Depois do preview no Summer Game Fest 2024, Dragon Ball: Sparking! Zero me convenceu de que os jogos Budokai Tenkaichi da época do PlayStation 2 estavam de volta. O game trazia de volta a exata alma dos títulos que marcaram a infância e adolescência de tantos brasileiros, mas repaginado para os dias modernos. Um dos pontos mais nítidos, entretanto, era a facilidade nos combates; em novo teste, a convite da Bandai Namco, ficou claro que isso mudou bastante.

Já faz uns bons anos desde que gastei várias horas em Budokai Tenkaichi 3 no PlayStation 2, mas minha memória aponta para um jogo relativamente simples, em que combos divertidos podiam ser executados com alguma facilidade. Em um primeiro momento, no SGF 2024, tive essa mesma sensação, mas as lutas travadas no segundo teste já exigiam, no mínimo, alguma estratégia para enfrentar o oponente.

Imagem de divulgação de Dragon Ball: Sparking! Zero
Divulgação/Bandai Namco

Tivemos uma sessão bem longa, de aproximadamente 2 horas, com uma versão já quase finalizada do game. Todos os 180 personagens estavam disponíveis para teste, assim como dois dos principais modos de jogo: Custom Battle e Episode Battle.

Comecei pelo primeiro, que consiste em batalhas “roteirizadas” feitas pela própria Bandai, ou até mesmo pela comunidade. É possível escolher diálogos usando alguns dos recursos presentes no game, e também definir condições especiais, como o adversário se transformar após atingir certa vida, ou recuperar Ki em um momento específico da luta.

Imagem de divulgação de Dragon Ball: Sparking! Zero
Divulgação/Bandai Namco

Esses duelos são apresentados em caráter de desafio para o jogador, o que significa que apanhei bastante logo nas minhas primeiras lutas do teste, e elas já ditaram a tônica para o restante da sessão. Planejar seus combos para desviar de ataques com teletransporte virou uma necessidade, assim como gerenciar a barra de Ki para não precisar passar tanto tempo carregando.

O potencial das Custom Battles é nítido e deve dar longevidade para o game. Com uma ferramenta de edição poderosa em suas mãos, a comunidade certamente criará suas próprias fanfics dentro de Sparking! Zero, fornecendo conteúdo organicamente.

A questão que fica é da localização para várias línguas. Jogando em português, ficou claro que os diálogos customizados eram traduzidos automaticamente, e não localizados um a um, o que causou algumas falas bem esquisitas. Apostaria, inclusive, que esse problema deve se repetir em outras línguas, e é um ponto para ficar de olho nos próximos meses.

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Divulgação/Bandai Namco

Passando para as Episode Battles, o “modo história” de Sparking! Zero, jogamos um pouco com Goku e passamos pelo começo de sua jornada em Dragon Ball Z, na saga Saiyajin. As lutas contra Raditz, Nappa e Vegeta também entregam alguma dificuldade, mesmo que inferior à das Custom Battles, e era comum ver vários jornalistas apanhando ao redor da sala.

Além, claro, do combate frenético e tridimensional, a campanha do game traz como apelo a possibilidade de escolher diferentes caminhos para alguns personagens. Logo no início, Goku pode recusar a ajuda de Piccolo para resgatar Gohan, e seguir apenas com Kuririn como parceiro. A ideia é divertida e pode refrescar um pouco o cânone que já conhecemos há décadas, mas talvez tenha faltado um pouco de coragem.

Mesmo despachando Piccolo, ele ainda aparece milagrosamente para atingir Raditz e Goku com seu Makankosappo, e, com exceção de uma ou duas cutscenes que antecedem o duelo, a história segue em frente inalterada por sua decisão.

Também vale destacar a possibilidade de alternar a visão para primeira pessoa durante algumas cenas, que dá no mínimo alguma diversão para determinados momentos. Vivenciar o ataque especial de Piccolo com os olhos de Goku é, definitivamente, uma experiência diferenciada.

Depois de um tempo jogando com Goku, foi a vez de Goku Black, que novamente evidenciou a subida no nível de dificuldade. As batalhas do personagem são todas contra inimigos poderosos, como Goku e Vegeta em suas versões SSJ Blue, e foi necessário desenhar um mínimo de estratégia para vencer — no meu caso, spammar habilidades especiais, mesmo que precisasse recarregar o Ki entre uma e outra.

Imagem de divulgação de Dragon Ball: Sparking! Zero
Divulgação/Bandai Namco

Os adversários são bem espertos ao executar os pequenos teletransportes em suas costas; esquivas perfeitas iniciam uma sequência automática de várias outras esquivas, finalizando com um golpe poderoso, e fui vítima de vários desses. Muitos de meus combos também pararam na defesa simples dos inimigos, e precisei de algumas lutas para aprender a furá-la.

Dito isso, não é como se a experiência tivesse sido negativa, pelo contrário. Uma adição bem dosada de desafio complementa aquilo que já havia visto no Summer Game Fest; ter mais personagens à disposição também deixou clara a variedade do game, que, assim como seus antecessores, colocará um gigante Oozaru contra o pequeno Kuririn sem pestanejar.

Mesmo com tantos nomes para selecionar, não senti grande repetitividade nos golpes de cada lutador, principalmente em especiais que ativam uma espécie de cutscene. Estar do lado errado do ataque, nesses casos, pode ser frustrante pelo longo tempo de espera para voltar à ação, mas o show visual é garantido.

Imagem de divulgação de Dragon Ball: Sparking! Zero
Divulgação/Bandai Namco

O único ponto fortemente negativo em toda a experiência foi nos tempos de carregamento. É difícil saber se o problema era dos computadores ou do jogo, mas é fato que todos os jornalistas tinham que esperar bastante tempo após vencer uma batalha no modo Episode Battle. O loading batia a casa dos 2 a 3 minutos

Nostalgia não é a única arma de Sparking! Zero, que também conta com gameplay polida e variada para garantir boas horas de diversão. O game completo chega em breve, no dia 11 de outubro, para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.