Poucos casamentos na indústria dos games fazem tanto sentido quanto o da Epic Games e Psyonix. Somente com Rocket League em seu portfólio, a desenvolvedora conseguiu multiplicar o serviço que já oferecia para seus jogadores — e que já era bem similar ao modelo da Epic em Fortnite. Rocket Racing é o segundo grande fruto dessa parceria, e após testarmos o game a convite da Epic, podemos afirmar que o resultado é positivo mais uma vez.

A assinatura da Psyonix está lá desde os primeiros momentos do trailer, que foi exibido à imprensa antes do teste. A batida facilmente reconhecível da trilha sonora de Rocket League deixa claro aos jogadores que aquele ambiente é familiar; a presença de carros clássicos, como o Octane, só reforça isso.

A familiaridade se traduz também no gameplay. A proposta de Rocket Racing passa longe dos jogos de corrida tradicionais, e controlar o carro é tão simples quanto você pode imaginar. Curvas acentuadas não são um problema; ultrapassagens são fáceis; e toda corrida parece ganhável, mesmo quando se está muito atrás do líder.

Abandonando a burocracia de frenagem e troca de marcha, o novo jogo desafia o jogador a ser criativo. Drifts dão um boost de velocidade em seu carro, e por isso determinar o ponto certo para se iniciar um drift é decisivo ao longo de toda a corrida, e a inspiração em títulos como Mario Kart fica bem clara neste ponto.

Com o decorrer da prova, os carros também carregam uma barra de boost separada — essa sim, bastante similar à de Rocket League. Quando o "turbo" está carregado, apertar triângulo ou Y dá velocidade para seu carro, e pressioná-lo novamente no timing certo te deixa ainda mais rápido. Essa barra, inclusive, é preenchida mais rapidamente conforme drifts são realizados, incentivando o jogador a abusar deles.

A criatividade do jogador também diz respeito aos percursos. Os convidados da Epic apresentaram 5 das 26 pistas que estarão no jogo em seu lançamento, e ainda que algumas não escondam grandes segredos, outras estão repletas de caminhos alternativos e pontos de boost — a clássica "seta pra frente" do gênero corrida arcade.

Cena de gameplay de Rocket Racing
Foto: Divulgação/Epic Games

Os caminhos alternativos por vezes são difíceis de serem encontrados e acessados, forçando o jogador a usar manobras que estão em seu arsenal: pilotar na parede ou no teto, pular, voar e rodopiar com seu carro. Diferente de Rocket League, que claramente foi a fonte dessas mecânicas, esses movimentos não dão mais velocidade para o veículo, e devem ser usados em busca de uma vantagem na pista, seja um caminho mais curto ou um ponto de boost.

Juntamente do drift, esse é o ponto que mais exigirá habilidade dos jogadores. Acertar o timing de seus rodopios e pulos é desafiador e, como esperado, essas manobras trazem alto risco e grandes recompensas para o piloto.

Tudo isso é condensado em partidas que mal alcançam cinco minutos, e são embaladas pela excelente trilha sonora da Psyonix. O ecossistema de serviço não foi mostrado a fundo nos testes, mas já sabemos que o jogo receberá um editor de pistas no futuro, e duvidar da Epic Games nos quesitos Passe de Batalha, skins e conteúdos extras é praticamente impossível nesse ponto da história.

De alguém que joga Rocket League há oito anos e o enxerga como um ótimo jogo para curtos intervalos no dia-a-dia, Rocket Racing entra como nova opção para esses momentos da rotina. Para quem prefere um olhar mais "tryhard", o jogo também será um bom encaixe, já que o sistema de partidas competitivas e elos também estará presente.

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Acima de tudo, o novo jogo da Epic, que ficará dentro da plataforma de Fortnite, é um respiro em meio à burocracia dos jogos de corrida atuais, e apela para quem prefere uma experiência mais livre, mas que ainda assim quer um desafio de habilidade — e convenhamos, drifts são bem mais divertidos do que antecipar uma curva.


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