Você joga como Aurora, a deusa do conhecimento de Arton, uma jovem clériga que trabalha para a organização religiosa Tanna-Toh, que, após o desaparecimento de seu pai, junto a um grupo de aventureiros que buscavam solucionar um mistério em Rarnaakk, é encarregada de partir em uma expedição para resgatar os conhecimentos élficos na cidade perdida de Lenórrienn e encontrar uma expedição perdida.

Você pode controlar quatro personagens jogáveis e cada um deles é diferente com suas habilidades especiais, características e personalidades únicas.

Aurora, protagonista do jogo e líder da expedição, é uma clériga de Tannah-Toh. Suas habilidades envolvem uma “Parede de Gelo” e “Névoa Mística”.

Fren é um elfo caçador que é recrutado para ajudar Aurora em sua missão por conhecer bem os perigos e caminhos da floresta de Myrvallar. 

Brigantine é uma soldado e também a “tanque” do grupo. Ela é a melhor amiga de Aurora e, pra mim, a mais divertida do jogo — tanto em habilidades quanto em personalidade.

Hellaron é um golem e é, essencialmente, o “suporte” do grupo. Golens são plataformas móveis de Helladrion, um artefato vivo que lidera a ordem de Tannah-Toh nas Cavernas do Conhecimento.

Confesso que demorei pra me acostumar com a mecânica de combate de Reverie Knight Tactics, que parece um pouco descuidada com os jogadores e travada. As batalhas são bastante desafiadoras e me vi repetindo a mesma fase diversas vezes para tentar aprender com meus erros. 

Cada personagem pode realizar movimentos pelo mapa, atacar ou utilizar itens com apenas 2 pontos de ação por turno e os inimigos são bons e inteligentes, o que aumenta ainda mais a dificuldade das batalhas.

O formato do jogo todo é bastante semelhante a outros RPGs táticos clássicos como Fire Emblem e Final Fantasy Tactics, por exemplo, mas peca um pouco em quesitos de profundidade da história e dificuldade de expedições.

Uma das diferenças entre os clássicos do gênero é a utilização do mapa de batalha em Reverie Knight Tactics, que tem diversos itens e objetos espalhados por ele.

Com os objetos, é possível explodi-los para ajudar a derrotar os inimigos causando uma explosão ao redor ou mesmo recuperar sua vida ao passar por um deles. Também é possível derrubar e empurrar inimigos para armadilhas e outras ações como esta.

Isso torna a jogabilidade um pouco mais dinâmica mas ainda falta muito para alcançar um nível excelente de batalha satisfatória.

Mesmo com a opção de utilizar pontos de estatísticas e habilidades diferentes para cada personagem, o combate ainda se torna obsoleto rapidamente, deixando isso a desejar, pois o jogo tem potencial para ser incrível mas não aproveitou tanto quanto deveria.

Além das batalhas, o jogo também oferece um sistema de mini-jogos com puzzles que, eventualmente, serão necessários para avançar na trama, além de um sistema de “Ordem e Caos”, quando você responde a perguntas feitas por personagens e as respostas podem afetar a história do jogo e como esses personagens se sentem em relação a protagonista.

A arte é lindíssima e, para os fãs do universo de Tormenta, bastante familiar. Entre as batalhas, o jogo assume um estilo de visual novel para contar a história e deixa os queixos caídos com o cuidado nos detalhes.

Apesar dos pequenos defeitos e da comparação — que, inclusive, nem deveria ser feita — com grandes jogos do gênero, Reverie Knight Tactics tem potencial para ser melhor caso houvesse um polimento adequado, tanto na questão de profundidade da história quanto no sistema de combate e suas mecânicas.

Não é uma experiência ruim, mas é uma experiência para, talvez, poucos. Vale a pena conferir se você é fã do universo de Tormenta ou gosta de apoiar e testar jogos brasileiros.

Reverie Knight Tactics está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.