Em grande parte, a Sony é conhecida por consumidores brasileiros como uma marca que tem preços altos como uma das características mais marcantes de seus smartphones.

Só para citar um exemplo recente, o Sony Xperia XZ chegou ao Brasil em outubro do ano passado pelo valor de R$ 3.999, superior ao de um dos seus principais competidores à época, o Samsung Galaxy S7, e no mesmo patamar de flagships lançados neste ano, como o próprio Galaxy S8 e o LG G6. Meses antes, a empresa chegou a trazer o Xperia Z5 Premium pelo valor astronômico de R$ 4.699.

Durante muito tempo, a companhia justificou seus preços – e ainda o faz – por conta do posicionamento premium dos dispositivos da marca, além dos desafios de importação e câmbio do dólar – já que a japonesa deixou de produzir smartphones no país para trazê-los da China e Tailândia desde o ano passado.

Na noite desta quinta-feira (29), no entanto, a japonesa deu alguns sinais de que está repensando a estratégia de preços de seus dispositivos no Brasil durante o anúncio dos Xperia XZ Premium e Xperia XA1 Ultra, revelando valores que podem não ser necessariamente baixos, mas são bem mais amistosos dos que a empresa já cobrou anteriormente no país.

O novo flagship Xperia Z5 Premium chegará ao mercado nacional por R$ 3.999. O valor ainda é alto para padrões brasileiros, é verdade, mas já mostra que a companhia colocou um pé na realidade e alinha o valor de mercado de seu dispositivo com o de concorrentes diretos atuais – no caso, os já citados acima S8 e G6, que vieram pelo mesmo preço.

Por sua vez, o Xperia  XA1 Ultra, que cava seu espaço naquela linha de smartphones no meio do caminho entre intermediários e tops de linha, chegará por US$ 2.299. O valor ainda é superior ao de um de seus principais concorrentes, o recém-chegado Moto Z2 Play (que sai por R$ 1.999 sem nenhum Moto Snap incluso), mas já ensaia um luta mais justa para o consumidor na hora do comparativo.

O novo patamar de preço, segundo o presidente da Sony no Brasil, Ricardo Junqueira,  é resultado de pesquisas onde a empresa resolveu ouvir melhor os clientes para orientar os preços. “A gente resolveu sair com um nível de aperto bem maior do nosso lado. Mas temos certeza que estamos com o preço certo no mercado”, afirmou durante o evento, sem revelar detalhes sobre o que o “aperto” significará para a Sony em termos financeiros.

Se a estratégia ajudará a empresa a ganhar mais espaço entre consumidores nacionais, só os próximos trimestres dirão, mas as indicações preliminares já mostram que a Sony finalmente escutou algumas demandas antigas e pode trazer preços mehores ao Brasil.