Pode ser que as paisagens de Shelter te cativem. Realmente, o estulo artístico aplicado pelo estúdio sueco Might and Delight é marcante, com contornos bem marcados. A natureza não é mostrada com as formas arredondadas e suaves costumeiras, mas é angular e impiedosa.

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No game, você controla uma mãe texugo com cinco filhotes. Seu dever é protegê-los do perigo e alimentá-los. Quando a fome aperta, os pequenos animais vão perdendo a cor aos pouquinhos: de marrom vivo, vão se tornando cinzas. Morrem pouco a pouco.

É preciso encontrar alimento para todos. Cavar raízes, matar sapos e roedores, ou até raposas - que são rápidas e difíceis de caçar, mas têm muita carne. Quando o alimento é posto perto, os filhotes logo vão para cima. Tirar a comida de um para entregar a quem está com mais fome é uma atitude necessária, porém desoladora. De onde tirar coragem para ignorar o choro faminto de sua prole?

O perigo nunca para de rondar sua família. Um fogo pode consumir a floresta pela qual vocês passam, um filhote pode ser levado pela correnteza ao atravessar um rio que parecia calmo. Outro pode ser devorado pela águia. Ah, a água. A Might and Delight conseguiu desenhá-la com formas tribais lindas, mas isso não a torna menos implacável.

Não há muita ação em Shelter. Na verdade, boa parte dos momentos se resume a aguardar o momento certo de deixar um ponto seguro e partir para outro. Mas é assim que a natureza funciona. A vida de um animal relativamente indefeso é ficar atento aos inimigos à espreita.

Mais do que ser um simulador de texugo, Shelter nos ensina a importância da família. Cada filhote perdido torna o jogo mais fácil - menos comida para dividir, menos focos de atenção necessários. No entanto, ver a fileira com membros faltando é se lembrar de suas próprias falhas durante toda a jornada. Eles não vão voltar.

Shelter tem versões para Windows e Mac. Uma continuação, Shelter 2, tem lançamento previsto para 2014.

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