No início de 2020, eu só acharia que faria uma seleção de melhores do ano sem Cyberpunk 2077 se ele tivesse sido adiado para 2021 o que claramente deveria ter acontecido , mas aqui estamos.

Joguei uns 40 jogos neste ano e zerei pouco mais de 20, porém poucos lançados em 2020. Seguem abaixo cinco dos meus preferidos que, curiosamente, são: uma sequência, três remakes e apenas um único jogo original. Eu definitivamente preciso tentar coisas novas.

Final Fantasy VII Remake

As pessoas costumam se chocar quando eu digo que nunca joguei, de fato, um JRPG, exceto pelas horas iniciais de Final Fantasy VIII, Chrono Trigger e Ni No Kuni. 

As batalhas em turno, o grinding, os diálogos apenas em texto e tantas convenções do gênero definitivamente não são pra mim. Porém, a apresentação e game design mais atuais de FF VII Remake me fizeram dar uma chance para a tão famigerada história de Cloud.

Eu sou um estranho aqui. Não tenho nenhum apego emocional gerado nos anos 90 por esses personagens. Mas tenho me divertido bastante nas dezenas de horas de campanha que acumulei até agora.

Apesar de continuar achando um bocado cafona a forma com a qual os personagens falam e interagem — e fui quase agredido por dizer isso —, entendo que faz parte da proposta de “dramaturgia de anime” e achei melhor não pensar demais e simplesmente aceitar. 

Exceto por isso, a gameplay faz um misto muito agradável de combate em tempo real com recursos geralmente usados em turnos como magias e invocações. Sem contar que é quase imoral o quanto todos os personagens são bonitos. Talvez minha maior surpresa nos games em 2020.

Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2

Como a maioria da molecada que viveu sua adolescência no início dos anos 2000, eu também joguei incontáveis horas dos Tony Hawk Pro Skater feitos pela Neversoft para o PlayStation original. Então experimentar o remake da Vicarious Visions para os consoles atuais foi uma injeção de nostalgia.

Porém, 1 + 2 não apenas restaura tudo aquilo que fez os dois primeiros jogos incríveis, mas também adiciona novos skatistas, novas músicas na trilha e, diferentemente do THPS HD e THPS 5, realmente provoca a sensação de que você está jogando um bom e legítimo Tony Hawk’s Pro Skater.

The Last of Us - Part II

O segundo The Last of Us é o jogo que eu prometi não comentar mais a respeito. Foram horas e horas entre gravação de vídeos para o YouTube do The Enemy, impressões em podcasts, respostas a perguntas de ouvintes no Ping de sábado e discussões com amigos e seguidores. Mas esta é a última vez (prometo).

O primor técnico e a história desconfortável, mas marcante, do jogo me entregaram uma experiência que eu não devo esquecer tão cedo. Seis meses depois, eu ainda penso em The Last of Us II. Ao longo da campanha, eu xinguei, me choquei, chorei e apreciei a nova jogabilidade. Sem dúvida, meu preferido do ano.

Black Mesa

Em 2020, o projeto da Crowbar Collective que visava refazer o Half-Life original na versão mais atual da Source Engine foi finalmente concluído. 

Black Mesa trouxe não apenas um visual melhorado para a primeira aventura de Gordon Freeman, mas também corrigiu alguns problemas do jogo de 1998. Jogar ele, depois de ter jogado uns doze anos atrás o primeiro Half-Life, me fez perceber de vez o porquê do projeto da Valve ter sido tão influente em sua época.

Hades

Outro gênero, além de JRPG, que eu passo longe é roguelike. A ideia de perder todo o meu progresso — e consequentemente meu tempo — sempre fizeram o apelo desse modelo de game design algo incompreensível para mim.

No entanto, Hades suaviza suas perdas quando você morre em uma run (fazendo dele um “roguelite”) e contextualiza essa morte na história, entregando a cada tentativa um novo desenrolar da história.

Dessa forma, a frustração de voltar ao início é amortecida e até gera mais vontade de ir lá de novo e chegar mais longe. Eu não estava preparado para o quão viciante esse jogo é.