Um grupo de jogadores abriu um processo contra a Microsoft nos EUA para tentar barrar a fusão entre a empresa e Activision dizendo que o negócio de US$ 69 bilhões “irá reprimir ilegalmente a concorrência na indústria de videogames”.
A queixa apresentada no tribunal federal da Califórnia ocorre cerca de duas semanas depois que a FTC, órgão regulador de mercado nos EUA, abriu um processo buscando impedir a Microsoft de concluir a maior aquisição no mercado de videogames.
Segundo a Reuters, a ação representa um grupo de 10 jogadores na Califórnia, Novo México e Nova Jersey. Segundo os autores, a proposta de aquisição daria à Microsoft "poder de mercado muito grande na indústria de videogames com capacidade de excluir rivais, limitar a produção, reduzir a escolha do consumidor, aumentar os preços e inibir ainda mais a concorrência".
Em um comunicado enviado à Reuters, o advogado dos queixosos, Joseph Saveri, em São Francisco, disse: "À medida que a indústria de videogames continua a crescer e evoluir, é fundamental protegermos o mercado de fusões monopolistas que prejudicarão os consumidores a longo prazo".
Um representante da Microsoft também enviou um comunicado à agência de notícias defendendo o acordo e disse que a fusão "irá expandir a concorrência e criar mais oportunidades para jogadores e desenvolvedores de jogos". Depois que FTC abriu o processo contra a Microsoft, o presidente da companhia, Brad Smith, disse: "Temos total confiança em nosso caso e agradecemos a oportunidade de apresentá-lo no tribunal".
Entenda o caso
Em janeiro a Microsoft anunciou a intenção de compra da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões, a maior da indústria dos games. Uma fusão como essa precisa passar por aprovações em órgãos reguladores de diversos países, como o CADE no Brasil, o CMA do Reino Unido e o FTC nos EUA.
Inicialmente a Sony declarou ao Wall Street Journal que esperava que a Microsoft seguisse os contratos firmados. Porém a Sony mudou o discurso quando o CADE, órgão regulador brasileiro, revelou os bastidores do processo e mostrou que a japonesa foi a única empresa que se opôs à compra, dizendo que Call of Duty, que está no portfólio da Activision, é “um jogo essencial" para seus negócios por não existir um concorrente à sua altura.
O processo brasileiro acabou revelando que o PlayStation 4 vendeu o dobro que Xbox One e que o Game Pass, que em 2021 gerou US$ 2.9 bilhões aos cofres da Microsoft. Apesar da oposição da Sony, o CADE aprovou a fusão da empresa.
O CMA, órgão regulador do Reino Unido, também está preocupado com a aquisição e ainda não divulgou sua decisão.
Em sua defesa, a Microsoft disse por diversas vezes que não vai barrar a chegada dos jogos da série no PlayStation e que o objetivo da aquisição é aumentar seu catálogo de jogos e presença no mercado mobile.
Recentemente foi revelado que a Microsoft e a Sony trabalham em uma acordo para impedir a chegada de Call of Duty no Game Pass por "um número de anos". Além disso, a empresa se comprometeu a levar jogos da série Call of Duty para os consoles da Nintendo após confirmada a fusão.
Nos EUA, a Microsoft enfrenta uma grande briga pois a Federal Trade Commission abriu um processo antitruste contra a Microsoft para tentar bloquear a compra da Activision, alegando que a fusão violaria a lei de concorrência de mercado nos EUA.
Vale ressaltar que a Microsoft já prometeu publicamente, em diversas ocasiões, que vai manter os jogos da Activision Blizzard disponível no PlayStation e que pensa em levar também ao Switch e consoles futuros da Nintendo.
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Na Europa, a MLex procurou desenvolvedores para saber se a fusão da Microsoft e Activision poderia criar um monopólio ou uma disputa injusta com outros fabricantes de console.
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