A união entre Electronic Arts e Koei Tecmo para criar Wild Hearts foi uma das mais inusitadas do mundo dos games. Tão inusitado quanto ver o estúdio Omega Force (de Dynasty Warriors) fazendo um jogo de caçadas à lá Monster Hunter.
Então, já que a palavra do dia era para ser “Inusitado”, nada melhor que experimentar o fruto dessa união. E foi justamente isso o que o The Enemy fez nos últimos dias. E já adianto: o resultado é promissor.
Como dito logo acima, Wild Hearts é um jogo de caça aos monstros e, à primeira vista, bastante inspirado em Monster Hunter. Entretanto, a Omega Force resolveu dar seu estilo ao gênero e trouxe adições únicas que fazem com que o jogador se inspire em combater de forma inteligente, criar armadilhas surpreendentes e, claro, um pano de fundo calcado em mitologia e honra.
O jogo se passa em um mundo muito parecido com o Japão feudal chamado como Azuma, uma região assustadora e perigosa onde vivem os kemono, seres mitológicos que se fundiram com a natureza. Esses seres já foram pacíficos, mas perderam o controle e hoje são uma grande ameaça que atrai caçadores do mundo todo.
Falar que os kemono se mesclaram com a natureza é realmente muito vago, eu sei. Mas tente imaginar um rato gigante que tem embrenhado em sua pele flores e esporos venenosos, um lobo que teve seu corpo adaptado à tundra ou um bode elétrico com galhos no lugar dos chifres e você vai ter uma ideia geral do que estou falando.
As misturas entre plantas e animais trazem um sentimento no qual ao mesmo tempo os monstros sejam reconhecíveis, mas também assustadoramente esquisitos.
Seu personagem é um caçador que chega em Azuma para desbravar a terra e, quem sabe, ter uma grande aventura. Seu histórico é você, jogador, que decide na hora de criar o personagem.
Será que ele veio de outras terras para conseguir fama? Vingança contra uma fera específica? Um viajante perdido? Tudo vai depender do que você responder nas cenas de introdução do game. De qualquer forma, a sua origem é mais para dar o sentimento de pertencimento ao game e isso não vai influenciar na história.
O que você precisa saber é que, independente de sua origem, seu caçador tem alguma ligação com os karakuri, os primeiros caçadores de Azuma. Esses antepassados criaram dispositivos antigos para ajudar no combate contra as feras.
Não é Monster Hunter
Com o background posto, é preciso tirar algo da frente: Wild Hearts tem sim influência de Monster Hunter, porém, ambos os jogos são muito diferentes entre si. Em ambos os jogos é necessário planejar, estudar os movimentos dos monstros, criar armadilhas e, claro, ter muita paciência para concluir uma caçada.
O fluxo de jogo, entretanto, é bastante distinto. Enquanto em Moster Hunter é necessário compreender certas particularidades da caça, Wild Hearts mostrou que é um jogo mais ligado ao combate e como o jogador sabe usar as ferramentas que tem disponível em mãos.
Os combates são longos e chegam durar até 10 minutos. Enquanto você vai entendendo os movimentos do seu alvo, também vai descobrindo como se manter vivo. Mas também senti que Wild Hearts é menos punitivo que Monster Hunter e dá mais janelas para que o jogador consiga corrigir um erro na execução da estratégia da caça.
No embate contra o lobo de gelo, por exemplo, o combate foi intenso e passou por diversas áreas. Sem falar que a criatura também usava seus poderes para alterar o cenário, criando dificuldades para locomoção.
E já que estamos falando de combate, você pode usar variações de golpes fracos, médios e fortes para criar seus combos. O jogo também conta com ideias mais contemporâneas, como se esquivar no momento certo para atacar pelos flancos. Além, claro, de usaros artefatos dos karakuri para ajudar no combate.
Máquinas de combate
Os artefatos podem ser desde uma simples caixa que você coloca no campo de batalha até mesmo maquinários super complexos, como um arpéu que prende os inimigos, uma mina explosiva ou uma catapulta. Ao colocar esses objetos em jogo, Wild Hearts abre um caminho interessante para o combate contra essas criaturas. Quando o game for lançado serão mais de 30 artefatos para serem usados.
Por exemplo, as caixas dão altura suficiente para você saltar por cima do monstro e desferir um golpe que causa até o triplo do dano na criatura. Mas vale dizer que os nossos testes foram feitos com base no início do jogo, nas primeiras feras, ou seja, com recursos de gameplay limitados. Só o pessoal do Omega Force sabe o que nos guarda no end game.
Não tive acesso a muitos tipos de armas, na verdade só experimentei uma espada que se transformava em um chicote. Porém os produtores prometeram dezenas de tipos de equipamentos e cada uma delas vai se adaptar ao estilo do jogador.
Outra coisa que vale lembrar é que, assim como Monster Hunter, Wild Hearts terá um incentivo para jogar em grupo, pois cada jogador pode trazer suas ferramentas para o combate. O game terá sistema de crossplay para que se forme grupos de até três jogadores (você e mais dois amigos) para enfrentar os monstros.
Porém, o Omega Force faz questão de dizer que o game pode ser jogado inteiramente sozinho, o que promete deixar a experiência de jogar Wild Hearts mais desafiadora.
E claro, os combates contra os kemono vão render itens para criação de armas e armaduras. Será que vale a pena gastar a garra do lobo para fazer uma espada? Ou vai usar o material para criar uma armadura? São pequenas decisões como essa que vai permitir que você sinta que seu personagem é único.
Independentemente do que você fizer com os recursos coletados, todo kemono lendário concede um maquinário kakuri. Nos trailers já vimos que muitos deles podem servir para deslocamento, como um mini helicóptero ou um arpéu que alcança locais muito distantes. Isso vai ajudar a se deslocar pelo cenário - e aí vai entrar também sua imaginação de como usar esses itens no combate.
Promissor
Falando em cenário, o mundo terá quatro regiões para serem exploradas e cada uma delas representando uma estação do ano. O Hanagasumi Hill’s, por exemplo, é a área inicial e tem como tema principal a primavera. Já a área do Frozen Moon Castle é tomada pela desolação do inverno.
O que mais me impressionou foi o fato de que Wild Hearts é um jogo extremamente bonito. Os monstros, como disse acima, causam uma estranheza suigeneris. Você consegue reconhecer no que eles foram inspirados e ver a forma simbiótica que os designers fizeram para as plantas se fundirem ao corpo animal é de cair o queixo.
A inspiração em Monster Hunter é notória, porém, Wild Hearts tem suas particularidades e, como já dei spoiler, é promissora. A mitologia por trás dos monstros, o mundo do game e, principalmente o uso de maquinários no combate, são provas que o Omega Force está empenhado em mudar o cenário dominado pelo game da Capcom.
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Por fim, vale a pena lembrar que Wild Hearts vai chegar em 17 de fevereiro de 2023 para PC, PlayStation 5, Xbox Series S e X com menus e legendas em português. Infelizmente o jogo não vai chegar ao PS4 e Xbox One.
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