Silent Hill: Um novo jogo seria bom mesmo?
Franquia de terror nunca funcionou tão bem com estúdios ocidentais
Não é de hoje que ouvimos rumores a respeito do tão esperado retorno da franquia Silent Hill. O mais recente deles, inclusive, coloca o estúdio Bloober Team (Blair Witch, Layers of Fear) à frente de um suposto remake do segundo jogo.
Seja real ou não, já que o próprio CEO do Bloober Team não fez questão de desmentir os rumores, a possibilidade levanta algumas questões. Até que ponto um estúdio ocidental seria realmente a melhor escolha para trazer Silent Hill de volta, por exemplo?
O primeiro ponto que devemos ter em mente aqui é o histórico da série da Konami com estúdios ocidentais.

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Idade das Trevas
Depois de Silent Hill 4: The Room, lançado em 2004, o primeiro jogo da franquia a não ser tão elogiado pela crítica, o Team Silent foi deixado de lado.

A equipe que conhecemos como Team Silent trabalhou nos quatro primeiros jogos de Silent Hill. A partir de Origins (2007), entretanto, o time foi substituído pelo Climax Studio (na época, Climax Action), do Reino Unido.
Embora tenha sido relativamente elogiado pela crítica, Silent Hill: Origins marca o início da decadência da série, que atingiria pontos particularmente baixos com Homecoming (2008) e Downpour (2012, último da série principal).
No geral, as críticas aos jogos do período tinham muito a ver com a falta de inovação e o abandono dos temas complexos característicos da série Silent Hill. Seguindo um movimento similar ao de Resident Evil, a série havia se voltado mais para a ação, deixando o terror limitado, basicamente, à "atmosfera", digamos.

Renascimento
Já se passou uma década sem que o mundo tenha sido presenteado com um novo Silent Hill da série principal. Durante o período, tivemos P.T., o teaser jogável do que seria Silent Hills, mas nada além disso.
Ao que tudo indica, um retorno pode, sim, estar mais próximo do que se imagina. Contudo, em tese, o mais provável é que isso se dê por meio de um estúdio ocidental.

Layers of Fear e Blair Witch são, indiscutivelmente, jogos competentes na proposta de assustar os jogadores. No entanto, como em tantos outros títulos do gênero, o medo transmitido tem mais a ver com a incerteza a respeito do que nos cerca do que com discussões mais profundas e potencialmente constrangedoras, como era o caso em Silent Hill.
Talvez aquele estilo de jogo tradicional, que mexia com questões polêmicas e adentravam profundamente os aspectos mais primitivos do ser humano, nunca mais volte. Até por uma questão de tornar a franquia mais rentável do que era. Entretanto, é fato que uma primeira tentativa, mesmo que não tão bem sucedida, poderia abrir as portas para algo mais... Intenso?
No final das contas, pode ser que o novo Silent Hill nem seja lançado. Mas, enquanto ninguém apareça para negar definitivamente os rumores, só nos resta torcer para que aconteça e para que valha a pena.