a dinâmica em Street Fighter V é trazer dois estilos diferentes de luta com novos combos, magias e estratégias para se adaptar aos adversários.
Isso permite, por exemplo, de apostar em um V-Trigger mais “zoning” para lidar com a chuva persistente de magias de um Guile. Ou de escolher um estilo muito mais ofensivo para Ryu, que ultimamente tem ficado atrás dos novos lutadores nos campeonatos.
Acertar a mão em estilos diferentes pode prender ainda mais os jogadores novatos que entrarem nos próximos meses.
No entanto, mais do que isso, a Capcom precisa entregar lutadores atrativos para chamar o interesse de quem ainda nem quis se aventurar pelo jogo. A responsabilidade está, com isso, focada na chegada dos novos personagens — pois, convenhamos, dois estilos de jogo para Blanka seria incrível, não é mesmo?
Além do modo Arcade
Os pedidos foram atendidos e o modo Arcade finalmente está chegando em 2018. Você poderá escolher uma série de “caminhos” inspirados nos jogos anteriores da série. Ou seja, se optar por relembrar Street Fighter II, todos os adversários e estágios bônus que virão serão respectivos a esse jogo. Simples e nostálgico, não?
Saudosismo é um fator importante por aqui, ainda mais se ele envolver mais o ambiente offline que o online. Desde o lançamento, muitas das ações da Capcom foram centralizadas em manter o jogador conectado — e, na verdade, o processo deveria ser o contrário.
Pouco a pouco, o jogo foi deixando seu aspecto puramente competitivo para adotar a “cara” de Street Fighter pelos anos. De chamar o amigo para tirar aquele “contra” ou ver qual é o final da história do Ryu. Mas ainda faltam muitas coisas. Basta ver Injustice 2, Mortal Kombat X e Tekken 7 e como eles exploram os elementos fora do momento da briga. Há modos novos, cosméticos, desbloqueios diversos e muitos outros fatores que motivam o jogador a continuar jogando e se divertindo.
É o que Street Fighter V ainda peca. Tudo ainda parece um ciclo vicioso que varia entre partida, treino e lobby. Há poucas opções de quebrar esse ritmo, sem falar que ele não é o mais agradável para a maior parte dos jogadores. E nem pense em ficar offline, pois perderá boa parte dos seus bônus e missões semanais.
No geral, a Capcom está no caminho certo e está saindo da zona caótica em que a franquia estava, mas ainda há muito o que ajustar no jogo para ele se tornar atrativo a todos os tipos de jogadores. A esperança, no entanto, agora é muito maior — afinal, finalmente deixamos de ver Street Fighter V por meio de silhuetas que só no futuro seriam reveladas.
E tragam Q. Por favor.
Clique para ver os outros conteúdos da retrospectiva do The Enemy