Aviso: Batman: The Enemy Within é um jogo dividido em episódios e, até agora, o primeiro dos cinco capítulos foi lançado. O review será atualizado à medida que os capítulos forem lançados. A nota do review, portanto, será uma média das notas de cada capítulo, arredondada para baixo.

Fica difícil se animar com um jogo da Telltale dado o retrospecto recente do estúdio, com uma série de jogos de qualidade duvidosa (The Walking Dead: Michonne e Guardiões da Galáxia, estou falando de vocês). Mas, pelo menos com o Batman, o estúdio californiano têm mantido o bom nível pelo qual ficou conhecido em 2012.

Em Batman: The Enemy Within, a segunda temporada do game do Homem-Morcego, o estúdio mantém praticamente tudo o que deu certo no primeiro ano: a importância a Bruce Wayne como força-motriz da história, as investigações de cenário e as sequências de ação em quick time event estão todas de volta. Mas é no roteiro e nas reviravoltas - duas marcas registradas da Telltale - que o jogo traz seu ponto mais forte.

Depois de apresentar com propriedade sua versão do Batman e da própria Gotham City, cujo submundo do crime chegou a ser controlado pelo pai de Bruce Wayne, o estúdio continua o bom trabalho em cima deste universo, no que parece ser um jogo dedicado, agora, a construir o maior nêmesis do Cavaleiro das Trevas: o Coringa. De acordo com a empresa, suas decisões ajudarão a moldar o comportamento do Palhaço do Crime.

EPISÓDIO 1 - “ENIGMA”

Se a intenção é construir, do zero, a eterna rivalidade entre o Batman e o Coringa, The Enemy Within faz questão de despistá-la, já que o principal inimigo deste início de história é o Charada. Apresentado como o malfeitor mais antigo de Gotham, um criminoso que aterrorizou as ruas da cidade desde que Bruce Wayne usava fraldas, Edward Nigma retorna disposto a voltar ao posto de vilão número um da cidade.

Amanda Waller é uma personagem importante nesta aventura do Batman

Do lado da lei, o jogo também põe em cena personagens controversos. Quem está no encalço do Charada é ninguém menos do que Amanda Waller, que muitos devem conhecer por suas conexões com o Esquadrão Suicida. Aqui, ela aparece como uma figura de autoridade capaz de passar por cima da polícia de Gotham (e estremecer seu relacionamento com o comissário Gordon no processo, dependendo do que você escolhe).

E, como elemento-surpresa, claro, há o próprio Coringa - aqui, ainda conhecido com outro nome, John Doe, pois não se tornou completamente o vilão que conhecemos. John ficou próximo de Bruce Wayne após o capítulo 4 da primeira temporada, no qual os dois conviveram por um breve período no Asilo Arkham. Só o pequeno encontro fez o maníaco vilão se sentir próximo de Bruce (levando a uma cena igualmente tensa, hilária e constrangedora na qual eles se encontram em um velório).

É no roteiro e nas reviravoltas - duas marcas registradas da Telltale - que o jogo traz seu ponto mais forte

A maioria dos bons jogos da Telltale são conhecidos por um início forte, e Batman: The Enemy segue isso à risca com um dos melhores primeiros capítulos que eu já vi o estúdio fazer. Nenhuma escolha parece fácil, e as consequências das suas ações podem ser sentidas já nas primeiras horas, quando temos que lidar com a morte inesperada de um aliado do Homem-Morcego.

Na parte do gameplay, como disse acima, o jogo segue o que deu certo na temporada anterior, sem muitas diferenças - há aqui a obrigatória cena em que você pode jogar como Bruce Wayne ou como Batman, por exemplo. A melhor parte, entretanto, fica por conta de uma cena de investigação que envolve um dos desafios do Charada, que definitivamente é o ponto alto do episódio.

Por fim, o gancho deixado no final do episódio arma a cena para o que parece ser mais um bom game do Homem-Morcego. Vamos aguardar.

Nota: 4/5

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Batman: The Enemy Within está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC (Steam, GOG.com), Android e iOS. O capítulo 1 foi testado em um PC. Clique no nome das plataformas para conferir o preço em versão digital.

Nota do crítico