Concord é alvo de review bomb motivado por política
Recente lançamento do PlayStation 5 é acusado de ser “propaganda da esquerda”
Concord, o novo jogo live service a ser lançado para o PlayStation 5, já não ia bem de vendas por conta própria, mas alguns jogadores têm usado suas motivações políticas para praticarem o famigerado review bomb contra o título.
Segundo a própria página do jogo no agregador de reviews Metacritic, Concord registrou pontuação média de 2.2 no total de análises dos usuários, com muitos desses reviews acusando o jogo de veicular “propaganda da esquerda”.
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De um dos reviews extraídos do site (a tradução e pontuação é nossa):
“Como esses desenvolvedores sequer pensaram que jogadores teriam interesse em um jogo com esses tipos de personagens? Isso é o resultado de quando tudo o que você se importa não é fazer algo desejável que fará você ganhar dinheiro, mas sim preencher algumas lacunas para avançar a sua propaganda esquerdista. Estúdios que trabalham assim não têm futuro na indústria, eles estão condenados. A política moderna não tem lugar em um videogame e usar uma forma de entretenimento como ferramenta de propaganda nunca vai dar certo, pois ninguém joga videogame por querer ter propagandas marxistas enfiadas em suas goelas.”
Vale citar, primeiramente, que uma parcela considerável das pontuações baixas realmente ataca pontos negativos do jogo, mas a maior parte, infelizmente, preferiu aderir às outras motivações para uma nota baixa: alguns dos reviews mencionam recursos como o uso de pronomes neutros para alguns dos personagens de Concord ou diálogos que entram em práticas de inclusão social.
Review bomb como forma de protesto: Concord não foi o primeiro
A prática de review bomb, para os não iniciados, consiste de artificialmente manipular plataformas que atribuem pontuações a um determinado jogo, propositalmente lhe dando uma nota abismalmente baixa apenas para criticar algum aspecto – normalmente, político – com o qual o avaliador não concorda.
Na maioria dos casos, essas pessoas sequer jogaram o jogo. Outros títulos que passaram por isso foram Starfield (também por questões como pronomes neutros) e Skullgirls (em junho do ano passado, conteúdos como closes de câmera em partes íntimas de lutadoras mulheres ou simbolismo que fazia alusão ao nazismo foram removidos, e alguns jogadores não gostaram).
Há, no entanto, o review bomb por motivos mais nobres, como aconteceu com Overwatch 2, cujas notas nos primeiros dias de seu lançamento foram derrubadas já que a publisher Activision – antes de ser adquirida pela Microsoft – enfrentava várias acusações de assédio sexual de funcionárias e ex-funcionárias.
No caso de Concord, a situação, no entanto, vem para o lado negativo – especialmente se compararmos com os reviews de usuários do jogo publicados na Steam: eles também são majoritariamente negativos, mas criticam aspectos técnicos do jogo, como a falta de variedade de personagens ou a sua estratégia de monetização. Falando nela, a própria Steam estuda formas de coibir a prática de review bombing.
No mais, a Sony, o estúdio Firewalk (que desenvolveu o jogo) e o Metacritic não teceram comentários sobre a situação até o fechamento desta matéria.