Brasil possui mais de mil estúdios de games, aponta pesquisa
Há 4 anos, o país tinha 375 desenvolvedoras nacionais, o que corresponde a um crescimento de 169%
O mercado de games brasileiro passou por um crescimento expressivo nos últimos anos. De acordo com a 1ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, divulgada pela Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais (Abragames) no BIG Festival 2022, o país possui atualmente mais de 1 mil estúdios de jogos. Em 2018, há quatro anos, o Brasil possuía 375 desenvolvedoras nacionais, o que corresponde a um crescimento de 169%.
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A Pesquisa, realizada pela Abragames em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), realizou um mapeamento da indústria nacional de desenvolvimento de games, levantado dados como capacidade de produção, número de estúdios por região, tecnologias utilizadas, diversidade e mais.
Em entrevista para o The Enemy, Rodrigo Terra, presidente da Abragames, disse que, no geral, o mercado de games brasileiro passou por um movimento de expansão e descentralização, de forma que “está começando a atingir níveis de maturidade, mas ainda existem grandes desafios de acesso, incentivos e estrutura”.
A descentralização da indústria é demonstrada pelos dados levantados pela pesquisa, visto que mais estúdios surgiram na região Sul (21%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (6%) e Norte (3%). Ainda sim, mais da metade dos desenvolvedores ainda se concentra no Sudeste (57%),
Outro dados interessantes estão relacionados à receita dos estúdios nacionais. As fontes entrevistadas mostram que a maioria da renda vem de jogos de entretenimento (76%), seguidos de jogos educacionais (12%), advergames (6%), treinamento corporativo (4%) e simuladores com uso de hardware específico (1%). Além disso, os jogos mobile continuam sendo a maior fonte de receita para as empresas (38%), mas também há a presença de títulos para PC (20%), consoles (17%), web (13%), realidade virtual ou aumentada (9%) e redes sociais (0,4%).
A maioria dos estúdios consultados trabalham em suas próprias propriedades intelectuais (93%), 17% estão envolvidos com projetos transmídia e 13% licenciam suas franquias. Em relação às ferramentas de desenvolvimento utilizadas, há a prevalência do motor gráfico Unity (83%), seguido da Unreal Engine com (23%), Blender Engine (13%), Construct (11%) e Game Market (7%).
Por fim, a Pesquisa também consultou os estúdios em relação à diversidade, área em que o desenvolvimento de jogos nacional parece ter crescido. O levantamento mostra que há cerca de 12.441 pessoas trabalhando com desenvolvimento de games no país, sendo 29,8% mulheres – um crescimento em relação a 2018, em que representavam apenas 20% da força de trabalho.
Ao The Enemy, Eliana Russi, diretora internacional da Abragames, comentou a importância de eventos presenciais como o BIG Festival para a indústria de jogos nacional.
“Geramos negócios importantes quando participamos de um evento como o BIG”, disse a executiva. “O evento, apenas com suas rodadas de negócios, já gerou 5 mil reuniões – fazemos o levantamento do que a feira gerou de negócios. Temos estúdios, publishers, potenciais parceiros e compradores trocando ideias e, normalmente, o que temos no BIG é em torno de 40 a 50 milhões de dólares negociados aqui. É o momento em que a indústria nacional se encontra com seus contatos. Essas oportunidades de relacionamento com certeza foram limitadas pela pandemia, o que só demonstra a importância de momentos como esse”.
O BIG Festival é o maior festival de games da América Latina e, em 2022, ele volta a acontecer em formato presencial no Centro de Convenções São Paulo Expo, em São Paulo. Para mais sobre o BIG, confira 30 jogos brasileiros que estão no evento e confira os todos os vencedores da premiação.