
Reprodução/Uber
Uber começa a operar na bolsa com ações abaixo do preço previsto
Empresa estreia na bolsa de Nova Iorque valendo US$ 82 bilhões
Após uma década promovendo transformações no mercado de mobilidade e na forma como usuários se locomovem, a Uber finalmente fez sua primeira oferta pública de ações nesta sexta-feira (10) em um dos IPOs mais aguardados do ano no setor de tecnologia.
As ações da companhia abriram o dia cotadas a US$ 42, mas chegaram a perder 9% do valor ao longo do dia, atingindo os US$ 41.06. No momento do fechamento desta nota, os papéis da empresa são avaliados em US$ 41,67. O valor é abaixo do previsto pela companhia, que precificou seu IPO em US$ 45 por ação, o que resultou em uma avaliação de mercado de US$ 82 bilhões.
"Minha reação [ao preço da ação] é: se construirmos e construirmos bem, os acionistas serão recompensados. Certamente não estamos medindo nosso sucesso ao longo de um dia, é realmente ao longo dos anos ”, afirmou Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, durante o IPO da companhia (via Reuters).
Para manter o interesse de investidores, a Uber aposta no seu potencial de crescimento como um "superapp" de serviços de transporte, que integre de carros particulares a serviços de entrega de comida, transporte de carga e até serviços financeiros.
Ainda assim, vale ressaltar que o histórico da companhia não é dos melhores quando o assunto é lucros: ao longo de sua operação, a empresa levantou mais de US$ 15 bilhões em investimentos para reforçar seu crescimento, mas não converteu os valores em lucros. No ano passado, a empresa divulgou perdas de US$ 3,03 bilhões.
Além disso, o caminho da companhia até o IPO foi turbulento e ainda segue incerto – entre os problemas enfrentados pela empresa estão um aumento de regulamentações ao redor do mundo sob seu modelo de negócio e também exigências constantes de motoristas por salários maiores.
Cofundador e ex-CEO da companhia, Travis Kalanick também esteve presente durante o evento, mas não subiu ao pódio para tocar o sino da abertura do pregão – frente à uma negativa de Khosrowshahi (via The Verge).
Kalanick deixou a liderança da empresa por pressão de investidores e em meio a uma série de escândalos que mancharam o nome da companhia, incluindo denúncias envolvendo um ambiente de trabalho tóxico e misógino.