Nos dias que seguiram o lançamento de Resident Evil Village, em maio de 2021, um dos clipes que mais se via nas redes sociais era da reação dos jogadores à Casa Beneviento. No trecho, Ethan deve sobreviver a uma terror com tons de Outlast na mansão Beneviento, sendo perseguido por uma criatura grotesca e sem ter meios de se defender. 

Não à toa, sinto que nunca mais fui a mesma depois que saí daquele porão.  

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

Quando o jogador abre a porta da frente da mansão à beira do penhasco, um silêncio ensurdecedor toma conta. Fora os móveis antigos e os sinais de habitação, a casa está, aparentemente, vazia. O local parece, inclusive, preenchido pelo vazio, pois quase nenhum ruído é emitido. 

Um quadro preso à parede da escada revela a aparência de Donna Beneviento e sua macabra boneca vestida de noiva, Angie. É o começo de um pesadelo que corresponde a, provavelmente, a sequência mais assustadora que Resident Evil já proporcionou até hoje.  

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

Controlando Ethan, investigamos cada cômodo, mas não há nada para interagir além de armários e portas. Até que, enfim, nos deparamos com um elevador que leva para o porão da casa. Ao pisar para fora dele, a energia convenientemente acaba. 

Mais uma vez, cômodos vazios – contudo, há sinais de que há puzzles a serem feitos. Uma grande porta de madeira leva a uma sala de operação. Angie está sentada sobre uma cadeira, com um frasco de Rose no colo. Ethan estica a mão para pegá-lo e as luzes subitamente se apagam. 

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

A boneca dá uma risada estridente. “Te esperei por tanto tempo…”, diz em tom de deboche. “Eu seria uma filha muito melhor que a Rose. Que tal você ficar comigo…para sempre?”

A boneca some de vista e, com ela, todas as armas e itens do inventário simplesmente desaparecem. A angústia toma conta quando percebo que estou totalmente indefesa diante das más intenções da boneca macabra de Beneviento. 

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

Apesar do sentimento sufocante de medo e antecipação, o trecho que se segue é bastante satisfatório. Examinando uma boneca que simula Mia morta, o jogador precisa solucionar uma série de puzzles engenhosos para abrir portas trancadas.

Em certo ponto, há um quebra-cabeças envolvendo um projetor e, ao completá-lo, um filme começa a ser reproduzido. A filmagem mostra um poço abandonado que parece ter saído do filme O Chamado. Ao lado dele há um berço de madeira vazio. 

Logo o próprio jogador enfrenta a escuridão e fica frente a frente do poço. Ao descer por ele, encontramos uma chave para a caixa de força do elevador boiando na água. Então, basta subir as escadas para ouvir o choro do bebê. 

Ah, o bebê. Similar a um feto abortado gigante, o monstro que representa a filha de Ethan e Mia começa a te perseguir pelos corredores tomados pelo escuro. Só quem encarou essa sequência conhece o sentimento de pânico ao ver a criatura se esgueirando no fim do corredor. 

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

Neste pesadelo, talvez o pior momento seja quando, convencido de que a criatura não transita por ali, somos surpreendidos pela monstruosidade na área em que pegamos o fusível.

Senão, com certeza é o irônico fato de que, ao devorar o jogador, a criatura expressa um satisfeito “nhamy”.  

Imagem de Resident Evil Village
Reprodução: Capcom

A cereja desse bolo chamado casa Beneviento está no momento em que resta ligar o elevador para deixar aquele pesadelo. Contudo, basta conectar o fusível à caixa de força para o bebê aparecer rindo no fim do corredor, a centímetros de distância.  

Mesmo sendo necessário apenas um clique, é quase inevitável apertar o botão do elevador desesperadamente, como se fosse fazer a porta se abrir mais rápido. É só quando a segurança da grade do elevador nos protege do ser monstruoso que o sentimento de alívio toma conta. 

Passado mais de um ano desde o lançamento, não é exagero afirmar que a Casa Beneviento corresponde ao trecho mais genial e memorável de Resident Evil Village – e não apenas pelo brilhantismo do terror que somos imersos, como também pelos puzzles apresentados. 

E, bom, a Casa Beneviento com certeza proporcionou uma conquista notável: sinto que agora posso encarar qualquer jogo de terror. 

Resident Evil: Village está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC via Steam. O DLC Expansão Winters chega em 28 de outubro.


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