Cyberpunk 2077: A missão mais assustadora da CD Projekt Red
O trabalho investigativo ao lado de River Ward é sensacional
V encontra o policial River Ward à noite, em uma rua não tão movimentada de Night City. Nenhum dos dois parece muito à vontade, até que ele quebra o silêncio. Ward precisa da ajuda de V para encontrar o sobrinho desaparecido. Assim, começa uma das melhores missões já criadas pela CD Projekt Red — e a mais assustadora de Cyberpunk 2077.
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O início da investigação é curioso. Somos apresentados a uma reportagem na qual um criminoso conhecido como Peter Pan é baleado por um policial qualquer de Night City. Ele não morre, mas fica inconsciente. Portanto, não há como interrogar o tal Peter Pan.

Durante a cena da abordagem policial, River Ward repara que os tênis usados por um jovem que acompanhava Peter Pan (contra a própria vontade, provavelmente) pertenciam a Randy Kutcher, sobrinho desaparecido de Ward.
Em vez de propor algo mais óbvio, que seria perseguir o sequestrador do sobrinho de River Ward, a CD Projekt Red nos coloca em uma jornada para descobrir, por meio de memórias e sonhos, onde o menino desaparecido está e quem é Peter Pan.

Tudo é subjetivo. As neurodanças investigadas beiram o surreal, com sinais perdidos aqui e ali de elementos fantásticos mesclados com realidade. No mundo real, um desenho animado inofensivo na superfície que esconde uma verdade sombria. Após muito drama familiar, dois irmãos que não se davam bem há muito tempo voltam a se aproximar.
Surpreendentemente, mesmo que Peter Pan já esteja inconsciente e inofensivo quando o conhecemos, descobrir a verdade sobre o passado dele é aterrorizante. A maneira como ele ludibriava crianças para destruir as vidas delas é digna de um filme ou jogo de terror psicológico. O cara nem está acordado, mas você teme por tudo que ele é capaz de fazer.

Esse é um dos poucos casos em que ler absolutamente todos os arquivos de texto encontrados ao longo da investigação vale a pena. O clime de suspense é criado com maestria — e cada nova descoberta vem acompanhada por um sentimento deliciosamente terrível de que vai dar tudo errado.
Poucas missões de Cyberpunk 2077 são tão indiscutivelmente bem escritas quanto essa. O desfecho, inclusive... É particulamente desesperador. Pelo menos visualmente.

Se você ainda não jogou The Hunt por algum motivo, aproveite para corrigir isso assim que puder. É por causa dessa e de outras missões especiais que Cyberpunk 2077 consegue entreter até mesmo quem se incomoda com cada pequeno bug.
Nada justifica o estado do jogo na época do lançamento. Da mesma forma, nada muda o fato de que essa parte da história é brilhante.