O ano de 2023 está abarrotado de grandes lançamentos e, preparem-se, pois a Remedy chega com mais um título excepcional para ocupar o topo da lista: Alan Wake II.
Tendo jogado um pouco mais das primeiras 10 horas do game, a impressão que prevalece é que este se trata, muito possivelmente, do melhor título do estúdio finlandês. Não apenas isso, como um forte concorrente ao título de jogo do ano.
Confira, abaixo, nossas primeiras impressões do ambicioso lançamento da Remedy. Porém, note que este é um review em progresso, portanto, será atualizado com as percepções finais conforme avançarmos na experiência.
Sherlock Holmes paranormal
Alan Wake II dá as boas-vindas a Saga Anderson, uma agente do FBI responsável pela investigação de uma série de assassinatos ritualísticos que estão apavorando Bright Falls, a cidade do primeiro jogo.
O retorno a Bright Falls, porém, é mais arrebatador desta vez. Em Alan Wake e Control, a Remedy demonstrou dificuldade em enganchar o jogador em sua história. O início de ambos os games é formado por mistérios subjetivos demais e poucas respostas, que tardam a chegar. Por isso, era necessário investir na história até que ela desabrochasse.
Neste quesito, ainda bem, Alan Wake II é um verdadeiro vortex. Somos totalmente submersos na trama logo no primeiro capítulo que, com uma revelação chocante, finca suas garras para nos introduzir a uma sequência instigante de mistérios. É difícil largar o controle.
Muito do sucesso da narrativa se deve à nova protagonista, Saga, e o gameplay investigativo presente nas sequências com ela. A policial conta com recursos engenhosos, incluindo um palácio mental – no maior estilo Sherlock Holmes –, quadro de pistas e uso de intuição de poderio paranormal para deduzir as motivações dos investigados.
Os fãs de tramas investigativas tem muito com o que se divertir aqui. Os de terror de sobrevivência, porém, nem tanto: por mais que a expectativa fosse que Alan Wake absorvesse elementos de Resident Evil para a sequência – e, de fato, alguns deles estão presentes –, o terror se resume aos jumpscares aleatórios da série e à ambientação macabra.
O retorno do escritor assombrado
As brilhantes sequências investigativas são alternadas com o gameplay com o escritor assombrado, Alan Wake, que é desafiado por uma realidade paralela que não quer perdê-lo de vista.
Diferente do caso de Saga, porém, a progressão com Alan é mais truncada e lenta. Dentro do Lugar Obscuro, as palavras do escritor tem o poder de alterar a realidade. Sendo assim, somos confrontados com uma série de puzzles de cenário em que é necessário encontrar o tema e a localização corretas para escrever um novo enredo para a história, de forma que abra caminhos para permitir o avanço.
Se soou muito subjetivo para você, saiba que é mesmo. No fim, o avanço do gameplay recai em um ciclo constante de tentativa e erro e, somado ao fato que o jogo não oferece guias e deixa o jogador livre para explorar a experiência, é fácil se ver empacado.
Mas não se engane, a jogatina com Alan foi aprimorada consideravelmente. Além dos diversos segredos a se encontrar nos cenários, o combate foi retrabalhado. A variedade de inimigos é mais satisfatória e os Possuídos estão mais ameaçadores do que nunca.
Ao menos ao long das dez primeiras horasde gameplay, bastam dois golpes acertados para ver a tela de Fim de Jogo. Pior, o jogador não pode sempre contar com a lanterna: diferente do jogo anterior, assim que o estoque de baterias acabar deixa de ser possível usar o poder de atordoamento da lanterna. Em outras palavras: hora de correr pela sua vida.
Visuais deslumbrantes
O teste do jogo está sendo realizado no PS5 e, até agora, o trabalho da Remedy para a plataforma se mostra primoroso. Alan Wake II é, sem dúvidas, um dos jogos mais bonitos do atual console de PlayStation. No Modo Desempenho, não se percebeu queda na taxa de quadros ou qualquer outro soluço na experiência.
A fluidez do gameplay é ainda mais impressionante quando consideramos a quantidade de elementos em tela. Os cenários surpreendem com a quantidade de elementos, que vão de vegetação vasta no caso de Saga e folhas e lixo no chão no caso de Alan. Os fãs vão se deleitar, além disso, com o realismo com que os cenários do primeiro game foram recriados com realismo em escala 1:1.
Em uma franquia como Alan Wake, os efeitos de iluminação são muito importantes – e este é um ponto em que o estúdio não decepciona. O raytracing é usado até o limite do poderio do console, surpreendendo com efeitos de luz que tornam o combate e os cenários de tirar o fôlego.
Outro elemento do trabalho gráfico que impressiona são os modelos humanos, que esbanjam expressividade e detalhes. O feedback háptico do DualSense também é usado de forma satisfatória, por mais que mínima, proporcionando maior imersão com vibração que se assemelha a gotas de chuva e uso dos alto falantes para o poder da lanterna.
Mas, para não falar que a experiência é impecável, notamos um problema presente na interface de usuário: algumas janelas de mensagem, como a que lembra que é possível acessar a Sala de Dedução a qualquer momento, demora a deixar a tela.
Outro problema enfrentado no teste está relacionado às legendas em português do Brasil que, principalmente em cinemáticas, frequentemente está fora de sincronização. Não apenas isso, como em determinada parte o texto se acumulou para bloquear metade da tela. No fim, o entendimento dos jogadores brasileiros é comprometido, mas esta é uma questão que, com sorte, será solucionada logo após o lançamento com a chegada de atualizações.
O maior acerto da Remedy?
Ainda há o que se presenciar em Alan Wake II, mas o mostrado até o momento indica um jogo que será lembrado anos a partir de agora. A narrativa instigante, o balanço de gameplay satisfatório entre puzzles narrativos (Saga) versus puzzles de cenário (Alan), o combate desafiador e os visuais estonteantes apontam para o maior acerto da Remedy Entertainment até hoje.
LEIA MAIS
- Alan Wake "foi afetado" pelo fim do 1º jogo, diz Sam Lake
- Alan Wake ganha recapitulação jogável em Fortnite
- Alan Wake 2 terá DLC gratuito “importante”, garante Remedy
Alan Wake II chega nesta sexta-feira (27) para PS5, Xbox Series X|S e PC (via Epic Games).
Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na Twitch, Twitter, Facebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.
Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!
- Lançamento
27.10.2023
- Publicadora
Epic Games
- Desenvolvedora
Remdey Entertainment
- Censura
12 anos
- Gênero
Misterio, terror, aventura, investigação
- Testado em
PlayStation 5
- Plataformas
Xbox Series S Xbox Series X PlayStation 5 PC