Depois de um 2023 recheado com lançamentos de peso e que alegram os corações dos fãs de jogos de luta, 2024 também já começa com os dois pés na porta trazendo Tekken 8, aguardada sequência dessa histórica série da Bandai Namco, que está aqui para provar que menos é mais.

Tekken 7 chegou para os consoles em 2015, até antes se contarmos o lançamento em arcades, então, são quase 10 anos do último jogo da série e as evoluções e melhorias são estrondosas e não apenas no aspecto visual.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Tekken 8 tem uma “ordem” sugerida para explorar os conteúdos de diferentes modos de jogo. Claro, nada é obrigatório, mas a Bandai Namco incentiva os jogadores a começar pelo modo história, passar pelos episódios de personagem (que funcionam como um modo arcade tradicional), ir para o inédito Arcade Quest e, aí, você está pronto para encarar o mundo selvagem do online.

Tekken 8 se mostra um título que tem interesse em te manter jogando, mas não apelando para modos de jogo com grind infinito, um milhão de missões para fazer ou lutas sem parar. O jogo ensina justamente alguns truques e maneiras de aproveitar principalmente as mecânicas novas que o game tem para oferecer.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

História que deixa mais para ser contado

Começando pelo modo história, The Dark Awakens ou O Despertar das Trevas (tudo está traduzido para português. Legendas e menus são localizados, mas sem dublagem, porque Tekken 8 segue a característica da franquia de cada personagem falar em seu próprio idioma e todo mundo se entender).

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Em Tekken 8 a história é contada de forma mais tradicional. Diferente do que rolou em Tekken 7, no qual acompanhamos tudo pelos olhos de um jornalista, agora tudo é mais normal. Seguimos Jin Kazama pela maior parte da história, controlamos também outros personagens, mas, dar mais detalhes sobre isso seria spoiler.

Além do que está disponível na demo gratuita do jogo, que ficou disponível desde dezembro, a jornada é de Jin contra Kazuya, que aproveita a ausência de Heihachi, morto no jogo anterior, para usar o poder do Devil Gene para dominar o mundo, basicamente.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Para isso, o roteiro utiliza clichês e coisas que, ouso dizer aqui, brega. Mas o conteúdo escala de forma tão inesperada que fica tudo incrível. Evitando spoilers ao máximo, muita coisa é resolvida e ao mesmo tempo introduzida nesse jogo.

Depois de terminar, refleti e levei um fator muito importante em consideração na hora de definir se tinha gostado ou não. Embora seja espalhafatoso e, como eu falei, até meio brega, essa narrativa que invoca dramas que até parecem anime, ação ao melhor estilo Velozes e Furiosos, essa salada toda, isso é Tekken. 

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

É uma história inédita que respeita 100% da identidade do jogo e a forma de contar histórias nessa franquia e com as cenas mais épicas já feitas em qualquer jogo da série. Ainda assim eu tenha uma ressalva. No caso, toda essa intensidade vem em troca de uma história muito corrida, coisas acontecem porque tem que acontecer e é isso. 

Com isso, cria-se o sentimento de que essa história poderia ter resolvido mais coisas ou entregado mais. Além disso, o enredo não chega a ser conteúdo nem para um fim de semana e sim para passar apenas cerca de quatro horas.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

O Special Style de controles é o melhor amigo do jogador durante muitos dos modos de jogo. Principalmente na história e, novamente, evitando spoilers, outros personagens poderão ser controlados em determinados momentos e ter rápido acesso às principais ferramentas do personagem facilita bastante todo o processo. O Special Style está disponível em todos os modos de jogo.

Saindo da história, os episódios de personagens funcionam como os modos arcade tradicionais. Cada personagem tem uma série de lutas e, ao final, todos possuem uma cena em animação com a conclusão de seus destinos em Tekken 8 e, novamente, respeitando a essência da franquia oferecendo alguns finais um pouco mais sérios, mas, em sua maioria, piadas ou situações absurdas, típicas de games da franquia.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Arcade Quest: uma grata surpresa

Com isso, partimos para outra grande surpresa: o modo Arcade Quest. Se no modo história o jogador é incentivado a testar tudo sem compromisso, aqui, o papo é outro.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Arcade Quest é quase um segundo modo história dentro de Tekken 8, no qual o jogador cria um avatar e sai para explorar um mundo tomado por fliperamas em que Tekken é destaque. Começamos como um novato em um arcade local e logo, ganhamos uma certa fama, começamos a participar de campeonatos e por aí vai.

Arcade Quest é um modo que incentiva o jogador a aprender a jogar, de verdade. Seu melhor amigo nessa história é um jogador já veterano que quer te ensinar tudo: combos, como punir oponentes e também explorar as novas mecânicas do jogo.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Aqui, o objetivo é sair por aí lutando com as pessoas e o jogo até simula um ranking para progressão. Ao melhor estilo Pokémon, você entra, luta com alguns oponentes no arcade até encarar um grande chefão, ganha, e vai para o próximo.

