Review: Nidhogg 2
Sequência melhora as qualidades do primeiro sem perder a acessibilidade
A última geração de consoles marcou o crescimento e dominância absoluta do multiplayer online. Naturalmente, os desenvolvedores se afastaram dos jogos com modos locais para focar nas experiências em larga escala. Por outro lado, graças à cena independente, houve um ressurgimento dos games focados em competitividade entre pessoas dividindo a mesma TV e sofá. Nidhogg é um dos consagrados representantes desse subgênero que, agora, recebe uma sequência para PlayStation 4 e PC com Nidhogg 2.
Sua premissa é simples: dois espadachins duelam até a morte com o objetivo de invadir o território do outro enquanto impedem o inimigo de fazer o mesmo. É fácil de entender, pegar e sair jogando, ainda mais levando em conta que a jogabilidade utiliza apenas de dois botões de ação. Dominar todas as possibilidades que é o grande desafio.
Todo o momento-a-momento do jogo consiste em “ler” os movimentos do seu oponente antes dele executá-los, seja preparando um arremesso de espada para surpreendê-lo no ar ou aplicando uma rasteira bem dada para impedir seu avanço. É preciso traçar a estratégia em frações de segundo, e esperar que seu combatente não tenha feito o mesmo. O resultado é um constante cabo de guerra que cria situações igualmente intensas, frustrantes e divertidas.
Nidhogg 2 vem para colocar ainda mais opções na mesa: o arsenal que antes era composto apenas de uma única espada agora cresceu em espadas longas, adagas e arcos. Cada equipamento conta com grandes vantagens e devastadoras falhas. O arco-e-flecha, por exemplo, consegue lançar projéteis à distância, mas que podem ser facilmente refletidos. Já a espada longa tem um poderoso ataque vertical que desarma o oponente, mas é lerda e cria muitas aberturas para um contra ataque.
É interessante ressaltar que nada disso faz alterações drásticas a jogabilidade. O jogo continua bem intuitivo, e não e a desenvolvedora Messhof Games sabiamene não coloca explicações adicionais que pertubariam o ritmo do gameplay. Nidhogg 2 tem a preocupação de introduzir novos elementos sem abrir mão da acessibilidade.
Sua mudança mais significativa é a mais aparente. Desde o momento que foi revelado, o estilo visual é divisivo e, honestamente, feio a primeira vista. Felizmente as coisas melhoram bastante em movimento, com excelente pixel art nos cenários e animações igualmente grotescas e divertidas nos personagens. Também ajuda ter uma ótima trilha sonora, que não só dá ritmo aos confrontos como também é boa de ouvir, mesmo fora do contexto do jogo. A combinação desses elementos cria uma identidade única e memorável, mesmo que essa não seja a impressão que você terá quando iniciar Nidhogg 2 pela primeira vez.
Por mais que acerte nas qualidades do original, a sequência acaba herdando um dos principais defeitos do primeiro título: a conexão online. Jogar pela internet é uma experiência ruim por engasgos que vão desde de lentidão até atraso nos comandos, algo inadmissível em um jogo onde reflexo e tempo de resposta são fundamentais. Se você pretende aproveitar o game, é melhor já é ir marcando um dia para receber visitas na sua casa.
Apesar do serviço online ruim, Nidhogg 2 acerta em tudo que consagrou o original: a jogabilidade simples de aprender e complexa de dominar, repleta de possibilidades para humilhar seu oponente no campo de batalha. Até seu estilo visual, mudança de rumo ousada, acabou funcionando ao adicionar mais bizarrice ao já-estranho jogo.
Nidhogg 2 está disponível no PlayStation 4 e PC. O jogo foi testado no PC. Clique no nome das plataformas para ver o preço das versões digitais.