Queda da Luz (Lightfall) é a nova expansão de Destiny 2, FPS da Bungie, que prometeu começar a conclusão de uma saga que dura mais de dez anos, mas acabou desapontando muitos jogadores cuja expectativa era mais conteúdo primoroso.

Embora recheada com ideias interessantes, dignas de uma expansão e que enriquecem a experiência geral, o novo DLC não repete o feito positivo de A Bruxa-Rainha e surpreende negativamente.

Definitivamente uma campanha

“Tirando o elefante da sala”, a nova campanha, principal chamariz da expansão, é uma falha distribuída em oito missões. Depois de entregar a talvez melhor narrativa da história de Destiny com A Bruxa-Rainha, Queda da Luz deixa a desejar em quase todos os aspectos.

imagem de gameplay de destiny 2
Bungie

Conforme já revelado pela Bungie, Lightfall é a penúltima expansão da atual saga de Destiny, que começou no primeiro jogo, lançado em 2014. Dada a importância dos acontecimentos no enredo geral do FPS, o esperado era o início de uma conclusão ou ao menos o estabelecimento de o que pode vir a ser a batalha final.

Aqui, nada disso é definido. Pelo contrário, quando o momento pede por respostas, o jogo faz ainda mais perguntas e não responde nenhuma sequer. Basicamente, o objetivo dos guardiões é encontrar o chamado “Véu”, considerado um dos itens mais valiosos de toda a galáxia, antes do principal antagonista, a Testemunha.

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Porém, em todo o decorrer da campanha, não sabemos o por que, qual sua utilidade e, pior, somos dados como derrotados em meio a um drama inexistente e sem qualquer consequência aparente.

Personagens demais para tempo de menos

Nimbus e Rohan, os dois novos personagens pertencentes à classe que protege Neomuna, os Cloud Striders, executam bem seus papéis, porém, com a profundidade de um pires.

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Claro, quando mostrados pela primeira vez, o choque é interessante. Afinal, um guerreiro experiente com o pupilo inconsequente é a fórmula básica de contraste entre duas personalidades que funciona bem na estética “filme de ação dos anos 80” adotada pela Bungie.

Estética essa, que se destaca como um dos poucos pontos positivos. A ação é excelente e o modo Lenda apenas acentua a adrenalina dos confrontos intensos e inimigos inéditos, como o tão temido Algoz.

Porém, ao menos na campanha principal, nenhum dos novos personagens é desenvolvido o suficiente para fazer qualquer jogador se importar com seus destinos. O mais velho tem, literalmente, duas linhas de diálogo antes de sua morte previsível, enquanto o mais novo tenta e falha miseravelmente na missão de ser um alívio cômico.

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Enquanto isso, Calus, imperador apresentado na versão básica de Destiny 2, misterioso e poderoso, se torna apenas um soldado dispensável da Testemunha e não intimida como Savathûn na expansão anterior.

Além disso, diferente do que acontece em A Bruxa-Rainha, não interagimos com quase nenhum personagem já estabelecido na franquia durante a aventura. Apenas Osíris se faz presente, mas este deixou de ser um Arcano sábio e se tornou apenas um homem claramente passando por uma crise de meia-idade galáctica (enevoando até partes tocantes envolvendo a morte de sua fantasma, Sagira).

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Filamento

Filamento é a estrela da expansão. Com uma campanha fraca, a nova subclasse é o único aspecto que chama atenção.

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Embora má introduzida, aparecendo em momentos aleatórios sem qualquer justificativa, esta faz toda a história se transformar em apenas um longo tutorial dos novos poderes, que, de fato, são tudo isso.

Com cada uma de suas propriedades sendo mostradas aos poucos, e mecânicas com numerosas possibilidades, a implementação do Filamento parece o único elemento que recebeu carinho na hora de desenvolver Queda da Luz.

Balançar por Neomuna com os ganchos, suspender inimigos, gerar “filamentosos” para atacar adversários, tudo isso é um refresco enorme para jogadores veteranos, assim como uma explosão de diversão para novos jogadores.

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Qualidades escondidas

Deixando de lado uma campanha sofrível, Destiny 2 recebeu atualizações dignas de serem consideradas uma revitalização do jogo. Como destaque, o FPS implementou o sistema de equipamentos e os Guardian Ranks.

O primeiro introduz apenas um recurso já utilizado por muitos jogadores veteranos de guardar configurações de equipamentos, armas e mods como um conjunto. Desta forma, diversas “builds” ficam a um clique de distância, o que melhora imensamente a qualidade de vida no game e até incentiva jogadores não familiarizados com a personalização a usá-la.

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Além disso, os Guardian Ranks resolvem quase completamente um dos maiores problemas do game: a jornada de um novo jogador. Em suma, o sistema oferece um conjunto de objetivos que vão desde os mais simples como conhecer as principais atividades de Destiny até os mais complexos que envolvem raides, modos desafiadores e tudo com uma progressão justa.

Desta forma, novos jogadores, agora, possuem um caminho mais claro para evoluir no jogo e não ficarão mais perdidos com a quantidade de atividades diferentes do jogo, itens e afins.

Raíz dos Pesadelos

A nova raid de Destiny 2, Raíz dos Pesadelos, tem como objetivo fazer os guardiões confrontarem um dos personagens mais populares do FPS, mas ainda nunca visto: Nezarec.

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Diferente de Voto do Discípulo, raid introduzida em A Bruxa-Rainha, que se destacou por sua complexidade, a nova atividade vai pelo caminho contrário.

Raíz dos Pesadelos talvez seja uma das raides mais simples da história de Destiny e claramente serve para atrair novos jogadores ao que pode ser considerado um dos pilares do “endgame” PvE de Destiny.

Rica em lore, a atividade leva o jogador para próximo do confronto direto entre a Testemunha e o Viajante, com raízes criadas pela energia das entidades e, mais importante, Nezarec tem uma presença intimidadora, embora seu modelo de personagem e mecânica de combate deixem a desejar devido à semelhança extrema com os Algozes da campanha

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Uma expansão com brilho bem escondido

Com campanha desapontante, Queda da Luz espanta por não repetir o feito de A Bruxa-Rainha logo de cara. Embora tenha sido esclarecido que explicações virão com o decorrer das temporadas de 2023, não há como negar que a qualidade do enredo é decepcionante.

Porém, tudo além da história principal agrega à experiência de Destiny. A nova subclasse oferece possibilidades interessantes, ao mesmo tempo em que atualizações de mecânicas como as envolvendo Campeões e melhorias na qualidade de vida promovem conteúdos refrescantes e atrativos tanto para jogadores de longa data quanto novatos na série.


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Destiny 2
  • Lançamento

    08.09.2017

  • Publicadora

    Activision

  • Desenvolvedora

    Bungie

  • Censura

    14 anos

  • Gênero

    None

Nota do crítico