Mas, o diferencial está na evolução. Em cada fliperama serão cobrados novos conhecimentos. Tutoriais sobre novas mecânicas são apresentados em cada um e, ao final, o jogador sai meio que sabendo de tudo para poder jogar Tekken da melhor forma possível.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

E com melhor forma possível, partimos para mecânicas, evoluções gráficas e mais tecnologias usadas em Tekken 8. Tudo impressiona.

Vídeos em CG no modo história e ao fim dos episódios de personagens são ótimos e os gráficos durante a luta também. Mesmo com tanta personalização envolvida, a roupa dos personagens responde ao ambiente. Em Fallen Destiny, por exemplo, cenário tomado por chuvas e vento, o tecido voa, lutadores se molham e etc.

imagem de gameplay de tekken 8
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Mais do que isso, as novas interações com cenários também chamam atenção. Não apenas chão quebrando e paredes respondendo ao impacto dos golpes, mas barreiras que se quebram completamente, cenários que se expandem, bombas que explodem jogando adversários para o alto. Tudo isso já é comum na franquia, mas, em Tekken 8, está tudo ainda mais destacado.

Isso ajuda também a deixar toda a luta mais estética. O estilo do jogo segue o conhecido desde Tekken 5. Mas com mais personalidade. Se em Tekken 7 fomos apresentados para a mecânica Rage, Rage Art com aqueles especiais super dramáticos e etc, ainda temos isso, mas a novidade é Heat System.

imagem de gameplay de tekken 8
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Heat nada mais é que um estado no qual a gente pode entrar uma vez por round, por meio ou de um botāo que aciona diretamente ou golpes específicos. Com isso, o jogador tem um determinado intervalo de tempo ditado por uma barrinha abaixo da vida que pode ser prolongada se você continua sendo agressivo e tenta bater no oponente. Mesmo se os golpes forem defendidos, a barra de Heat não é consumida.

O que que isso faz? Bom, primeiro, é possível gastar a barra toda para usar o Heat Smash, que é, basicamente, mais um especial, ou usar o Heat Dash que é manobra pra você avançar para cima do oponente, é bem dramático, o oponente fica em desvantagem, mas é um pouco mais complexo.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Além disso e, honestamente, o mais interessante, é que durante o Heat, cada personagem tem uma propriedade especial e única, que ajuda a dar personalidade pra cada lutador. Dragunov, por exemplo, consegue emendar um agarrão depois de um monte de ataques e Jin tem mais acesso a seus golpes da versão Devil.

O jogo incentiva todo mundo a dar uma chance para o modo online, tanto pelos tutoriais espalhadas pelos diferentes modos, quanto pelo Special Style de controle, que é válido, não é só para usar na históriao.

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Bandai Namco

Partindo para o on-line

Enfim, sem dar muitos spoilers, a entrada no Fighting Lounge, que é o hub social on-line do Tekken 8, é bem natural e, lá, existem várias coisas para fazer. Dá para andar e interagir com a galera, jogar Tekken Ball on-line e até ter aquela experiência de fliperama de sentar numa máquina e esperar alguém te desafiar.

imagem de gameplay de tekken 8
Bandai Namco

Já on-line você decide se vai jogar partidas casuais ou ranqueadas e um ponto muito importante é o seguinte: quem teve a oportunidade de jogar Tekken 8 durante testes beta sabe que as partidas online não estavam lá tão boas né. Mas parece estar tudo resolvido. Depois de jogar algumas boas horas on-line, em dois dias diferentes, e até enfrentar gente que jogava dos EUA sem complicações, dá para afirmar que está tudo funcionando do jeito que deve funcionar,

Para quem decidir não encarar as ranqueadas e deseja apernas se juntar com amigos, também existem várias opções para isso. O sistema de criação de salas é robusto, com possibilidade de criar até oito salas diferentes para 16 jogadores no mesmo lobby, então, dá pra organizar diversos desafios e organizadores de campeonatos on-line vão agradecer.

Vale a pena?

Tekken 8 passa a impressão de que a Bandai Namco quer todo mundo jogando por muito tempo. A barra está lá em cima em questão de visual, narrativa e possibilidades dentro do jogo, embora o conteúdo single player deixe a desejar.

O novo lançamento da Bandai Namco é um dos melhores jogos de luta em muito tempo. Seja você fã de Tekken ou não. São tantos personagem que é impossível sair não gostando de nenhum. É um jogo que vale muito e pena e já está cravado como um dos principais destaques deste ano.


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Tekken 8
  • Lançamento

    26.01.2024

  • Publicadora

    Bandai Namco

  • Desenvolvedora

    Bandai Namco

  • Censura

    12 anos

  • Gênero

    Luta

  • Testado em

    PlayStation 5

Nota do crítico