Chame como quiser, mas o jogo de futebol da EA agora é EA Sports FC. O fim da parceria com a FIFA forçou um rebranding para uma marca que já estava no mercado há praticamente trinta anos, e a adaptação ao novo nome ainda é difícil, mesmo com o FC 25 já batendo à porta. Ainda assim, desenvolvedores do game não parecem lamentar tanto assim o término.
“Agora nós somos donos do nosso próprio futuro, das nossas próprias decisões. Podemos brincar com mascotes, colocar qualquer tipo de regras que quisermos no Rush, podemos fazer parceria com a Nike ou qualquer outra empresa. Podemos ter faltas intencionais e manter as coisas autênticas para o 11v11, mas também trazer novas experiências como o 5v5, que só queríamos que fosse divertido”, disse o produtor Sam Rivera, em entrevista ao The Enemy.
A resposta, que tinha até um tom de desabafo, menciona várias das novidades inseridas pela EA no FC 25: comemorar gols com mascotes, faltas intencionais para interromper jogadas perigosas, e a inserção do modo Rush com regras adaptadas. O substituto do Volta, inclusive, traz como “estádio oficial” uma arena virtual da Nike, que mescla o formato de uma chuteira com o logotipo da empresa.
Rivera ainda deixa no ar que o modo Volta, a tentativa mequetrefe de trazer a glória do FIFA Street de volta, foi brecada pela entidade máxima do futebol. O Rush é, em proposta, bem similar ao modo que foi introduzido no FIFA 20, mas ao mencionar que agora as regras podem ser aquelas que a EA desejar, o produtor pode ter colocado um pouco de culpa do fracasso do Volta na conta da FIFA.
No caso de Rivera, a pergunta sobre o fim da parceria foi bem direta, mas outro desenvolvedor deixou escapar sua insatisfação com a FIFA: o brasileiro Thomas Caleffi, responsável pelo FC IQ.
O IQ é uma reimaginação completa das táticas no game da EA, e você pode saber mais lendo nossa entrevista completa com Thomas, mas por ser uma atualização grande para a franquia, é claro que os processos para tirar o projeto do papel foram difíceis — e com a FIFA por trás, parece que seria ainda mais.
“A tecnologia chegou num lugar que a gente pode fazer tudo que a gente quer, e com o rebranding pro FC a gente tem mais liberdade pra fazer algumas coisas que antigamente, não digo que seriam impossíveis, mas seriam mais difíceis, mais gente pra aprovar, coisas pra fazer. Agora a gente pode decidir fazer algumas coisas e ir pra frente com elas”, contou.
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É inegável que o nome FIFA carrega um peso astronômico no mundo do futebol, mas também é possível que a separação da EA seja benéfica para o game. Com apenas dois anos de EA Sports FC, já é possível ver conteúdos que “saem da caixinha”, e a tendência é ver uma criatividade ainda maior para a franquia nos próximos anos, como diz o próprio Rivera:
“Agora está realmente nas nossas mãos escolher o que queremos ver, mas no fim das contas, todos nós amamos futebol, e só queremos dar o máximo de opções futebolísticas para que vocês possam aproveitar o game”.