Após 30 anos, Prince of Persia retorna ao 2D com um metroidvania promissor. A convite da Ubisoft, o The Enemy jogou The Lost Crown, game que, com forte inspiração em Metroid Dread, demonstra boa aptidão das tendências modernas do gênero, com destaque para a ótima movimentação do protagonista e combate exigente.

No controle de Sargon

Prince of Persia The Lost Crown
Ubisoft

O teste teve duração de quatro horas – o correspondente a cerca de um quinto do lançamento, que terá de 20 a 25 horas, de acordo com a Ubisoft Mountpellier, de Rayman Legends e Origins. Apesar de não se tratar da build final, o trecho disponível, que aborda o início da jornada no Monte Qaf, comprova algo que os trailers já indicavam: o controle de Sargon é ótimo. 

A movimentação do protagonista é excelente. Há uma boa variedade de comandos, de golpes direcionados que abrangem diagonais a esquivas aéreas e defesas perfeitas. 

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Sargon é satisfatoriamente ágil e responsivo da forma como deveria ser, e esse é aspecto que deixou a impressão mais forte deste primeiro contato com o game, mesmo em um teste realizado remotamente. A ótima programação dos movimentos garante exploração fluida pelos cenários plataforma e, mais interessante, combate responsivo e de alto nível. 

O teste contou com quatro batalhas de chefe. Uma delas, em que o herói enfrenta um leão monstruoso, se provou particularmente interessante por ser exigente com o domínio de parry e esquiva mesmo na dificuldade normal. Nesse momento, foi importante o uso estratégico das habilidades de brilho do Athra, que garantem cura e golpes especiais. 

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The Lost Crown também surpreendeu com alguns puzzles engenhosos incorporados no cenários. É o caso de um quebra-cabeça disponível no final da experiência, em que foi exigido mapeamento em camadas do cenário, mesmo que fracionado em diferentes telas, para ativar diferentes engenhocas usando o boomerang de Sargon. 

“Dejá vu” 

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Por mais que se empenhe para garantir seu próprio tempero, o novo Prince of Persia é acompanhado de um sentimento inegável de “dejá vu” em relação a uma das mães do gênero: Metroid. Em especial, o jogo mais recente da franquia principal, Dread, tem presença considerável no sabor do jogo. 

Percebeu-se diferentes releituras durante o teste. A tela de morte icônica de Samus, em que a heroína é erguida no ar em dor, se repete com Sargon. 

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Os cenários escondem paredes falsas com salas ocultas e inimigos voadores com a mesma  movimentação dos Plys. Mais notadamente, há um certo monstro que, como os EMMIs, é um perseguidor implacável e imbatível que detecta os movimentos do jogador. 

Velhas e novas ideias

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Ainda que se apoie em um pilar do gênero para rechear a experiência, The Lost Crown se diferencia de Dread nas opções de personalização da experiência e priorização da narrativa. 

No primeiro caso, durante a jornada Sargon coleta diferentes amuletos que conferem bônus de dados e outras vantagens, os quais devem ser equipados estrategicamente de acordo com o número de compartimentos disponíveis. 

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Em relação a história, o elenco de personagens é diverso e formado por personalidades cativantes – com direito a revelações que surpreenderão os jogadores. 

A experiência também foge da linearidade com a adição de missões secundárias, que revelam mais do curioso Monte Qaf, um local assolado por um estranho fenômeno temporal com consequências sombrias.

Outro diferencial louvável é o nítido esforço de tornar a experiência metroidvania, que por si só é desafiadora, acessível a jogadores novatos. Há um modo treino para testar a esquiva e golpes, mapa com marcadores para pontos de interesse e uma habilidade de Sargon que faz uma captura de tela, facilitando a memorização dos locais. 

Ao fim das quatro horas de jogatina, The Lost Crown apresenta um domínio satisfatório do que há de melhor atualmente no gênero, além de adicionar frescor com suas próprias inserções. A impressão final é de que o ano de 2024 será aberto com um ótimo metroidvania. 

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Prince of Persia: The Lost Crown chega em 15 de janeiro ao PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One, Switch e PC.


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