
PlayStation e Xbox na E3 / Foto: ESA
Microsoft X Sony: Órgão regulador dos EUA pode barrar venda da Activision
Quatro comissários do FTC ainda não decidiram se aprovam a maior aquisição da indústria dos games
O Federal Trade Commission (FTC), órgão regulador estadunidense, provavelmente abrirá um processo antitruste para bloquear a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, barrando a fusão entre as duas empresas. É o que dizem fontes do site Polico e que impediria a fusão de US$ 69 bilhões, a maior da indústria dos videogames.
De acordo com o site, o FTC vai abrir uma ação judicial que seria o maior movimento do órgão sob a presidência de Lina Khan. Isso marcaria a Microsoft, que nos anos 2000 passou por diversos processos antitruste envolvendo o Internet Explorer e outros.
O Politico diz ainda que os quatro comissários do FTC ainda não votaram contra uma reclamação nem se reuniram com advogados das empresas. Porém, a equipe da FTC que está analisando o acordo está cética em relação aos argumentos das empresas para defender a compra.

O problema central para as preocupações do FTC é a forma que a aquisição da Activision daria à Microsoft um impulso injusto no mercado de videogames. A Sony é a principal empresa que se opõe ao acordo e disse ao FTC, assim como fez no Brasil e no Reino Unido, que a Microsoft pode fazer com que Call of Duty seja exclusivo de sua plataforma, deixando assim o PlayStation com significativa desvantagem em relação ao Xbox.
De acordo com o Politico, a investigação continua em andamento, mas grande parte do trabalho pesado está concluído, incluindo depoimentos do presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, e do chefe da Activision, Bobby Kotick. O site diz ainda que o FTC se recusou a comentar.
Entenda o caso
Em janeiro a Microsoft anunciou a intenção de compra da Activision Blizzard por US$ 69 bilhões, a maior da indústria dos games. Uma fusão como essa precisa passar por aprovações em órgãos reguladores de diversos países, como o CADE no Brasil, o CMA do Reino Unido e o FTC nos EUA.
Inicialmente a Sony declarou ao Wall Street Journal que esperava que a Microsoft seguisse os contratos firmados. Porém a Sony mudou o discurso quando o CADE, órgão regulador brasileiro, revelou os bastidores do processo e mostrou que a japonesa foi a única empresa que se opôs à compra, dizendo que Call of Duty, que está no portfólio da Activision, é “um jogo essencial" para seus negócios por não existir um concorrente à sua altura.
O processo brasileiro acabou revelando que o PlayStation 4 vendeu o dobro que Xbox One e que o Game Pass, que em 2021 gerou US$ 2.9 bilhões aos cofres da Microsoft. Apesar da oposição da Sony, o CADE aprovou a fusão da empresa.

O CMA, órgão regulador do Reino Unido, também está preocupado com a aquisição e ainda não divulgou sua decisão.
Em sua defesa, a Microsoft disse por diversas vezes que não vai barrar a chegada dos jogos da série no PlayStation e que o objetivo da aquisição é aumentar seu catálogo de jogos e presença no mercado mobile.
Recentemente foi revelado que a Microsoft e a Sony trabalham em uma acordo para impedir a chegada de Call of Duty no Game Pass por "um número de anos".

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Por enquanto a compra ainda não foi finalizada e a Activision Blizzard segue independente. A empresa acabou de relançar Call of Duty: Mordern Warfare 2, que arrecadou US$ 1 bilhão em vendas em seus 10 primeiros dias e o sucesso de Warzone 2.0 que já registra mais de 25 milhões de jogadores.
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