Review: Sonic X Shadow Generations diverte, mas é caro para o que tem
Jogo relança título de 2011 e traz conteúdo extra
Em 2011 a SEGA resolveu prestar uma grande homenagem ao seu principal personagem e lançou Sonic Generations, um título focado em refazer fases marcantes de jogos passados, seja em versões mais clássicas da era 2D ou outras focadas na era moderna, 3D, de Sonic. Agora, em 2024, este título retorna e com um recheio extra.
Sonic X Shadow Generations é um relançamento do Sonic Generations oficial, que ficou "preso" duas gerações atrás. O novo título chegou para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S, Xbox Series X, Nintendo Switch e PC, aumentando, e muito, a oferta de consoles onde ele está disponível. Mas será que vale revisitar este mundo nostálgico?
A grande verdade é que Sonic X Shadow Generations apresenta dois jogos em um. O primeiro deles é a versão original de Sonic Generations, com algumas leves mudanças e adições, como Chaos colecionáveis, mas nada que seja muito diferente do que já conhecemos. Na época que saiu o game já era ótimo. Hoje temos outros exemplos de bons títulos do Sonic, mas Generations ainda é tão divertido quanto da primeira vez que jogamos.
Quem comprar esta nova versão do game, porém, vai levar para casa também o que a SEGA chama de Shadow Generations. É uma espécie de jogo totalmente novo, que funciona em separado - inclusive no menu principal - e que é vendido em conjunto com uma remasterização de Sonic Generations. Por isso temos o título "mesclado", com os dois personagens. E também por este motivo o review, aqui, é focado na porção de gameplay com Shadow, que é a grande novidade.
Vale lembrar que Shadow anda em alta. Depois de virar meme, com o final do filme Sonic 2, e de atrair uma legião de fãs mais jovens, agora ele é a estrela de Sonic 3, também o filme, que vai estrear nos cinemas em breve. Também pudera. Apesar de nunca ter sido um campeão de vendas, Shadow tem aquele ar "edgy" que atrai fãs e jogadores mais jovens, que estão em plena idade de rebeldia. E isso também é notável em toda a sua personalidade, além de suas participações nos jogos.
Da mesma forma, Shadow Generations busca homenagear Shadow e sua aura "dark", contrapondo tudo que Sonic representa. Além disso, o jogo pega emprestado cenários e referências de outros games de Sonic onde sua versão sombria participou, além de elementos visuais do próprio Shadow the Hedgehog, game lançado em 2005 na geração do PS2, GameCube Xbox.
Shadow Generations traz tudo que quem é fã de Shadow já conhece, mas não é o suficiente para converter novas pessoas ao "culto dark" para o ouriço sombrio. O game secundário tem jogabilidade atrapalhada, e não ajuda o fato de que Shadow "desliza", literalmente, pelo cenário - ao contrário de Sonic, que de fato corre.
Shadow se diferencia de Sonic não apenas pela forma como se desloca. Ele também conta com partes interativas com o cenário e pode usar ainda o Chaos Control, poder que congela o tempo por alguns momentos e que é necessário para avançar em algumas partes.
A progressão de Shadow Generations é similar ao que vemos em Sonic Generations. Após uma fase introdutória, que serve de apresentação e de tutorial para os controles de Shadow, o anti-herói é lançado em um "vazio", onde ele pode acessar as próximas fases e também interagir com colecionáveis, alguns inimigos e também escalar plataformas, como se fosse uma área de treino para que o jogador pratique os comandos.
Além de não ter tantos atrativos quanto poderia, Shadow Generations não dura muito mais do que cinco horas em sua campanha principal, já contando os extras. Não que seja algo tão ruim, pois Sonic Generations também não é um jogo longo. Mas isso levanta a questão, precisava ser um jogo separado? Shadow nunca foi conhecido por estrelar bons games solo. Ele funciona melhor como coadjuvante ou rival de Sonic. Entendemos que seria trabalhoso refazer Sonic Generations para incluir o anti-herói em sua história e jogabilidade, além de possivelmente caro, mas fica a impressão de um trabalho feito de qualquer forma, apenas para aproveitar a nova fama do personagem.
Na real, Shadow Generations é mais ou menos isso mesmo. Uma forma de atrair jovens fãs que se tornaram fãs do personagem e que ainda ficarão mais vidrados com a estreia de Sonic 3. A julgar pela qualidade e boa recepção dos filmes anteriores, é possível que o ouriço sombrio se torne ainda mais popular com sua estreia no terceiro filme da série. Vale lembrar que há até mesmo um DLC temático do longa-metragem programado para o game, que sai no fim do ano. O jogo vem para angariar lucros em cima disso de forma prática e barata - e isso é compreensível. Mas não digno de elogios.
Além de tudo, Sonic X Shadow Generation não é um game barato. Custa mais de R$ 200 em todas as plataformas, chegando a R$ 300 na edição de luxo. Vale mesmo a pena pagar este preço em um game de 2011 sem grandes adições e uma campanha extra focada em um personagem que nunca foi tão memorável assim? Talvez não, mas aí cabe ao jogador, e ao possível fã de Shadow, a decisão.