O Volta está morto e enterrado. Introduzido em FIFA 20, o modo que emulava um pouco de FIFA Street sem ter um terço de sua personalidade se despede da franquia em EA Sports FC 25, mas com um substituto mais parrudo. O Rush é a resposta da EA para a recepção ruim do Volta, dando complexidade maior ao gameplay enquanto ainda mantém a agilidade e aspecto social das partidas.

A convite da Electronic Arts, jogamos o modo Rush nos escritórios da empresa em Vancouver, e há vários pontos positivos a serem destacados, ainda que o receio do modo não emplacar se mantenha presente.

Todas as partidas do Rush são 5v5, com quatro jogadores na linha, sempre controlados individualmente por pessoas da vida real, e um goleiro regido por inteligência artificial. Os jogos duram 7 minutos e, em caso de empate, há uma prorrogação com gol de ouro; se ninguém marcar, a decisão vai para o formato shoot-out — basicamente um x1 honesto entre atacante e goleiro, e que não é a única semelhança do Rush com a Kings League.

As saídas de bola são sempre feitas em estilo similar à da liga de Ibai e Piqué, com a pelota arremessada ao centro da quadra; para quem já jogou bastante Rocket League, a mecânica também vai ser familiar (inclusive, o chat automático nos direcionais também está presente). Esse momento inicial já dita um dinamismo que se sustenta ao longo de todos os 7 minutos.

Há mais adaptações nas regras: o impedimento só vale no último terço do campo, e os pênaltis são sempre shoot-outs. Inclusive, o único momento em que um jogador pode controlar o goleiro é nessas situações. Há também um cartão azul para exclusão de um minuto.

Imagem de divulgação de EA Sports FC
Divulgação/EA

A gameplay é a mesma do 11v11. Todos os skill moves e complexidades mecânicas foram transportados para o Rush, com o diferencial da quadra reduzida. Gols são fáceis de serem marcados, mas não num ponto em que toda partida se torna uma goleada, e sim em um patamar onde virar o jogo sempre parece possível, mesmo com apenas alguns minutos no relógio.

A alta velocidade ganha tração com os poucos jogadores na quadra. Você vai ter posse de bola por bastante tempo, dando uma satisfação maior do que controlar um atleta entre 11 numa partida do modo Clubes. Ainda na comparação com o antigo Pro Clubs, encontrar três amigos para jogar é bem mais fácil que juntar 10 deles num mesmo grupo.

Isso permite que o Rush nunca tenha jogadores de linha controlados por IA. A proposta da EA é que, mesmo que você não tenha três amigos disponíveis, o matchmaking complete sua equipe com outra pessoa.

A graça, entretanto, estará em jogar com quem você já conhece. Não há posições estabelecidas neste modo de jogo, e a comunicação acaba se tornando essencial para organizar a equipe.

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Mas nada disso fará sentido se, assim como aconteceu com o Volta, ninguém jogar. A EA mira em incentivar o uso do Rush integrando-o de formas diferentes em cada modo de jogo; dessa forma, ele não "concorre" com o Carreira ou o Ultimate Team, mas os complementa.

No Ultimate Team, é possível usar sua melhor carta para formar uma equipe com seus amigos e mostrar suas habilidades para eles; também haverá eventos que servirão de incentivo para variar seu elenco, como bônus de pontos ao usar um jogador da La Liga. No Carreira, o Rush é integrado com a evolução dos seus jogadores de base, e os campeonatos sub-20 são jogáveis pela primeira vez, sempre no 5v5.

Claro, recompensas também são necessárias para manter o interesse no modo de jogo, e ao menos no Ultimate Team isso acontecerá semanalmente, com os pontos de Rush acumulados ao longo de sete dias se convertendo para diferentes premiações — mas não sabemos se elas serão parrudas o suficiente.

O Rush é divertido e dinâmico, e certamente um respiro para quem está estressado com o grind do Ultimate Team, mas nada garante a adesão massiva ao novo modo. O esforço da EA é nítido, integrando o 5v5 aos seus principais modos de uma forma que incentive a comunidade, mas a chave para o sucesso estará nas recompensas, que terão de ser generosas para realmente chamar a atenção — afinal, para quem respira o EA FC, otimização é tudo, e perder tempo não é uma opção.