Nesta terça (3), a Huawei acusou o governo dos EUA de conspirar contra a companhia chinesa, incluindo ciberataques e ameaças e assédio contra funcionários.

O comunicado foi feito após uma reportagem do Wall Street Journal envolvendo uma investigação do Departamento de Justiça americano, sobre uma possível infração de patente feita pela empresa contra o empresário português Rui Pedro Oliveira.

"Em 28 de maio de 2014, representantes da subsidiária da Huawei nos EUA se encontraram com o Sr. Rui Pedro Oliveira a seu pedido", diz o comunicado. "Durante a reunião, o Sr. Oliveira mostrou seu design de câmera, que alegou ter uma patente pendente no país, para a Huawei. A empresa não se interessou pelo produto e nenhum contato posterior foi feito."

"Quatro anos depois, começando em abril de 2018 e continuando até março de 2019, o Sr. Oliveira começou a enviar e-mails para a Huawei, alegando que a câmera EnVizion 360, desenvolvida e elaborada independentemente pela Huawei, havia infringido sua patente nos EUA. Em seus e-mails, eles fez ameaças por repetidas vezes, dizendo que se a empresa não pagasse uma quantidade exorbitante de dinheiro, ele iria para a mídia e exerceria pressão por meio de canais políticos."

A Huawei nega as acusações de Oliveira, e diz que o empresário está tomando vantagem da situação geopolítica entre os EUA e China para lucrar com o processo, e que "não deveria ser uma justificativa racional" para uma investigação criminal.

"Pelos últimos meses, o governo dos EUA tem utilizado de sua influência política e diplomática para fazer lobby com outros governos e banir equipamento da Huawei", diz a mensagem. "Além disso, ele tem utilizado todas as ferramentas à sua disposição – incluindo ambos poderes administrativos e judiciais, assim como uma série de meios inescrupulosos – para prejudicar as operações da Huawei e seus parceiros"

Entre as acusações da empresa estão: "instruir forças da lei a ameaçar, coagir, atiçar e incitar tanto funcionários atuais quanto ex-funcionários da Huawei para se voltar contra a companhia e trabalhar para eles"; "Procurar, deter, e até prender ilegalmente funcionários e parceiros da Huawei""Lançar ciberataques para se infiltrar na intranet da Huawei e de parceiros"; e "Mobilizar e conspirar com companhias que trabalham com Huawei, ou tenham conflito com a Huawei, para trazer acusações infundadas contra a companhia"; entre outros.

A companhia também divulgou os designs da câmera EnVizion em relação às patentes de Oliveira.

Huawei/Reprodução