Rise of the Ronin não demora muito para transparecer o título de projeto mais ambicioso na história da Team Ninja. O próprio destaque em um State of Play já seria suficiente para entender que o game almeja grandes voos, mas basta algumas horas no Japão do shogunato para perceber a escala. Para o bem e para o mal, o jogo mistura uma grande quantidade de mecânicas em algo que fica entre o soulslike e o mundo aberto à lá Ubisoft.

Jogando as primeiras missões, somos apresentados ao background do protagonista — que pode ser customizado à vontade em um montador de personagens. O enredo mistura um quê de vingança com a missão de fazer pazes com o seu passado, e tudo isso é ambientado em um Japão mais moderno do que aquele que estamos acostumados: ainda que estejamos no shogunato, construções mais modernas já permeiam o cenário.

É perceptível que, por estarmos em uma época de modernização do país, os cenários variam de vilas rurais e grandes campos abertos a metrópoles como Yokohama. Não à toa, o combate também bebe dessa dualidade, permitindo que o jogador use tanto espadas quanto armas de fogo.

Imagem de divulgação de Rise of the Ronin
Divulgação/Team Ninja

Os confrontos são difíceis, como se esperaria da empresa responsável por Ninja Gaiden e Nioh, mas a punitividade não é tão acentuada aqui. Vários traços do soulslike marcam presença, como a necessidade de quebrar a postura dos inimigos e, claro, o tamanho abismal de dano que se recebe a cada golpe, mas isso é amenizado de várias formas.

A mais óbvia delas é a abundância de recursos: encontrar itens de cura passa longe de ser um problema. É bem raro, ficar sem eles, na verdade. A possibilidade de se ter companheiros para algumas missões, que até se assemelham a dungeons, também deixa tudo mais fácil. Mas o fator principal é bem direto ao ponto: existe modo easy em Rise of the Ronin.

A informação não valeria de tanto se o jogo não fosse feito pela Team Ninja, conhecida pelos temidos Nioh e Wo Long, que não possuem opções de dificuldade. No novo título, é possível escolher entre fácil, médio e difícil.

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Vale citar que o médio, onde gastei minhas horas iniciais, já é um desafio considerável. Em batalhas mais intensas, especialmente contra chefões, é necessário memorizar o timing dos ataques do adversário para encaixar parries e, eventualmente, quebrar sua postura.

Essa é só a premissa básica do combate, que ainda encaixa golpes especiais e diferentes estilos de luta — naturalmente, estilos diferentes funcionam melhor contra inimigos diferentes. Tudo isso é regido por quatro árvores de habilidades, cada uma focando em um aspecto do seu personagem: Força, Habilidade, Inteligência e Charme.

Imagem de divulgação de Rise of the Ronin
Divulgação/Team Ninja

Trazendo um mundo aberto que aparenta ser consideravelmente grande, Rise of the Ronin se coloca na difícil posição de equilibrar mecânicas que normalmente vemos em jogos da Ubisoft — pontos de controle, progresso em cada área e afins — com um combate punitivo e, ainda, um sistema de criar laços entre seus personagens.

Ao menos nas primeiras horas, é difícil absorver tudo que o jogo tem a oferecer. Muitas das mecânicas acabam sendo escanteadas enquanto você ainda está tentando aprender o melhor jeito de lutar, e esse pode ser o calcanhar de Aquiles do game.

Pode ser que, conforme se progride no jogo, o combate fique mais intuitivo e o jogador tenha mais tempo para se atentar às várias outras possibilidades que estão sendo oferecidas, mas será necessário colocar mais tempo e dedicação para ter certeza.

Imagem de divulgação de Rise of the Ronin
Divulgação/Team Ninja

Rise of the Ronin começa como um bom jogo e sem muitas falhas aparentes. Mais acessível que os seus antecessores de estúdio, o jogo pode sofrer para convencer os jogadores de que não é um bicho de sete cabeças (talvez até tenha umas três ou quatro), mas a qualidade e a assinatura da Team Ninja definitivamente estão ali.

Exclusivo de PlayStation 5, Rise of the Ronin tem lançamento marcado para 22 de março.


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