Monster Hunter é um fenômeno no Japão. Lançado em praticamente todas as plataformas do PlayStation 2 para frente, a franquia já vendeu 40 milhões de cópias desde sua criação em 2004 e cada novo título movimenta uma multidão de fãs, que frequentemente passam centenas de horas com cada jogo. Ainda assim, o título nunca fez muito sucesso para além das fronteiras japonesas.

Com uma base consolidada, a Capcom agora quer levar a febre de Monster Hunter para o restante do planeta com Monster Hunter: World, primeiro jogo da franquia a ter um lançamento mundial. Mas por que só agora, depois de dez anos, a produtora decidiu dar este passo?

De acordo com o produtor Ryozo Tsujimoto, que trabalha na série há mais de dez anos, a tecnologia implementada no PlayStation 4 e no Xbox One foi o que permitiu o salto. "Queriamos usar os recursos mais recentes para redesenhar o mundo de Monster Hunter de forma mais fluida, deixá-lo vívido na tela dos jogadores. A geração atual de consoles é perfeita para esse conceito", explica.

É um conceito que passa, também, por tornar Monster Hunter, mais acessível ao consumidor de games em geral, o que significou também aproximar o jogo de um padrão que já existe em outros títulos de alto orçamento. "No passado, por exemplo, só havia tutoriais em texto. Você precisava parar e ler, e poderia perder algo. Agora, implementamos vozes e, enquanto você joga, pode ouvir os personagens te dando instruções."

O maior desafio, entretanto, é fazer todas essas concessões sem perder o que faz de Monster Hunter único, e isso passa das mecânicas aos controles. O botão de corrida, por exemplo, costumava ficar no R1/RB, mas agora passou para o analógico direito. Mas, se você é fã de longa data, ainda poderá correr com o comando clássico. "Ambos os tipos de jogadores serão contemplados. Mais pessoas poderão jogar sem mudar a experiência, ou nivelar a jogabilidade para baixo", explica.

O nome escolhido para o jogo (World) não é por acaso. Além do primeiro lançamento mundial da franquia, este também é o primeiro jogo a ter um mundo compartilhado, sem distinção entre single-player e multiplayer.

Caso Monster Hunter: World consiga seu objetivo de alcançar um grande sucesso fora do Japão, é de se imaginar que sua fórmula se torne um padrão para a série, mas, para Tsujimoto, é preciso avaliar as reações primeiro. "Cada jogo da franquia tem um conceito único, como Generations, que celebrou os títulos anteriores. Vai depender de como os jogadores reagirem", finaliza.

Monster Hunter: World chega em 26 de janeiro para PlayStation 4, Xbox One e PC.