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Review: Modern Warfare 2 é o típico CoD com algumas evoluções

A sequência do reboot da Activision traz algumas surpresas, mas está longe de revolucionar a experiência

Por Matheus Oliveira 02.11.2022 14H00

A continuação do reboot de Modern Warfare de Call of Duty foi aguardada por muitos, afinal, estamos falando de uma das séries mais bem avaliadas da história dos jogos de tiro e quiçá dos games.

A Activision tem uma missão cada vez mais difícil nas mãos, a de manter a franquia Call of Duty relevante e se afastar do ar de “mesmice” (embora seja o que grande parte da comunidade ativa do jogo busque). 

Dessa forma, pode-se dizer que Modern Warfare 2 cumpre tal objetivo. Há novidades suficientes para considerar o jogo uma evolução, mas ainda estamos falando de um típico Call of Duty.

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Um “Duro de Matar dirigido por Michael Bay”

As campanhas dos jogos da série Call of Duty contam com seu padrão: o vilão é sempre alguém do Oriente Médio, América Latina ou Rússia. Isso acontece em outras séries, nos jogos “independentes” da franquia, nos Modern Warfare originais e, pasmem: também no reboot.

Price e Gaz retornam novamente com um chamado da agente da CIA Kate Laswell que, após uma missão do esquadrão de Ghost e Soap, descobre segredos obscuros envolvendo mísseis estadunidenses sob posse de terroristas.

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Os saudosos membros da força tarefa 1-4-1 tem retornos decentes, Ghost tem o ar de australiano ainda mais reforçado e, em poucos minutos de jogo, já instaura sua imponência como membro mais experiente do esquadrão. Não à toa, o personagem foi o mais usado em campanhas de marketing do game, os holofotes estão claramente focando no agente.

Gaz retorna, mas longe de ser o centro das atenções (possivelmente devido ao fato de ser a estrela do primeiro jogo). Price também volta com seu altruísmo incomparável, o estreante Alejandro dá brilho para o núcleo mexicano do enredo com dignidade. Porém, de todos esses, Soap é quem rouba a cena, muito por ser quem o jogador passa mais tempo controlando.

A maior parte da campanha realmente não traz novidades. Tudo é basicamente um filme de ação, porém, cenas de conflitos entre grupos numerosos são alternadas com trechos inéditos de furtividade que flertam com o gênero sobrevivência, com o jogador em posição de vulnerabilidade e necessidade de encontrar itens pelo mapa para construir ferramentas, armas para se defender e armadilhas.

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Embora o conteúdo pareça “jogado”, é impossível não sentir um ar de refresco em meio a tanto tiroteio e explosões (por melhores que elas sejam). Claro, ainda assim, são mecânicas as quais mais polimento em futuras tentativas seriam bem-vindas.

Aliado a isso, várias escolhas de design de níveis são interessantes. Além do já citado trecho furtivo e de sobrevivência, trechos que envolvem perseguições de carros dão controle de absolutamente tudo ao jogador, desde que caminho tomar até a possibilidade de trocar de veículo. Em determinado momento, um conflito contra um tanque de guerra até parece uma luta contra chefe.

Evitando spoilers, a história de Modern Warfare continua uma ótima homenagem aos jogos originais, com reviravoltas que fogem ao comum de CoD com vilões dos dois lados da batalha e até direito a citações diretas de frases memoráveis dos primeiros Modern Warfare, como “que diabos de nome é Soap?” e “para fazer o bem, às vezes é preciso fazer um pouco de mal”.

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Onde está a evolução

Modern Warfare 2 foi vendido como o “início de uma nova era de Call of Duty”, isso dando destaque aos aspectos visuais, física, geração de partículas e afins. De fato, na nova geração de consoles isso é notável, com o auxílio principalmente do feedback háptico do Dualsense no PS5 e som digno de uma sala de cinema, MW2 é um primor artístico, que causa o sentimento de estar jogando um filme de ação, realmente.

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Seja em um barco cheio de containers em movimento como na missão High Water ou descendo uma cachoeira no México enquanto foge de inimigos, a campanha traz tudo de mais impressionante num breve pacote de seis horas de conteúdo.

Porém, após o término deste capítulo da história (que deixa abertura para mais continuações e para o retorno do principal antagonista da série original de forma genial) não há mais como explorar esses recursos.

Nos modos multiplayer, o jogo já não revoluciona e traz mais do mesmo. Embora agentes sejam diferentes, mapas inéditos e o principal chamariz deste ano, Warzone, ainda não tenha sido lançado, a sensação é a de estar jogando só mais um Call of Duty.

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Existem camuflagens para desbloquear, agentes exclusivos de missões cooperativas e diversas temporadas com itens gratuitos e pagos à caminho, ainda existe esse apelo, mas tudo escondido atrás de diversas partidas dos mesmos modos de jogo que já vemos há tempos, com armas semelhantes, séries de pontuação que já são tradição e por aí vai.

É importante ressaltar que isso não representa problemas necessariamente. Como dito no início deste texto, grande parte da comunidade ativa de Call of Duty em todas as plataformas quer realmente mais CoD, mas é imprescindível cravar que a tal “nova era” ainda é exclusiva da campanha.

Partindo deste ponto, o modo multiplayer de Modern Warfare 2 chegou vasto já no lançamento do jogo, com diversos mapas diferentes para os variados modos de jogo, a grande maioria adaptando mapas da história e, obviamente, muitos pontos são ganhos pela personalização do arsenal, ainda primorosa na quantidade de opções que oferece.

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Call of Duty: Modern Warfare 2 faz o que se propõe, continua a homenagem aos jogos originais, com enredo atualizado, personagens bem trabalhados, adições surpreendentemente impactantes e propõe aberturas para o que pode ser o melhor momento da franquia neste quesito há tempos. As evoluções prometidas estão aqui. De fato, CoD parece mirar em impactar o jogador com melhorias visuais e experiências diferenciadas que enriquecem o produto final, mas falha na busca de novidades relevantes o suficiente para manter o mesmo frescor nos modos multiplayer.


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Nota do crítico