Criterion
Review: Need for Speed Unbound compete por título de melhor da série
Novo jogo da Criterion faz qualquer um se sentir um piloto e traz de volta a essência da franquia
Need for Speed: Unbound, novo jogo da série da EA desenvolvido pela Criterion, chegou trazendo tudo que um fã da franquia pode querer. Carros, velocidade, a popular “vibe” de NFS. Está tudo aqui. De fato, é um game que fará todos se sentirem pilotos.
NFS se destaca artisticamente (quem diria)
O estilo artístico de Unbound assustou à primeira vista. Quando o primeiro trailer do novo jogo de uma aclamada série foi divulgado, mostrando cel shading e personagens que até parecem ter vindo de um anime 3D, muitos torceram o nariz e duvidaram da decisão dos desenvolvedores.
Tal sentimento é superado apenas cinco minutos após “iniciar os trabalhos” em Unbound. Ao personalizar o próprio personagem, escolher um veículo, iniciar a história, fazer as primeiras manobras e ver o carro gerando fumaça, ganhando asas ao saltar e mais, a preocupação cai por terra.
O estilo cel shading com partículas exageradas nos personagens, aliado aos modelos realistas de carros e de todo o resto como na própria cidade de Lakeshore, forma uma combinação interessante e ajuda a contar uma história que não é de se ignorar.
Tanto o personagem quanto os carros são altamente personalizáveis. No caso das roupas, existem grandes marcas populares para escolher como Puma, Vans e mais. Já nas máquinas, o tuning se faz presente oferecendo numerosas possibilidades tanto de gameplay quanto de visual, que vão desde pinturas até adesivagens, luzes neon, lataria e até os próprios efeitos especiais podem ser alterados.
História não fica para trás
Enredos da série Need for Speed não são os maiores atrativos dos games, isso é fato. Mas, em Unbound, a história oferece o mínimo para manter o jogador interessado. A história segue o modelo clássico de amigos que se tornam rivais e devem se enfrentar no final, mas as interações entre os personagens é puro ouro.
Com diálogos modernizados e assuntos que envolvem redes sociais, diversidade, diferenças de idade e até uma dinâmica de “pai e filho”, são poucos os trechos em que há silêncio, pois as conversas do protagonista com a figura paterna Rydell e a “agente” Tess são constantes (e impagáveis).
As poucas cenas cinematográficas de Unbound também são bem amarradas. Ainda que raras, todas são bem colocadas e adicionam à experiência. Novamente, o estilo cel shading adotado para retratar personagens se encaixa com a história contada, na qual brilham a “vibe” de corridas ilegais, lutas dos pilotos contra policiais e até um arco de torneio.
No decorrer do game, jogadores também se deparam com missões nas quais é necessário carregar um passageiro, e até essas possuem um diferencial. Nesse caso, o “a mais” está nos diferentes temas apresentados com extremo respeito durante as interações com personagens que gostam de animes, imigrantes e pilotos transgênero.
Me senti um piloto
Agora, partindo para corridas propriamente ditas, a Criterion não é a desenvolvedora favorita dos fãs de Need for Speed à toa. Unbound traz de volta o primor da jogabilidade arcade de jogos de corrida, afastando o game de outros jogos como os da série Forza, que, embora também considerado arcade, ainda traz elementos mais complexos e exigentes na hora da direção.
Com foco em derrapagens (os famosos “drifts”), saltos e mais medidas espalhafatosas em vez de direção exigente, Unbound entrega tudo para quem busca ação absurda, mas não descompromissada.
O loop de gameplay envolve participar de corridas durante dia e noite para juntar dinheiro que será usado para bancar a entrada em torneios “qualificatórios” no decorrer de quatro semanas. A partir desses, é possível ganhar recursos para aprimorar o carro, comprar novos ou até ganhar veículos personalizados.
Aqui, moram as escolhas que deverão ser feitas pelo jogador. Eventos com entradas mais caras oferecem as maiores recompensas, mas, principalmente no início, a grande maioria apresenta dificuldade decente. Assim sendo, é possível sair perdendo dinheiro, por exemplo.
Parte da dinâmica envolve colecionar ao menos quatro carros de diferentes “classes” para participar do campeonato final. Com isso, cada veículo servirá para atividades distintas.
Além disso, a polícia tem papel importante em Unbound. Cada evento aumenta o nível de procurado do jogador e esses são bem definidos. Nos primeiros, a lei persegue com carros mais lentos, fracos e com dificuldade para acompanhar manobras inusitadas. Já nos mais avançados, é normal ser caçado por esportivos, caminhonetes que esmagam com poucos golpes, carros disfarçados e até helicópteros, dificultando a busca por sair ileso.
Sabendo disso, o jogador deve desenvolver estratégias para definir em quais atividades participar, qual carro usar em cada uma para facilitar perseguições iminentes e por quanto tempo permanecer sem voltar à garagem para guardar o dinheiro e passar o tempo, pois ser preso acarreta na perda de todo o dinheiro não “depositado no banco.”
Um novo melhor Need for Speed?
A palavra que melhor pode definir Need for Speed Unbound é “espanto”. Afinal, ninguém esperava por um novo NFS tão bom. O carinho da Criterion com a série é perceptível e a investida na nova geração de consoles é triunfal, com o jogo testado no PS5 cravado em 60 quadros por segundo e sem problemas de performance. Isso enquanto entrega efeitos espalhafatosos e uma “vibe” quase etérea.
Perseguições contra a polícia e várias pistas em corridas específicas se tornam repetitivas com o decorrer do jogo, isso é verdade. Por vezes, ter de fugir da polícia parece quase uma “encheção de linguiça”, mas isso demora a acontecer e, quando o sentimento chega, o jogo já está avançado, então, o jogador não deve demorar para escapar.
O modo online também não agrega tanto à experiência, mas após pouco mais de 25 horas de conteúdo, explorar o modo online com jogadores que igualmente ficaram com o “gostinho de quero mais” pode fechar Unbound com chave de ouro.
Unbound é tudo que um fã da franquia pode querer e um exemplo de como renovar uma série sem perder nada da essência do que é um bom Need for Speed. Mais do que um excelente jogo de corrida arcade, a Criterion deixa jogadores com olhos brilhando ao imaginar o quão melhor isso ainda pode ser no futuro.
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- Lançamento
02.12.2022
- Publicadora
EA
- Desenvolvedora
Criterion Games
- Censura
12 anos
- Gênero
Corrida/Simulação
- Testado em
PlayStation 5