Não há dúvidas de que os fãs de The Last of Us tiveram uma ótima noite de domingo. No dia 15 de janeiro, a aguardada adaptação da série de games chegou ao HBO Max. Com um episódio de 85 minutos de duração — o mais longo da temporada —, a estreia surpreendeu com o nível de fidelidade e expansão da história, sendo um prato cheio para os jogadores. 

De fato, o início do piloto é primoroso e eleva as expectativas. Após uma introdução um tanto didática, em que um cientista explica em um talkshow da década de 1960 o que é o fungo cordyceps e o perigo que ele representa, o roteiro nos apresenta os Miller. 

Não começamos, exatamente, na cena que dá início ao jogo — em que Sarah entrega o relógio a Joel —, mas horas antes disso. Os Miller compartilham um café da manhã apressado, com zombarias e brincadeiras entre um Tommy descontraído e um Joel mal-humorado. 

Imagem da série de The Last of Us
Reprodução: Warner Bros/Naughty Dog

Durante esses primeiros minutos, a série também proporciona um olhar mais aprofundado sobre Sarah, o que representa uma adição de bom grado. 

Interpretada por Nico Parker, a filha de Joel é uma adolescente quieta que não parece tão envolvida com a escola. Contudo, vemos a generosidade e a doçura da garota ao se dedicar à surpresa de aniversário do pai e investir na boa relação que mantém com os vizinhos, os Adler. 

Os Adler, infelizmente, se tornam protagonistas do primeiro vislumbre do terror chamado cordyceps. 

Imagem da série de The Last of Us
Reprodução: Warner Bros/Naughty Dog

A cena em que Sra. Adler mostra estar sob efeito da infecção é medonha, demonstrando a preocupação da série em usar um dos temperos que tornam o jogo original tão satisfatório: o terror.

Inclusive, os fãs mais atentos devem ter reconhecido a inspiração por trás da Sra. Adler. No game, quando investigamos a casa dos Miller no controle de Sarah, há uma matéria de jornal a respeito de um assassinato cometido por uma mulher "sem controle" — uma das primeiras tragédias registradas no Surto. 

Imagem de The Last of Us
Reprodução: Naughty Dog

Quanto ao "primeiro ato" do episódio, só há elogios. Além de estabelecer uma base sólida para o arco dramático do Joel, com uma entrega arrebatadora de Pedro Pascal (Joel), o primeiro terço do episódio piloto entrega, ao final, ação eletrizante em grande escala, transmitindo com fidelidade o caos vivenciado no Dia do Surto. 

Imagem da série de The Last of Us
Reprodução: Warner Bros/Naughty Dog

Nos minutos seguintes à desgraça, o foco passa volta a ser o diálogo — algo que, sim, já era fator inerente ao jogo original. Percebe-se a ausência da ação no restante do episódio, em especial a sequência que serve de tutorial do jogo, em que Joel e Tess invadem o QG de Robert para buscar a bateria do caminhão. 

Por mais que, seja impossível adaptar com fidelidade o tutorial de um jogo para uma série de TV, a adição de uma cena de furtividade e/ou tiroteio com os capangas de Robert seria bem-vinda. Além de adicionar mais adrenalina ao episódio, o trecho serviria para apresentar a brutalidade e truculência usada por Joel e Tess para sobreviver àquela realidade distópica.  

Em vez disso, a dupla encontra Robert e os seguidores já mortos, abatidos por uma troca de tiros com os Vagalumes. É ali que Joel encontra Ellie pela primeira vez e aceita a missão de levar a garota para o outro lado da cidade. 

Imagem da série de The Last of Us
Reprodução: Warner Bros/Naughty Dog

O episódio também se destaca por demonstrar que a produção está, sim, preocupada em usar todo o tempo necessário para o desenvolvimento dos personagens. 

A complexidade desta história, assim como dos personagens principais, já mostra os primeiros sinais — com destaque para Bella Ramsey, que entrega uma Ellie ainda mais irritada e frustrada com a situação, o que é totalmente compreensível. 

Amarrando a contextualização bem executada e recheada de diálogos idênticos ao jogo original, o piloto é encerrado com Joel, novamente, tendo a visão ofuscada pela lanterna de um agente. 

Imagem da série de The Last of Us
Reprodução: Warner Bros/Naughty Dog

É neste ponto que o roteiro escrito por Craig Mazin e Neil Druckmann estabelece um paralelo emocionante com o luto vivenciado por Joel. 

Encarando de frente uma cicatriz profunda, o personagem opta por agir e evitar que Ellie tenha o mesmo destino de Sarah, deixando que toda a violência guardada dentro de si aflore.

Com mais altos do que baixos, a série de The Last of Us estreia com um episódio sensível e cuidadoso em relação ao material original, mas que se sustenta como uma hora e meia de entretenimento de alta qualidade. Realmente, um começo forte para uma adaptação tão aguardada. 

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The Last of Us retorna com um novo episódio no próximo domingo (22). A série terá avaliação do The Enemy todas as segundas-feiras após as exibições. 


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  • Lançamento

    14.06.2013

  • Publicadora

    Sony

  • Desenvolvedora

    Naughty Dog

  • Censura

    16 anos

  • Gênero

    None