Com os finalistas na categoria de Melhor Jogo: Brasil no BIG Festival de 2021 definidos, o The Enemy conversou com as dez desenvolvedoras por trás desses jogos pra você conhecer melhor o cenário brasileiro e se interar de todos os competidores antes da premiação.

Na nossa oitava entrevista especial iremos falar sobre a Fire Horse Studio, desenvolvedora que existe desde 2012 e acabou de publicar por conta própria seu novo jogo, Hero Among Us, um simulador-estratégia-manager de super heróis. 

Hero Among Us foi o primeiro jogo publicado diretamente pela Fire Horse Studio

A história da Fire Horse está profundamente ligada ao BIG Festival. Logo na primeira edição do BIG, em 2012, a dev tinha acabado de ser formada e conseguiu entrar em contato com o Cartoon Network através das rodas de negócios do evento. A partir daí, a Fire Horse firmou uma parceria com o canal infantil que vem até os dias de hoje.

Dois anos depois, o estúdio venceu o prêmio Revelação Brasil em 2014 com Like a Boss, RPG em que você controla o vilão das dungeons e precisa derrotar hordas de heróis. Na mesma edição, a Fire Horse conheceu a publisher Versus Evil, que publicou Like a Boss. “O BIG teve bastante parte em todo o decorrer da Fire Horse”, conta Fernando Colombo, um dos sócios-fundadores da desenvolvedora.

Em 2021, o estúdio chega a final de Melhor Jogo Brasileiro do evento com Hero Among Us, um jogo de estratégia e administração de super heróis que junta mecânicas de Plague Inc. e Papers, Please para criar seu próprio universo.

“Eu estava jogando Plague Inc. e lendo Superman - Entre a Foice e o Martelo no ônibus e surgiu a ideia de fazer um jogo que você pudesse criar o seu super herói e escolher a origem dele. Muitas vezes o jogo te passa uma situação que não tem certo ou errado e você joga pela sua moral”, explicou Fernando

Hero Among Us irá receber novo tipo de herói nos próximos meses

Em Hero Among Us, você pode escolher entre três heróis diferentes para salvar o mundo: vigilante, velocista e gênio. Cada um lida melhor com cada tipo de problema e possui uma árvore de habilidades diferentes que você pode customizar para resolver crises específicas. O vigilante pode estimular redes de ajudantes que ajudam a controlar o crime, enquanto o velocista “para o tempo” com sua velocidade e o gênio pode criar drones, câmeras ou outros apetrechos que ajudam no combate às crises.

“É sempre um trabalho constante balancear os heróis. A gente lançou o jogo há pouco tempo e já tem gente falando que o vigilante é mais fraco ou que o velocista é mais forte. Sempre vai ter alguém que vai zerar o jogo em cinco minutos”, brincou o desenvolvedor.

Mas não tem jeito fácil de verdade. Hero Among Us te obriga a entender qual lugar do mundo é mais benéfico para o herói que você escolheu e qual o caminho que você quer seguir. Assim como Plague, Inc, o jogo pode desmoronar de maneira muito rápida já na segunda dificuldade do jogo. 

Quando as crises começam a pipocar na tela...

E tenho que ressaltar: fica desesperador quando a maior parte do mundo começa a ficar vermelha e você já não sabe o que fazer para reverter. Então a dica é: escolha muito bem suas árvores de habilidades e leia com cuidado todo o conteúdo que o jogo oferece.

Contemplado por um edital da Ancine em 2016, Hero foi o primeiro jogo publicado diretamente pela Fire Horse, sem intermediários. No BIG deste ano, o objetivo do estúdio é encontrar parceiros para ajudar a alavancar a distribuição do jogo. “A gente também quer portar para consoles, principalmente o Switch, acho que se adaptaria muito bem. Dependendo do rendimento a gente já tem algumas ideias que dariam certo para uma sequência”, anunciou Fernando.

Hero Among Us consegue adaptar diversas situações e cenários e isso faz com que o jogo tenha um excelente fator replay: cada run é uma aventura nova com o herói da sua escolha. E o desenvolvedor também já sabe os próximos passos do jogo.

Cada tipo de herói tem três árvores diferentes de habilidades e 50 níveis para ganhar pontos

“Em outro modo que vamos colocar como DLC agora, a gente quer ter outros tipos  de mundo, tipo Krypton do Super Homem, com países diferentes, e que vc tem um tempo ate o país explodir e você tem que mudar isso”, contou.

Uma curiosidade é que o jogo recebeu uma grande quantidade de fãs inesperados vindos direto da Rússia, com muitos pedidos de tradução dos textos para o russo - o que já está sendo providenciado, inclusive. 

Fora do universo de seu novo título, a Fire Horse já desenvolveu mais de seis jogos em sua longa parceria com o Cartoon Network e a equipe segue lançando novos conteúdos para o RPG online Like a Boss, disponível para Android e iOS.

Já veterano no cenário de devs brasileiros, Fernando terminou a entrevista agradecendo a todos que ajudaram no projeto e já passaram pela Fire Horse. "Preciso garantir que de alguma forma aparece minha gratidão pelo time. Estão todos nos créditos do jogo. Todos que trabalharam com a gente merecem estar aqui como finalistas do BIG”, finalizou.


BIG Festival de 2021 acontece entre os dias 3 e 9 de maio de maneira digital e gratuita para o público, que poderá testar os jogos, conversar com os desenvolvedores e assistir palestras. A premiação de Melhor Jogo: Brasil e demais categorias do evento será transmitida no dia 6, a partir das 21h30 (horário de Brasília).

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