A franquia Black Ops retorna em grande estilo. Call of Duty: Black Ops 6 traz mudanças que são, ao mesmo tempo, sutis e significativas, e é possível sentí-las a todo o momento no controle ou no teclado. Durante o COD NEXT 2024, o The Enemy teve acesso a uma versão de testes do game, experimentando um pouco do multiplayer, Zombies e Warzone.

Começando pela grande novidade: o Omnimovement é o principal ponto de divulgação da Activision para o jogo. A reformulação de movimentos e interações com o cenário permite uma gameplay bem mais fluida, com maiores possibilidades de pulos, deslizadas e afins — basicamente, é possível mergulhar e dar slides para todas as direções.

Isso se traduz para uma jogabilidade que é, inevitavelmente, mais intensa. Tanto para jornalistas quanto para criadores de conteúdos especializados, e até nas palavras dos desenvolvedores, BO6 será um jogo mais frenético e acrobático com o normal, colocando muito mais profundidade mecânica nas mãos dos jogadores.

Imagem de divulgação de Call of Duty: Black Ops 6
Divulgação/Activision

O curioso é que CoD não é exatamente uma franquia conhecida pela cadência. O Omnimovement acaba potencializando um dinamismo que já era presente no jogo, tornando partidas do modo multiplayer um pouco mais díspares. É legal estar no time que está dominando, e ter controle dos espaços acaba permitindo mais manobras e highlights. Por outro lado, contra times e jogadores mais habilidosos, a sensação é mais frustrante. De qualquer forma, com o game finalizado, o matchmaking deve ser suficiente para deixar os jogos minimamente equilibrados.

Ainda no multiplayer, a Activision trouxe de volta o sistema de prestígios, marca que existe desde o primeiro Black Ops, e promete recompensas generosas para aqueles que buscarem o seu último nível. Durante uma apresentação antes do COD NEXT, o momento de maior frisson da plateia foi da revelação de algumas das skins que poderão ser liberadas por esse sistema.

Para quem não está familiarizado, os prestígios são atingidos quando se chega a determinado nível de experiência. O jogador recebe a opção de resetar seu progresso, em troca de recompensas exclusivas, e precisa começar de novo a trajetória de subir de nível.

Um filme de terror à luz do dia

Imagem de divulgação de Call of Duty: Black Ops 6
Divulgação/Activision

Muita expectativa se criou ao redor do Zombies deste ano. O retorno do formato de rodadas, com ondas de zumbis atacando após curtos intervalos de tranquilidade, deixou os jogadores bem animados. A essência do que fez o modo ser tão querido ainda está ali; derrubar uma dezena de mortos-vivos de uma vez, afundando o botão de atirar, é incrível.

Mas nem tudo são flores nesse primeiro momento. A build do Zombies ainda era bem limitada, e os detalhes de lore eram bem escassos — a experiência acabou sendo focada nas infinitas ondas de inimigos. Não que isso já não seja divertido, mas acaba se tornando um pouco cansativo quando os zumbis ficam mais parrudos e te derrubam com maior facilidade; um refresco de história seria interessante aqui.

Ainda assim, isso deve estar presente na versão final do jogo. Os mapas Terminus e Liberty Falls prometem entregar ambientação e enredo profundos; inclusive, vale citar que os dois são quase opostos: Terminus é mais escuro e claustrofóbico, e Liberty Falls, que estava disponível na demo, é bem aberto e totalmente iluminado pelo Sol diurno.

Pouse, morra e repita

Imagem de divulgação de Call of Duty: Black Ops 6
Divulgação/Activision

A última parte do teste foi focada no Warzone, que também parecia o mais cru dos modos disponíveis. O cenário foi o novo mapa, Area 99, inspirado na clássica Nuketown, mas a combinação dessa proposta com um battle royale pode não ter sido tão interessante assim.

Quem lembra da Nuketown dos tempos de Black Ops 1 sabe que o mapa propõe confrontos a todo momento. Apertado e sem muitos caminhos, o cenário era perfeito para encontrar altas quantidades de inimigos. Essa vibe é bem presente em Area 99, que é um pouco menor do que se espera de um mapa para 135 jogadores, mas a mistura disso com o atual sistema de ressurgências, onde soldados abatidos voltam ao campo de batalha após alguns segundos, precisa de mais carinho.

Imagem de divulgação de Call of Duty: Black Ops 6
Divulgação/Activision

O tempo de ressurgência nem sempre é suficiente para que o seu trio se reposicione, e em vários momentos me vi preso num "loop" de cair de volta ao mapa e logo morrer novamente para inimigos que já estavam bem postados no campo de batalha.

Isso pode ser resolvido rapidamente com tempos maiores para respawn ou outros ajustes de balancamento, que complementariam as mecânicas de um modo que vem sendo experimentado e aprimorado pela Activision nos últmos anos. Warzone ainda é bem divertido, mas pode ser mais.

Call of Duty: Black Ops 6 chega em 25 de outubro para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Series X|S e PC.