Gods Will Fall traz elementos Souls e roguelike em embate contra deuses cruéis
Jogo traz mecânicas ocultas e combate tático que favorecem jogadores que aprendem com seus erros
Novo jogo da produtora britânica Cleaver Beans, Gods Will Fall não esconde sua ambição de ser uma experiência desafiadora. A própria premissa já deixa isso bem claro: o jogo acompanha um grupo de oito guerreiros celtas em uma expedição para livrar a humanidade do domínio de um grupo de deuses cruéis.
E como o próprio nome do título indica, livrar a humanidade dessa opressão divina significa desafiar e derrotar cada um destes deuses em combate – o que, como você pode imaginar, não será uma tarefa nada simples.
"Se você é um fã de jogos roguelike que oferecem um desafio sério, que recompensa o jogador por aprender, ser paciente, e descobrir a melhor maneira de vencer seus sistemas, Gods Will Fall será ideal para você", contou Mark Wherrett, líder de design de Gods Will Fall, em um evento virtual de prévia, realizado em dezembro, do qual The Enemy participou.
Para entregar esse desafio, o jogo aposta na combinação de dois elementos. O primeiro é a dificuldade inerente do estilo “tudo ou nada” de um roguelike: ou você derrota os dez deuses em uma run, ou recomeça do zero. O segundo está diretamente ligado ao gameplay, que promete uma ação isométrica ao estilo hack and slash fácil de aprender, mas difícil de dominar.
Cada nova aventura de Gods Will Fall traz um grupo inédito de oito guerreiros gerados aleatoriamente para o jogador, cada um com características individuais diferentes e únicas, incluindo personalidade, história, arma de preferência, gênero e tamanho.
A jornada se inicia quando o grupo desembarca em uma ilha pacífica que funciona como o hub central do jogo. Espalhados pela área estão dez portais que dão acesso aos reinos de cada um dos deuses. Ao entrar em um desses territórios, o jogador deve atravessar uma extensa masmorra infestada de criaturas bizarras e armadilhas, até poder desafiar a divindade no final do mapa.
O desafio de cada dungeon começa com a seleção de um dos heróis do grupo – ainda que os oito guerreiros formem um bando de aliados, somente um personagem por vez pode entrar nos reinos divinos. A partir daí, o portal se fecha atrás do personagem e a única saída é enfrentar os desafios à frente até o fim.
Ainda que os dez deuses sejam os mesmos em toda nova aventura de Gods Will Fall, também vale destacar que os níveis de dificuldades de cada dungeon são variáveis, e mudam a cada novo jogo iniciado. Na prática, isso significa que o jogador só descobrirá o que o espera atrás do portal depois que já tiver entrado no domínio de um dos deuses.
Segundo Wherrett, a filosofia da série Souls é uma das grandes influências da jogabilidade de Gods Will Fall, que aposta em um combate estratégico e preciso, combinando golpes fracos e rápidos, fortes e lentos, e bloqueios. É preciso prestar atenção como as dezenas de inimigos diferentes telegrafam seus ataques, buscando brechas ideias na defesa para maximizar o dano de seu herói sem colocá-lo em risco.
Prestar atenção ao combate também é essencial para conservar o vigor de seus heróis durante as masmorras do jogo, já que Gods Will Fall não traz qualquer tipo de checkpoint, ponto para salvar, ou item para recuperar vida dentro das dungeons. Uma vez lá dentro, a única forma de sair é vencendo a divindade da vez. E cada deus, é claro, assume uma forma diferente, com estratégias e golpes únicos .
Se o herói selecionado for derrotado, há a possibilidade de que ele seja permanentemente eliminado, ou que fique preso dentro do reino daquele deus. De qualquer forma, o portal reabrirá para que outro personagem possa tentar atravessar a dungeon novamente – e resgatar seu companheiro no processo.
Caso o jogador perca todos seus oito heróis em uma aventura antes de eliminar os dez deuses, o jogo termina e uma nova run precisa ser iniciada – e, diferente de jogos como Hades, Gods Will Fall não permite que o jogador leve bônus ou melhoria de um run para outra. Segundo Wherrett, há uma pequena exceção para essa regra, mas jogadores precisarão fazer um “trabalho de detetive” para descobrir o que exatamente isso é.
Vale ressaltar, no entanto, que se o jogador estiver enfrentando muitos problemas com uma dungeon, é possível abandoná-la após uma incursão mal-sucedida e deixá-la para mais tarde, movendo o grupo para o reino de outro deus em busca de um desafio mais fácil.
"Se você quer a satisfação de ter conquistado algo, você precisa se aproximar dessa sensação de que as coisas podem acabar a qualquer momento", afirmou Wherrett. "Você precisa sentir a ameaça da morte em cada esquina e, então, quando finalmente supera isso, você sente que foi um desafio genuíno".
Nem tudo em Gods Will Fall conspira contra o jogador, no entanto. O título integra alguns elementos de RPG que podem dar diferentes bônus aos heróis ao longo da aventura – além de diferenciar ainda mais uma partida para outra. Por exemplo, quando um personagem termina uma dungeon com sucesso, derrotando o deus da vez no duelo final, é possível melhorar seus atributos permanentemente. Itens escondidos pelo mapa podem também ser descobertos e equipados para aprimorar os heróis.
Há ainda um sistema de bônus e penalidades aleatórias, que beneficiam ou prejudicam o jogador ao longo da trama. Um dos heróis, por exemplo, pode ter alguma vingança pessoal contra um dos dez deuses, o que o dará um bônus extra ao entrar na dungeon específica daquela divindade. Além disso, dois personagens que ficarem presos em um mesmo reino podem criar laços de amizade – assim, quando futuramente um deles for resgatar o outro dentro de uma masmorra, também terá um bônus para a missão.
Durante as missões, Gods Will Fall promete ainda trazer mecânicas ocultas que precisam ser descobertas pelos jogadores, mas que podem facilitar sua vida ao longo dos combates.
No trecho de gameplay ao qual assistimos, pudemos conferir o sistema de forjas que estará disponível exclusivamente no reino de Morrigan, deusa da guerra. Com as forjas espalhadas pela dungeon, o jogador pode tentar atualizar o armamento de seus heróis, o que tem a chance de garantir um bônus permanente de dano para aquele personagem.
Outro exemplo de mecânica oculta do reino de Morrigan é um sistema de correntes de vento que atravessam o mapa, e que podem beneficiar alguns dos inimigos presentes no local. Quando determinados inimigos estão em regiões ventiladas do mapa, sua chama interior queima com mais força, o que faz esses adversários lutarem melhor.
Há um indicativo visual de quando o vento está batendo e de quando inimigos estão mais poderosos por causa deste bônus, mas o jogo propositalmente não explica a mecânica diretamente ao jogador – é necessário prestar atenção no que está acontecendo e deduzir sozinho que o ideal é enfrentar adversários fora do vento a partir da tentativa e error.
“Parte das habilidades de um bom jogador é reconhecer quando isso acontece, como funciona, e depois lutar contra eles em uma área protegida do vento”, explicou o líder de design do jogo. “Mais uma vez: não vamos te dar uma vitória fácil, mas todas as informações estão lá para você descobrir como vencer – e perceber que você venceu porque se tornou um guerreiro melhor ”.
Gods Will Fall será lançado em 29 de janeiro para PlayStation 4, Xbox One, Switch, PC (via Steam e Epic Games Store) e Stadia.