Reprodução: Warner Bros./Naughty Dog
The Last of Us reintroduz pior monstro do jogo com nuances arrebatadoras
Scott Shepherd e Bella Ramsey brilham em episódio marcado por paralelos entre David e Ellie
Quem estava ansioso por episódios mais movimentados deve ter aproveitado o The Last of Us desta semana. A exibição que chegou ao HBO Max no domingo (5) se apoia no jogo novamente, reproduzindo os acontecimentos à risca.
Porém, com a exceção de nuances bastante interessantes adicionadas ao arco de David, o pior monstro do primeiro jogo. Tanto Scott Shepherd, que dá vida ao vilão, quanto Bella Ramsey brilham no episódio, que é marcado pelos paralelos entre ambos os personagens.
As mudanças em David
Scott Shepherd, de Ponte dos Espiões (2015), está arrebatador no papel de David – que, na adaptação, ficou ainda mais assustador e repugnante.
Na série, além de canibal, David também é líder de um culto religioso que formou com sobreviventes da zona de quarentena de Pittsburgh. Ele é um pastor que não mede esforços (e limites) para proteger seu rebanho.
A religiosidade do vilão é algo apenas sugerido pelo primeiro jogo, visto que o vemos proferindo algumas rezas enquanto enfrenta a horda de Infectados ao lado de Ellie.
Sendo assim, o aprofundamento deste traço do personagem é uma escolha bastante interessante do roteiro de Craig Mazin, que expõe e critica a sede por sangue não apenas por parte do pastor, como também dos seus seguidores.
Assim, a série toca na ferida e propõe que, sim, grupos religiosos não estariam imunes à brutalidade do mundo de The Last of Us – na verdade, há o potencial de representarem um dos maiores horrores dessa realidade.
Bella Ramsey foi a escolha perfeita para Ellie
Tornando as cenas de David ainda mais poderosas está Bella Ramsey, que mais uma vez brilha no papel e mostra que foi a escolha perfeita para Ellie.
A atriz acompanha a presença impositiva de Scott na tela com tribulação e relutância em ceder ao medo.
Bella adiciona realismo e novas camadas à aflição e trauma que sua personagem passa no episódio. Pondo à prova todos os ensinamentos de Joel, Ellie encara seu pior pesadelo sozinha.
O ápice do episódio está, justamente, na troca dos dois atores. Após ser capturada, Ellie desperta em uma cela, com David exigindo que revele seu nome e onde está Joel. Mas ela não cede.
"Tenho medo de você, é uma pessoa violenta e provou isso. Mas se não aceitar minha ajuda, ficará sozinha", diz David à garota.
Como em outros momentos do episódio, David prova que faz da retórica uma arma para manipular e amedrontar aqueles ao seu redor. Perspicaz, ele farejou o pior medo de Ellie, aquele que a garota confessou no episódio cinco: ficar sozinha.
Em outro diálogo entre os dois, o roteiro estabelece um vínculo brilhante entre Ellie e David: ambos abraçam a violência sem medo. O pastor confessa que “sempre teve um coração violento”, e ele enxerga o mesmo na garota.
O intuito é mostrar que David a entende e que ela pode confiar nele. Porém, aqui o roteiro também amarra a argumentação de episódios anteriores e apresenta ao espectador um dos aspectos mais importantes da personagem de Ellie: sim, ela é uma pessoa violenta.
Mais uma vez a série discute os limites de “proteger aqueles que ama a qualquer custo” em uma realidade como a de The Last of Us.
David abraçou o canibalismo para proteger seu rebanho. Ellie quebra o dedo de David e mata James porque Joel pode morrer se continuar desamparado. Isso acontece logo após o pastor dizer à garota o quanto ela é violenta – e, sim, ela sabe disso.
O cameo de Troy Baker
Outro destaque do episódio é Troy Baker – sim, o Joel nos jogos –, que assume o papel de James, o braço direito de David.
Apesar de ter uma participação breve na série, Baker adiciona relevância e destaque ao papel de James, que serve para mostrar a relutância do grupo em seguir David. Isso enfurece o pastor e o motiva a usar de medidas extremas para manter o rebanho unido.
No mais, o personagem de Baker é morto por Ellie com um facão na garganta – e, sabendo que ele é a voz de Joel nos games, quão simbólico é isso, não é mesmo?
Consolidação do laço entre Joel e Ellie
Enquanto Ellie luta sozinha pela sua vida, Joel desperta com a ajuda a penicilina que a garota aplicou em sua ferida.
Se entregando à urgência de encontrar Ellie, ele sede novamente à violência e tortura os seguidores de David para descobrir o paradeiro da adolescente.
Joel encontra Ellie coberta de sangue, terror e adrenalina. Como um animal acuado, ela treme e desaba nos braços do contrabandista – afinal, ela acaba de fugir de um monstro que, assim como no jogo, indica ter a intenção de estuprá-la.
O desespero de Ellie na cena é palpável, em mais uma entrega excelente de Bella Ramsey no papel.
Retribuindo o abraço e procurando acalmar a garota, Joel carinhosamente a chama de “bebezinha”. Trata-se da consolidação do laço que se estreita entre os dois. Já era, ninguém mais é capaz de quebrá-lo.
Tudo pronto para a conclusão da temporada
O oitavo episódio prioriza a fidelidade ao game para trazer às telinhas os acontecimentos do fim do capítulo de inverno.
Porém, a adaptação mais uma vez opta por enriquecer o material original ao adicionar nuances surpreendentes e arrebatadoras à David.
Além disso, outro grande trunfo do episódio são os paralelos entre o vilão e Ellie – similar ao que foi feito com Joel, Bill e Henry em episódios anteriores.
Todos esses paralelos são cruciais não apenas para a conclusão da primeira temporada, como para a segunda, que adapta os acontecimentos de The Last of Us Parte 2.
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The Last of Us retorna com um novo episódio no domingo (12). A série terá avaliação do The Enemy todas as segundas-feiras após as exibições.
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- Lançamento
14.06.2013
- Publicadora
Sony
- Desenvolvedora
Naughty Dog
- Censura
16 anos
- Gênero
None