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Review: Undisputed chega para nocautear a saudade dos jogos de boxe

Alguns deslizes técnicos não ofuscam a boa jogabilidade

Por Angelo Sarmiento 08.10.2024 19H03

Com a promessa de reviver o auge dos games de boxe, Undisputed chega para PS5, Xbox Series e PC no próximo dia 11 de outubro. O game é o projeto de estreia da Steel City Interactive, e está sendo publicado pela Deep Silver.

Undisputed foi anunciado em 2020, quando ainda era chamado de eSports Boxing Club; em setembro de 2022, ele foi renomeado, e em janeiro de 2023 saiu como acesso antecipado no Steam. O projeto até poderia passar batido, mas esse é o primeiro jogo licenciado de boxe desde Fight Night Champion, que saiu em 2011.

Ao abrir o game pela primeira vez, você se depara com menus simples e bem intuitivos, e é apresentado aos modos de jogo disponíveis — entre eles temos Modo Carreira, Fight Prize e Online.

Divulgação/Deep Silver

No modo Online, existem partidas normais e também as Rankeadas, que não consegui testar, já que pouquíssimas pessoas estavam buscando esse modo durante o acesso antecipado.

Falando sobre o Fight Prize, o modo consiste em desafios com três níveis de dificuldade contra a CPU, e dependendo do seu desempenho você marca uma pontuação que vai para um leaderboard global. Pra mim, é um modo divertido e que te desafia a rejogá-lo para tentar superar as pontuações de outros jogadores - dito isso, sou top 4 mundial em um deles no momento em que este Review está sendo escrito.

Indo para o que talvez seja o grande modo de Undisputed, temos o Modo Carreira, que não inventa a roda mas faz ela girar, mesmo que às vezes em trancos e barrancos. Você pode optar por começar a carreira criando um lutador, ou então selecionando algum atleta profissional e realmente recriando a carreira dele.

Divulgação/Deep Silver

Você pode, por exemplo, começar com Muhammad Ali aos 18 anos, iniciando sua trajetória e tentar dar uma história parecida com a do astro do boxe, já que reproduzir os feitos incríveis dele é impossível.

Temos também o Modo Carreira padrão, onde você cria o seu personagem e sua história, mas esse deixa muito a desejar. Um dos pontos negativos é o criador de personagens, que deixa os bonecos com uma aparência quase de plástico — o que me causou estranheza já que os lutadores licenciados estão extremamente bem feitos.

Porém, o principal defeito do Modo Carreira é cair numa grande repetição até ficar tedioso, antes mesmo de você atingir o grande auge.

O modo se resume em equilibrar seu condicionamento físico e seu peso até chegar na data de escolher um confronto, e depois realizar o treinamento durante algumas semanas voltados para a luta, seja ele melhorar sua velocidade, resistência ou qualquer outro atributo. E fim.

Você fica nesse ciclo infinito de preparação pré-luta; preparação para a luta; luta e repete o ciclo.

Aprofundando um pouco mais sobre o criador de personagens, ele é esteticamente bem fraco, seja pelas poucas opções de customização ou, como citei anteriormente, pela aparência de parecer bonecos de plástico.

Divulgação/Deep Silver

As tatuagens dos personagens dão mais visibilidade ainda para esse problema, parecendo que saíram de um chiclete.

Porém, na parte que se diz sobre o que seu lutador fará no ringue, temos várias customizações, seja na forma que ele vai se defender ou até em como ele fica parado. É tranquilamente a melhor parte da customização.

Talvez o grande problema de Undisputed, pra mim, foi a questão da performance do jogo no PS5. Alguns travamentos e queda de FPS são normais durante as lutas, e isso acaba afetando a experiência no meio da gameplay. Os travamentos não são tão recorrentes, porém, as quedas de FPS acontecem em todas as lutas e mais de uma vez.

Chegando na parte mais importante de Undisputed, que é a sua jogabilidade, o game possui mais de 60 tipos de socos diferentes, sendo eles de vários ângulos e direções, além das combinações com esquivas e contra-ataques.

Divulgação/Deep Silver

Tudo isso vai para dentro do ringue de maneira divertida, desafiante e muito recompensadora. A sensação de uma boa esquiva com um forte gancho é incrível, mas quando você leva um desses… machuca.

Quanto mais você joga, mais você percebe as grandes variações que podem acontecer na luta e quantas coisas realistas do esporte você presencia. Seja a luta que acaba extremamente rápido ou então os embates épicos de mais de 8 rounds onde ambos terminam em pé.

Acertar bons socos e ganchos é recompensador, quando pega “na veia” e o suor voa, ou então a expressão facial do oponente fica desfigurada, é impossível não soltar uma risadinha sabendo que aquele golpe entrou da maneira correta.

Uma das poucas coisas que me incomodaram no combate é, caso o lutador fique rotacionando muito dentro do ringue, há alguma sensação de tontura e, em poucos casos, a cabeça de um membro da sua comissão técnica pode ocupar grande parte da tela, mas é só se mover um pouco que isso é resolvido.

Undisputed preenche a lacuna que os fãs de boxe sentiam desde Fight Night Champion, colocando mais de 60 lutadores totalmente licenciados e com uma gameplay fluida. Infelizmente, alguns problemas técnicos afetam a experiência, mas não ofuscam as qualidades do jogo.

Nota do crítico