Dentre os seis titulos indicados ao prêmio de Jogo do Ano do The Game Awards um deles deve ter chamado atenção de muitas pessoas: a singela aventura indie Celeste.
Desenvolvido pelo estúdio Matt Makes Games, o game saiu em janeiro de 2018 para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch e tem toda a parte artística feita pelo estúdio brasileiro Miniboss, formado pelo trio Amora B., Heidy Motta e Pedro "Santo".
"É uma notícia um tanto surreal, esses anos todos trabalhando com jogos sempre vi uma linha clara entre AAA e indie", declarou Amora B. ao The Enemy sobre a indicação ao prêmio.
"Não que eu acredite que um tenha mais valor que o outro, muito pelo contrário, eu jogo de tudo e aprendo com todos os tipos de jogos, analiso, levo em conta seus contextos, épocas, e minha pequena lista de jogos favoritos contém AAA e indies em quantidade igual", afirmou a desenvolvedora. "Mas a linha sempre esteve ali, tanto da perspectiva do público nos dizendo que pixel art é antiquado, inferior, quanto da nossa, sabendo o quão limitada é a nossa audiência e o quanto seria injusto concorrer com a audiência de um AAA milionário."
"Mas está aí, nosso bebê lado a lado com os gigantes, e serviu pra me fazer entender que essa linha tem que ser cada vez mais borrada, mesmo. Orçamento e equipe limitados não são sinônimos de qualidade inferior, e espero que com os anos o público consumidor aceite isso melhor também", conclui Amora.
Fruto do trabalho de cerca de dois anos, Celeste é versão turbinada de um jogo de mesmo nome feito em apenas quatro dias para o videogame virtual PICO-8 - aliás, dá pra jogar esse primeiro Celeste de graça no navegador e também dá para desbloquear ele como um extra no game novo.
Em parte, trata-se de uma aventura 2D com desafio feroz, que exige reflexos rápidos e habilidade no controle, mas Celeste também é uma história terna sobre temas difíceis, como ansiedade e depressão.