PREVIEW: Victoria 3 é um manual sobre como gerir nações
Jogo de estratégia é uma aula sobre geopolítica e gestão estratégica
Paradox é um estúdio especializado em desenvolver jogos de estratégia com fortes elementos históricos, e Victoria 3 parece elevar a barra para esse segmento. O jogo ainda está em desenvolvimento, mas o The Enemy teve acesso à versão de testes, que permitiu entender melhor o charme — e, principalmente, as dificuldades — do novo jogo.
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Victoria 3 coloca o jogador como chefe de Estado de praticamente qualquer país que já contasse com estrutura de governo centralizado em 1830.
Diferente da maioria dos jogos de estratégia, nos quais o objetivo costuma ser alcançar a dominação mundial, Victoria 3 dá ao jogador a oportunidade de escolher linhas diferentes de objetivos, indo desde criar uma potência mercantil a estabelecer uma sociedade igualitária.
A equipe da Paradox contou com uma série de assessorias e curadorias para garantir uma pesquisa histórica extremamente acurada, reproduzindo no jogo detalhes políticos, sociais e econômicos de cada um dos países representados.
Além disso, o visual 3D com zoom dinâmico possibilita transitar de maneira fluída entre o mapa e uma visão aproximada das regiões, com vegetação, relevo e áreas urbanizadas.
Por se tratar de um título incrivelmente detalhista, o ideal para quem ainda não está familiarizado é iniciar com alguma das nações mais desenvolvidas da época, facilitando a curva de aprendizado.
Estratégia complexa
Evidentemente, por fins didáticos, não foi esse o caminho escolhido para os nossos testes. A maioria das nações da África Central não estarão disponíveis em Victoria 3, justamente por se tratarem de países com governos decentralizados na época.
Contudo, a América Latina dispunha de países que ainda não haviam sido agregados, como é o caso do Grão-Pará. Ao iniciar o jogo escolhendo essa província, o jogador é imediatamente surpreendido por um fato histórico extremamente relevante: a Cabanagem.
Além da região ser extremamente pouco desenvolvida em relação a países vizinhos, reduzindo muito o potencial de barganha política, a administração política do Brasil independente estava prestes a anexar o território após a vitória sobre a província.
Apesar de trazer um início de jogo extremamente difícil, a experiência oferece de saída a experiência do combate, elemento crucial em jogos de estratégia. Em Victoria 3, o jogador controla apenas o líder político do país, responsável por gerir recursos e realizar decisões executivas.
Sendo assim, as principais ações disponíveis nessa situação são recrutar generais, fazer alianças políticas e militares e mobilizar as tropas em zonas de conflito. Não existe uma tela de combate com exércitos, controle de unidades ou ordens estratégicas. Isso permite focar no objetivo de gerir uma sociedade.
Cabe ao jogador desenvolver sistemas de leis, alocar recursos para pesquisas, de preferência favorecendo os pontos fortes e recursos disponíveis de seu país, implementar sistemas políticos que se alinhem aos interesses da população e assim por diante.
Uma verdadeira aula de geopolítica
Victoria 3, definitivamente, não é um jogo de estratégia convencional e exige muita atenção, concentração e, principalmente, compreensão de sistemas políticos no caso de objetivos mais avançados. Para jogadores iniciantes, o ideal mesmo é seguir as sugestões do jogo e prestar atenção durante os tutoriais.
O jogo é uma enorme aula interativa, ideal para jogadores interessados tanto em títulos históricos quanto em jogos de gerenciamento estratégico. Victoria 3 chega aos computadores no dia 25 de outubro e já pode ser adicionado à lista de desejos do Steam.