Rosemary Winters é uma personagem sem igual em Resident Evil. Afinal, quantos bebês foram submetidos aos experimentos científicos bizarros pelos quais ela passou? Aliás, esse tratamento singular dado a Rose pela Capcom foi fundamental para construir o pano de fundo do DLC intitulado Sombras de Rose.

Partindo de uma premissa não tão original, em que há uma protagonista com problemas de autoestima por causa de alguma habilidade que as pessoas não entendem, Sombras de Rose consegue, apesar de tudo, contar uma história com ápices de terror memoráveis e momentos genuinamente emocionantes.

Drama e super poderes

Clone da Rose presa.

Ao longo da campanha, jogadores enfrentam inimigos que lembram bastante os dementadores, de Harry Potter, na maneira como "sugam" os alvos — com a diferença de que, em Resident Evil, o resultado desse ataque é a pessoa perder a carne do rosto e morrer.

Para lidar com essas criaturas, Rose tem acesso a algumas das armas que Ethan Winters também podia usar em Village, mas ela vai além: a protagonista apresenta super poderes literais, do tipo que se imaginaria na Marvel.

Rose arrebentada no quadro.

No caso, Rose pode se concentrar para destruir núcleos de infecção ou desacelerar as criaturas que enfrenta. Há um limite que funciona, praticamente, como munição para os poderes de Rose, então, não podemos usar as habilidades dela o tempo inteiro.

Isso não quebra o combate a ponto de destruir os momentos que deveriam ser desafiadores. Além disso, a ambientação em si, com diferentes "clones" mortos da Rose espalhados pelos cenários, nunca nos deixa esquecer de quão horrorosa é aquela realidade. Você entenderá o uso do termo "realidade" quando jogar.

Familiar e, de alguma forma, novo

Rose meio triste.

Mais do que as inovações em termos de jogabilidade — já que, de forma geral, esta continua sendo uma clássica experiência de Resident Evil, com armas, gerenciamento de inventário (bem generoso, diga-se de passagem) e alguns enigmas —, o que realmente torna Sombras de Rose especial é a história, além do retorno à Casa Beneviento.

Embora a questão da "protagonista que precisa se aceitar" seja, sim, um clichê batido, a maneira como vemos o amadurecimento de Rose é o destaque. Ela realmente termina a história como uma pessoa totalmente diferente da que conhecemos no início da jornada, e tudo funciona de maneira bastante orgânica. Existem algumas cafonices de direção, como os famosos efeitos slow motion desnecessários (um clássico de nosso tempo), mas tudo bem.

Rose e Ca juntos.

Aliás, um fator específico que não posso descrever aqui torna essa aventura muito mais bonita do que poderia ser. Michael, o misterioso guia de Rose, é fundamental para que a história avance na direção que avança e alcance um clímax dramático perfeito.

Quando olhamos para o aspecto do terror, além da já exaltada ambientação, é o retorno à Casa Beneviento que entrega tudo o que as pessoas querem temer. Uma perseguição específica envolvendo objetos inanimados foi o que marcou minha vida para sempre. Sério. De novo, estamos falando de Resident Evil acertando em cheio.

Fãs de Resident Evil precisam jogar

Rose Winters alcançada por boneca.

Sombras de Rose, como você já deve ter percebido, está entre o "mais do mesmo" (em termos de jogabilidade) e o inovador (em como lida com a história). Cheio de cenas cinematográficas relativamente longas, o DLC conta uma história mais metafórica e impactante do que quase todos os outros games da franquia. Se há um modelo a ser seguido, em relação à narrativa, nos próximos jogos, aqui está um ótimo ponto de partida. 

Aliás, fica aqui o destaque também para a dublagem, que segue impecável no DLC. Patrícia Souza, que havia dublado Cassandra Dimitrescu, combinou perfeitamente com Rose Winters. Jogue em português! Você não se arrependerá. 


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