Christophe Gans, diretor do primeiro filme da franquia Silent Hill, volta a liderar uma nova adaptação em Return to Silent Hill. Sem data de estreia definida, o novo longa-metragem terá uma história independente em relação aos filmes anteriores, então, não é necessário ter assistido aos demais para aproveitar.

Storyboard do novo filme.

Inspirado em Silent Hill 2, o novo filme, conforme revelado por Christophe Gans, é protagonizado por um homem jovem que volta até a famosa cidade em que um dia encontrou um grande amor. Contudo, ao chegar lá, ele se depara com todo tipo de situação bizarra.

Victor Hadida, produtor de Return to Silent Hill, disse, durante participação no evento da Konami dedicado à franquia, que ele e o diretor, Gans, tiveram de convencer a Konami a respeito da necessidade de existir uma nova versão de Silent Hill. 

Tal qual o segundo jogo, Return to Silent Hill foca no terror psicológico. Apesar de as criaturas bizarras ainda fazerem parte da experiência, a ideia não é destacar somente o grotesco, mas mexer com a cabeça do público de maneira bem mais intensa.

Uma breve história de Silent Hill

Cabeça de Pirâmide alcança James.

A equipe conhecida como Team Silent trabalhou nos quatro primeiros jogos de Silent Hill, os mais bem sucedidos da franquia em termos de crítica. Diferente de Resident Evil e outros títulos do gênero, como Alone in the Dark, Silent Hill criou uma identidade própria por meio do chamado terror psicológico.

Mais do que alguns sustos e monstros horripilantes, Silent Hill sempre se destacou por abordar temas complexos. Viajar pela cabeça do personagem principal e entender as alegorias apresentadas em tela era muito mais assustador do que simplesmente enfrentar monstros bizarros com poucos recursos.

Embora a abordagem particularmente genial de Silent Hill tivesse se tornado um fenômeno para um grupo específico de jogadores, é fato que os jogos originais jamais se tornariam sucessos comerciais do nível de Resident Evil, que é a franquia mais famosa do gênero survival horror.

Os jogos de Silent Hill eram bem mais parados do que os de franquias semelhantes, por exemplo. Existia também a questão do tipo de abordagem, que era muito mais intensa e chocante para parte do público do que o oferecido por outros games. Tudo em Silent Hill desviava demais da normalidade. 

Inevitavelmente, a Konami perceberia os limites de Silent Hill, que, apesar de artisticamente e conceitualmente autêntico, não rendia tanta grana quanto a empresa esperava, aparentemente. Portanto, a partir de Silent Hill: Origins (2007), o time original foi substituído pelo Climax Studio (na época, Climax Action), do Reino Unido.

Embora tenha sido relativamente elogiado pela crítica, Silent Hill: Origins marcou o início da decadência da série, que atingiria pontos particularmente baixos com Homecoming (2008) e Downpour (2012, último da série principal).

No geral, as críticas aos jogos do "período Ocidental" tinham muito a ver com a falta de inovação e o abandono dos temas complexos característicos da série Silent Hill. Seguindo um movimento similar ao de Resident Evil, a série havia se voltado mais para a ação — só que com menos competência.

LEIA MAIS

2022 marca exatamente uma década desde o último jogo da franquia Silent Hill. Finalmente, a espera pelo retorno da série parece estar próxima de acabar. Resta saber se vamos celebrar um novo game ou lamentar por mais um fracasso da Konami com a franquia.


Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também em TwitchTwitterFacebook e no TikTok.