Demissões da Bungie vieram para ‘otimizar recursos’, diz Sony

Reestruturação do estúdio foi recebida com críticas após sucesso da última expansão de Destiny 2

Por Rafael Arbulu 08.08.2024 16H19

Apesar das severas críticas recebidas pela comunidade, a Sony defendeu as demissões realizadas pela Bungie na semana passada, quando o estúdio interno da dona do PlayStation 5 cortou cerca de 17% de seu quadro de funcionários (mais ou menos 220 pessoas, em números expressos).

Em uma recente conferência com seus investidores (e cujos pontos principais foram vazados no X), o presidente Hiroki Totoki disse que as funções internas da Bungie – aspectos corporativos, necessidades de escritório e afins – serão integradas dentro da própria Sony e seus estúdios primários. A ideia, segundo o mandante da empresa, veio de um “desejo de otimizar recursos”.

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Crédito: Bungie/Divulgação

Toda essa situação adicionou mais combustível à discussão sobre as demissões em massa que vêm ocorrendo no mercado global dos games desde o começo de 2023. No caso da Bungie, é importante lembrar que não é a primeira vez que Totoki adotou um tom mais direto com o estúdio: ano passado, noutra conferência, o executivo havia afirmado que, embora bastante criativa e aptidão para jogos de live service, a empresa precisava melhorar em aspectos como gastos e responsabilidade com prazos de desenvolvimento.

As demissões da semana passada, no entanto, causaram discussões acaloradas: de um lado, mais de 200 funcionários que atuaram no desenvolvimento de “A Forma Final” – a última expansão da primeira saga de Destiny 2 – se viram sem emprego. Por outro, essa mesma expansão teve estrondoso sucesso (e, consequentemente, ótimo faturamento) na mídia especializada.

Não ajudou o fato de o CEO da Bungie – Pete Parsons – ter passado o período de cortes comprando carros de luxo para a sua coleção, em um gasto de US$ 2,3 milhões (ou R$ 12,80 milhões).

Dos recém-demitidos, nenhum dos profissionais teceu comentários sobre as palavras do presidente da Sony. Na última semana, Liana Ruppert – ex-gerente de comunidade da Bungie e uma das profissionais cortadas mais vocais nessa controvérsia – chegou a defender a empresa, afirmando que a decisão pelas demissões foi “inteira da Bungie” ao mesmo tempo em que respondeu publicamente a Parsons, exigindo a sua renúncia ao cargo de CEO.

Apesar de demissões, Bungie ainda produzirá Destiny e Marathon

Uma das questões mais pertinentes relacionadas à toda a situação da Bungie refere-se aos projetos que a empresa havia anunciado, porém ainda não lançado: ainda que Destiny 2 tenha sido “finalizado” com a expansão A Forma Final, a marca ainda continuará sendo desenvolvida pelo estúdio.

Ao mesmo tempo, houve a preocupação de que Marathon – jogo de tiro em primeira pessoa que a Bungie lançou em 1994 e que está em vias de ganhar um reboot – tivesse sido cancelado. Ainda mais depois de sabermos que um projeto ainda não anunciado (codinome “Payback”, que hoje suspeita-se referir-se a Destiny 3) acabou descartado antes mesmo de nascer.

Parece que não será esse o caso: na mesma conferência com seus investidores, Totoki chegou a afirmar que ambos os jogos continuarão na competência do estúdio, que agora deverá focar neles seus recursos mais criativos.

Entretanto, o presidente não ofereceu detalhes de como isso deve acontecer.

De uma forma geral, a Sony deu a entender que terá uma participação mais proativa na direção da Bungie daqui para frente: vale citar que a japonesa comprou o estúdio em 2022, pagando a “bagatela” de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,26 bilhões).