Opinião: O problema da batalha contra Malenia em Elden Ring
Uma mecânica da chefe torna a jornada de derrotá-la mais frustrante do que o necessário
Nos meses que se seguiram após a chegada de Elden Ring, muito se ouviu falar sobre a infalível Malenia. A chefe que, sem sombra de dúvidas, é a mais difícil de ser derrotada no RPG de ação, capturou a curiosidade mesmo dos jogadores que não adquiriram o aclamado lançamento da From Software.
Contudo, há um problema na concepção de sua batalha que torna a jornada para derrotar a semideusa mais frustrante do que o necessário.
Ouvimos falar da força imprescindível da filha de Marika e Radagon mais de uma vez ao longo da campanha. Mesmo afligida pela maldição da Podridão Escarlate, a gêmea de Miquella se tornou uma guerreira formidável e uma verdadeira força da natureza, sendo responsável por transformar Caelid no pântano de morte e vermelhidão que conhecemos.
Como uma de suas últimas tentativas para derrotar Radahn, a semideusa causou uma explosão de Podridão Escarlate, deixando o general louco e devastando completamente toda a vida presente na área. O incidente também deixou Malenia em coma, sendo levada para se curar na Haligtree.
Essa notoriedade de Malenia é em grande parte responsável pelo arrepio que percorre a espinha ao adentrar as raízes da Haligtree e avistá-la se aproximando, com espada em mãos, desperta de seu sono profundo.
A batalha que tem início é uma verdadeira parede intranscendível para grande parte dos jogadores de Elden Ring – que, não à toa, escolhem empenhar seu tempo e energia em outra coisa.
O confronto com a Espada de Miquella é composto por duas etapas. A primeira delas é formada pela repetição de uma sequência limitada de ataques ágeis e precisos. Dois deles são demarcados pelo estalo no braço de metal da semideusa, o que facilita a memorização de esquiva do jogador.
Há, sim, um ataque aéreo devastador que a guerreira pode aplicar mais de uma vez nessa primeira fase – e, caso não aprenda a realizar a esquiva certa para evitá-lo, o Maculado facilmente é eliminado na hora.
Esse golpe, somado ao fato que a chefe se cura a cada acerto aplicado com sucesso, tornam a primeira fase de Malenia um desafio já consideravelmente difícil de se ultrapassar, quanto mais dominar.
É então que Malenia perde seu capacete e parte de sua armadura. Ela ascende no meio da arena com o uso de asas feitas de borboleta e podridão. A transição para Deusa da Podridão Escarlate se completou. E, sim, a guerreira recuperou quase toda a sua vida.
A chefe então despenca como um meteoro e devasta um raio considerável da arena – caso não esquive aqui, o Maculado pode dar adeus a todo o seu progresso. Tem início a segunda fase da batalha que, por mais que seja formada por versões similares dos golpes da primeira etapa, inclui novos ataques aéreos explosivos. E, sim, ela continua se curando.
O problema da batalha contra Malenia está justamente na mecânica de cura constante da chefe. Somado aos golpes punitivos e nível de desafio elevado da inimiga, o fato que cada erro do jogador garante cura para a adversária resulta em uma exigência alta demais.
Se fosse o caso de um ou outro golpe da chefe proporcionar cura, esta seria outra batalha. O empecilho está, justamente, no fato de que ela se cura incessantemente.
Para alcançar a vitória contra a Deusa da Podridão Escarlate, a From Software exige um nível de perfeccionismo do jogador quase inalcançável – e, sinceramente, cruel e desnecessário.
O nível de punição e exigência exagerado de Malenia se torna mais nítido quando comparo à experiência de derrotar outros chefes punitivos como Ludwig de Bloodborne, por exemplo.
Nesses casos, o equilíbrio entre desafio e recompensa parece maior. Por mais opressoras que pareçam as chances, há, sim, condições páreas para derrotá-lo, e isso é visível logo no início do embate.
É o que proporciona a esperança que alimenta a determinação do jogador para que insista no desafio e, enfim, o supere. Não senti essa chama ao batalhar Malenia. Bem, se ela existiu, foi totalmente abafada pelas noções de “jeito certo de derrotá-la” criadas por parte da comunidade.
No fim, percebi que não valia o esforço de seguir certa fórmula de fazer a batalha – não usar magia ou summons –, e me contentei com a vitória alcançada com o auxílio da Lágrima Imitadora.
Malenia é, sim, uma batalha opcional e secreta de Elden Ring. Ela não é um impeditivo na progressão do jogador de forma alguma. Ainda sim, a mecânica de cura tira o brilho do desafio, que poderia ser mais parelho e recompensador do que é.
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