Marvel's Spider-Man explora bem o lado humano do Homem-Aranha
O esforço físico do herói é apenas uma parte da jornada
Marvel's Spider-Man Remastered, finalmente, ganhou uma versão para PC e, mesmo sabendo que é possível jogar com Stan Lee e Mary Jane por meio dos mods, ainda me fascino com o jogo original. Como fã do personagem, esse jogo mexeu comigo em muitos níveis. Ainda assim, nunca imaginei que encontraria um ponto de conexão tão forte em torno da ansiedade.
O primeiro contato que tive com o Homem-Aranha se deu por meio do desenho animado Spider-Man: The Animated Series, a animação de 1994 em que Peter Parker parecia todo engomadinho. Quem viveu aquele momento do herói sabe do que estou falando.
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Por meio dos desenhos, HQs e filmes, gerações diferentes viram aquele Peter jovem crescer como herói, profissional e ser humano. Sempre foi fácil sentir certa identificação com o personagem por causa dos (incontáveis, diga-se de passagem) problemas mundanos pelos quais ele passava.
No muito elogiado Marvel's Spider-Man, eu já esperava sentir algo semelhante em termos de conexão com o personagem. Entretanto, fui impactada de maneira mais forte do que imaginava. Principalmente, ao identificar que ele, como herói, simplesmente, não consegue dizer não e, consequentemente, sofre com a ansiedade resultante da vontade de tentar abraçar o mundo. Isso até me fez lembrar do filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (2022).

O senso de urgência que o jogo emprega para tentar fazer o jogador se engajar ao máximo nas missões secundárias me acertou em cheio e até despertou uma certa ansiedade. Por mais que o sentimento fosse mais meu do que do personagem, enquanto jogava, eu imaginava que ele se sentia igual a mim — e, assim, bateu mais do que nunca a identificação com o herói mais famoso da Marvel. Afinal, ele nada mais é do que um humano com deveres e obrigações, assim como qualquer um de nós.
Tal qual nos jogos de RPG, em que nos vemos, muitas vezes, como os protagonistas da história, Marvel's Spider-Man nos permite enxergar o mundo pelos olhos do herói de forma que nunca havia sido possível em títulos anteriores. Nos colocamos no lugar dele do início ao fim. Sentimos tudo o que Peter Parker sente.

Missões secundárias espalhadas por todos os lados, a sensação de perigo constante para os nossos entes queridos, uma história principal incrivelmente bem contada. Como o próprio Homem-Aranha, jogadores sentem que precisam fazer tudo com perfeição. Precisam ajudar todos o mais rápido possível e da melhor maneira possível.
Inevitavelmente, a ansiedade entra na conta. Mas, obviamente, de maneira positiva. É um resultado da imersão proporcionada. Pensar que eu poderia não chegar a tempo para resolver alguma situação era desesperador. Ainda mais depois de uma das primeiras perseguições de carro, em que não consegui alcançar os criminosos e apareceu um grande "fail" na tela.
Ainda bem que podemos nos acalmar em relação ao andamento da história. Afinal, apesar de toda a urgência dos acontecimentos e da sensação de que algo ruim pode acontecer se demorarmos demais ou errarmos, as missões principais, naturalmente, ficam congeladas no tempo enquanto o Homem-Aranha não aparece para salvar o dia.

- Lançamento
07.09.2018
- Publicadora
Sony Computer Entertainment
- Desenvolvedora
Insomniac Games